Primavera do Leste / MT - Quinta-Feira, 31 de Julho de 2025

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Justiça condena a 40 anos de cadeia 1º réu com base em lei antifeminicídio proposta por senadora de MT



A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) comemorou a decisão do Tribunal do Júri de Samambaia, no Distrito Federal, por se valer do Pacote Antefeminicídio para condenar Daniel Silva Vitor, de 43 anos, a mais de 40 anos de prisão. Ele assassinou Maria Mayanara Lopes Ribeiro, de 21 anos, em novembro do ano passado na frente dos filhos.

 

A senadora, autora do projeto que se transformou na Lei 14.994/2024, destacou que agora a morte de mulheres no contexto de violência doméstica ou de gênero terá pena de 20 a 40 anos, que serão agravadas se o crime for cometido contra menores de 16 anos, maiores de 60 anos, e as que tenham deficiência ou doença degenerativa. Além disso, a nova legislação aumenta em um terço e até a metade se o feminicídio ocorrer na presença de pais ou filhos da vítima, no descumprimento de medida protetiva e nos casos de uso de veneno, tortura, emboscada ou arma de uso restrito.

 

“A lei ficou clara: ele precisa cumprir no mínimo 55% da pena em regime fechado. Isso significa que terá que ficar preso sem direito ao regime semiaberto até 2048. Hoje, ele tem 43 anos e só poderá tentar começar a progressão com 66 anos. Ainda assim terá 20 anos de pena para cumprir”, disse Buzetti.

 

A nova lei tornou o feminicídio um crime autônomo e estabeleceu outras medidas para prevenir e coibir a violência contra a mulher. Pela legislação anterior, o feminicídio era definido como um crime no âmbito do homicídio qualificado. Já a nova lei tornou o feminicídio um tipo penal independente, com pena maior. Isso torna desnecessário qualificá-lo para aplicar penas mais rigorosas. Assim, a pena passa de 12 a 30 anos para de 20 a 40 anos de reclusão.

 

A lei também estabeleceu circunstâncias agravantes para o crime de feminicídio, nas quais a pena será aumentada de um terço até a metade quando o feminicídio é cometido durante a gestação, nos três meses posteriores ao parto ou se a vítima é mãe ou responsável por criança; quando é contra menor de 14 anos, ou maior de 60 anos, ou mulher com deficiência ou doença degenerativa; cometido na presença de pais ou dos filhos da vítima; cometido em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha e e no caso de emprego de veneno, tortura, emboscada ou arma de uso restrito contra a vítima.

 

A nova norma também aumentou as penas para os casos de lesão corporal contra a mulher, para os crimes contra a honra (injúria, calúnia e difamação), para o crime de ameaça e para o de descumprimento de medidas protetivas. Nas saídas temporárias — os chamados “saidões” — da prisão, o condenado por crime contra a mulher deve usar tornozeleira eletrônica. Ele também perde o direito a visitas conjugais.

 

De acordo com nova lei, após proclamada a sentença, o agressor perde o poder familiar, da tutela ou da curatela. Também são vedadas a nomeação, a designação ou a diplomação em qualquer cargo, função pública ou mandato eletivo entre o trânsito julgado da condenação e o efetivo cumprimento da pena.

 

Pela lei, o condenado por esse tipo de crime só poderá ter direito a progressão de regime após, no mínimo, 55% da pena. Antes, o percentual era de 50%. O texto prevê ainda tramitação prioritária e isenção de custas, taxas ou despesas em processos que apuram crimes contra a mulher e determina a transferência do preso para um presídio distante do local de residência da vítima, caso ele ameace ou pratique novas violências contra a vítima ou seus familiares durante o cumprimento da pena.

 

Segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 1.467 mulheres morreram vítimas de feminicídio em 2023 — o maior registro desde a sanção da lei que tipifica o crime, em 2015. As agressões decorrentes de violência doméstica tiveram aumento de 9,8%, e totalizaram 258.941 casos.



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Administração Municipal proporciona aprendizado e qualificação profissional aos jovens, por meio de parcerias


Administração Municipal proporciona aprendizado e qualificação profissional aos jovens, por meio de parcerias

Os 34 jovens aprendizes foram distribuídos em áreas administrativas, principalmente na Secretaria de Saúde do município

Na tarde desta quarta-feira, 30, em cerimônia no Teatro Municipal de Primavera, 34 jovens receberam de forma simbólica, os “coletes de Jovens Aprendizes”, entregues pelo prefeito Sérgio Machnic, secretário de Administração, Carlos Laete, secretária de Saúde, Laura Leandra, representantes do Centro Integração Empresa Escola (CIEE) e Consórcio CRA, responsável pelas obras do terminal da ferrovia da empresa Rumo Logística.

O evento marcou o início oficial da parceria celebrada entre a empresa, a instituição e a prefeitura, permitindo que os jovens iniciem uma jornada de aprendizado mínima de um ano, nas repartições públicas da administração municipal. A grande maioria prestará serviços em áreas administrativas da Secretaria de Saúde e respectivas Unidades.

O prefeito Sérgio Machnic destacou a importância da união de forças entre instituições públicas e privadas para oferecer oportunidades reais de desenvolvimento aos jovens. Ele enfatizou ainda o trabalho que a administração municipal tem feito com o intuito de dar condições de qualificação a todos, principalmente aos jovens do município. “Juntos somos imparáveis e quem sai ganhando com essa parceria é a juventude de Primavera. Espero que mais jovens possam ser beneficiados e que essa parceria, assim como outras, seja duradoura”, afirmou o prefeito.

O secretário de Administração, Carlos Laete, cuja pasta é a responsável direta pela intermediação das oportunidades, bem como distribuição dos jovens aprendizes, utilizou uma comparação para incentivar os selecionados. “Primavera é a terra fértil, e vocês são as sementes. Diante disso tenho certeza de que darão bons frutos”, declarou.

A secretária de Saúde, Laura Leandra, relembrou seu início profissional, também como Jovem Aprendiz e também no serviço público. “Essa oportunidade muda vidas. Vocês estão iniciando algo que vai marcar não só suas carreiras, mas também a vida das pessoas que atenderão no serviço público”, enfatizou.

O gerente Regional do CIEE, Rodrigo Nader, reforçou que o programa não é apenas uma chance de inserção no mercado, mas uma porta para o autoconhecimento. “O primeiro passo na carreira é como o primeiro capítulo de um livro. Vocês vão aprender muito mais do que tarefas: vão descobrir talentos, desenvolver atitudes e enxergar novos horizontes”, disse.

A consultora do CIEE, Sandra Ferro, lembrou que a Prefeitura é grande parceira e um ente voluntário, uma vez que não é obrigada a participar do programa, o que torna a  experiência ainda mais valiosa. “Essa é uma escolha voluntária da gestão municipal, que abraçou a causa com sensibilidade e responsabilidade social, só nos levando a agradecer à administração pelo comprometimento”, afirmou.

Representando o consórcio CRA, o Gestor de Pessoal Eugênio Eiffer explicou o papel das três empresas que compõem o consórcio na construção da ferrovia e ressaltou a importância de os jovens aproveitarem ao máximo essa experiência. Segundo ele “esperamos ainda pelos próximos três anos estar atuando na região e gerando essas oportunidades”, afirmou.

Encerrando a cerimônia, a jovem Ludmilla Isabella, representante dos aprendizes, agradeceu a todos os envolvidos e falou sobre o significado dessa oportunidade. “Não recebemos só uma função ou uniforme, mas recebemos confiança. Essa chance nos traz dignidade, responsabilidade e esperança de um futuro melhor, o que também nos leva a agradecer a todos aqui envolvidos e também aos nossos familiares pelo apoio”, finalizou.

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