Primavera do Leste / MT - Quarta-Feira, 05 de Novembro de 2025

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Governo de Mato Grosso e Rumo avançam na construção da Primeira Ferrovia Estadual com expansão prevista até Cuiabá



Projeto, que conecta Rondonópolis a Cuiabá e a Nova Mutum, deve transformar a logística do estado e prevê operação total até 2030.

O Mato Grosso dá passos decisivos na construção da sua Primeira Ferrovia Estadual, uma iniciativa que promete revolucionar a infraestrutura logística do estado. Lançado em 2021, o projeto resulta de uma parceria estratégica entre o Governo do Estado e a empresa Rumo, com previsão de conectar os principais polos econômicos da região até 2030. Este projeto emblemático, que já se encontra em andamento, abrange a construção de 743 quilômetros de trilhos, divididos em dois ramais: um ligando Rondonópolis a Cuiabá e o outro, conectando Rondonópolis a Nova Mutum e Lucas do Rio Verde.

 

A ferrovia não apenas facilitará o escoamento da produção agrícola e industrial, mas também integrará Mato Grosso à malha ferroviária nacional, oferecendo uma rota direta para o Porto de Santos, fundamental para as exportações brasileiras. Com a expansão das exportações e a redução dos custos logísticos, espera-se que a ferrovia desempenhe um papel crucial no crescimento econômico do estado, que é um dos principais produtores de grãos e proteínas do país.

 

O projeto da ferrovia estadual tem suas raízes em uma estratégia de longo prazo do Governo de Mato Grosso para suprir a crescente demanda por infraestrutura logística eficiente. Em 2020, a Assembleia Legislativa aprovou uma lei pioneira que autorizou a participação da iniciativa privada na exploração de ferrovias dentro do estado, um movimento que se alinha com as políticas federais de concessões e privatizações.

 

A Rumo, maior operadora ferroviária do Brasil, apresentou a proposta mais robusta, garantindo a assinatura do contrato de adesão em 2021. Esse contrato permitiu à empresa não apenas construir, mas também operar a ferrovia, assegurando a manutenção e a qualidade do serviço por décadas. A aprovação do projeto e a habilitação da Rumo como operadora responsável marcam um ponto de virada na história da infraestrutura de Mato Grosso.

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Desde o início das obras em 2022, o projeto já demonstrou avanços substanciais. Foram concluídos sete viadutos no trecho entre Rondonópolis e Juscimeira, com extensões variando de 23 a 181 metros. Além disso, cerca de três quilômetros de trilhos foram finalizados em Rondonópolis, e mais cinco quilômetros estão em fase avançada de construção. Esses trabalhos fazem parte de um pacote de 19 viadutos e passagens inferiores e superiores, denominadas Obras de Arte Especiais (OAE), que são cruciais para a primeira etapa do projeto, abrangendo os 200 quilômetros iniciais da ferrovia.

 

O investimento estimado para essa fase do projeto varia entre R$ 4,0 bilhões e R$ 4,5 bilhões. Esse valor reflete não apenas a construção da infraestrutura física, mas também os custos associados à mitigação de impactos ambientais e à adequação de áreas urbanas atravessadas pela ferrovia. O Governo de Mato Grosso, por meio da Sinfra-MT, tem monitorado de perto o progresso das obras, em parceria com a Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Mato Grosso (Ager), que atua na fiscalização do contrato.

 

A Ferrovia Estadual de Mato Grosso é vista como uma alavanca para o desenvolvimento econômico sustentável da região. A expectativa é que a ferrovia reduza significativamente o custo do transporte de grãos, proteínas e outros produtos agrícolas, que atualmente dependem fortemente do transporte rodoviário. Com a nova infraestrutura ferroviária, o estado poderá aumentar sua competitividade no mercado internacional, ao mesmo tempo em que diminui os impactos ambientais relacionados ao transporte.

 

Além dos benefícios diretos para o setor agroindustrial, a ferrovia deverá estimular novos investimentos ao longo dos seus corredores logísticos. Cidades como Cuiabá, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, que já são centros de grande relevância econômica, podem se tornar ainda mais atrativas para indústrias, centros de distribuição e serviços. Esse dinamismo econômico deverá criar milhares de novos empregos, tanto durante a fase de construção quanto na operação da ferrovia, fortalecendo a economia regional e elevando o padrão de vida da população.

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A Palavra

Ataque à Liberdade de Imprensa em Primavera do Leste


Na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Primavera do Leste, realizada no dia 27 de outubro, um episódio levantou preocupações quanto à liberdade de imprensa e ao direito à crítica pública.

Durante seu discurso, o vereador Sargento Telles afirmou que, por ser formado em Direito, levaria apenas 15 minutos para ingressar com uma ação judicial, e que um juiz certamente acataria seu pedido para retirar matérias ou charges da internet que o desagradassem. A declaração foi interpretada como uma tentativa de intimidar a imprensa e os produtores de conteúdo crítico na cidade.

A fala causa estranheza, sobretudo por partir de um parlamentar — agente público sujeito à transparência e ao escrutínio da sociedade. A Constituição Federal assegura, de forma ampla, a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e o direito à crítica, fundamentos indispensáveis ao Estado Democrático de Direito.

Além disso, a Lei nº 14.996/2024 reconhece oficialmente a charge, a caricatura, o cartum e o grafite como manifestações da cultura brasileira, garantindo sua preservação e valorização como formas legítimas de expressão e crítica social.

Pontos principais da Lei 14.996/2024:

Reconhecimento cultural: define a charge, caricatura, cartum e grafite como manifestações da cultura nacional.

Objetivo: assegurar a livre expressão artística e promover a crítica social como parte essencial da democracia.

Definições: a charge é uma “ilustração humorística de acontecimentos da atualidade”; o cartum, uma ironia dos comportamentos humanos; e a caricatura, o exagero de traços para gerar humor e reflexão.

Qualquer tentativa de censura prévia, intimidação ou remoção de conteúdo crítico contraria esses princípios constitucionais e legais. A liberdade de imprensa e a arte crítica são instrumentos legítimos de fiscalização do poder e participação cidadã.

Em tempos de tensões políticas, é essencial que os representantes eleitos respeitem o papel do jornalismo e da arte como meios de construção de uma sociedade mais transparente, informada e democrática.


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