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Oficina de GO que fez modificação em BMW onde 4 jovens morreram diz que terceirizou o serviço



O dono de uma oficina mecânica de Aparecida de Goiânia é investigado pela Polícia Civil de Santa Catarina por suspeita de modificar uma BMW e, por consequência, causar a morte de quatro jovens por intoxicação, em Balneário Camboriú (SC).  A defesa dele afirmou que a peça automotiva foi desenvolvida por uma empresa terceirizada, assim como sua instalação.

O advogado não soube informar o nome da empresa terceirizada para que o g1 pudesse pedir um posicionamento. A oficina em questão foi inaugurada há 11 anos e atualmente está instalada na Vila Brasília. De acordo com o advogado, funcionários sempre passam as orientações de uso aos proprietários dos veículos após os serviços prestados.

Segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, a BMW passou por outras customizações além da que foi feita em Aparecida de Goiânia. Elas teriam sido feitas em Minas Gerais.

A polícia catarinense intimou, pela segunda vez, o dono da oficina goiana para prestar depoimento. O interrogatório está marcado para segunda-feira (15), por videochamada. Da primeira vez, ele foi ouvido como testemunha, mas agora estará na condição de “interrogado”, segundo a defesa.

O advogado de defesa tenta adiar o depoimento, pois afirma que ainda não teve acesso ao inquérito e nem aos laudos periciais, já realizados. “Estamos com a expectativa positiva, o trabalho prestado foi feito com muita experiência e há mais de 7 meses. Por que daria problema só agora? Temos que ter acesso a perícia e entender os fatos, nossa intenção é a elucidação dos fatos”, afirmou o advogado.

A polícia catarinense diz que também quer ouvir os mecânicos que trabalharam no serviço. Segundo o delegado Vicente Soares, os responsáveis pelas mudanças no veículo poderão responder por homicídio culposo.

As mortes aconteceram no dia 1º de janeiro, em Balneário Camboriú. Os jovens foram encontrados desmaiados na BMW, estacionada dentro da rodoviária da cidade. Eles chegaram a ser socorridos, mas as mortes foram confirmadas ainda no local.

As vítimas são: Gustavo Pereira Silveira Elias, 24 anos; Karla Aparecida dos Santos, de 19; Tiago de Lima Ribeiro, de 21; e Nicolas Kovaleski, de 16. Na sexta-feira (12), as forças de segurança de Santa Catarina fizeram uma coletiva para dar algumas explicações do caso. Uma das confirmações, obtidas com os resultados de laudos da perícia, foi que os quatro jovens morreram por conta de uma intoxicação causada por monóxido de carbono.

A suspeita é de que houve um vazamento do gás tóxico dentro do veículo e, como ele não tem cheiro, as vítimas inalaram até morrerem.

O vazamento só teria acontecido porque a BMW passou por três customizações, sendo uma delas na oficina de Aparecida de Goiânia, entre o escapamento e o catalisador (que funciona como um filtro), com o intuito de aumentar o barulho de ronco do motor. “A partir dos depoimentos conseguimos identificar que esse veículo passou por algumas customizações, não foi apenas uma. Em julho ele faz a segunda modificação, em uma oficina da cidade de Aparecida de Goiânia, onde foi realizada essa modificação do escapamento, trocando a parte do catalisador por um downpipe, assim como realizando outras modificações no escapamento”, afirmou o delegado do caso, Vicente Soares.

O monóxido de carbono deveria sair pelo escapamento do carro, mas segundo acredita a polícia, por conta das modificações, o gás não conseguiu sair completamente, ficando preso dentro do veículo. A perita criminal Bruna de Souza Boff chegou a explicar que, quando o carro estava em movimento, o gás tóxico ficava em concentração menor, pois entrava em contato com o oxigênio, pelo vento.

Mas, nesse caso, os jovens estavam dentro do carro estacionado, com o veículo ligado, e o monóxido de carbono ficou circulando no ambiente fechado. “O problema da intoxicação é quando a gente tem ambientes fechados, confinados, em que o monóxido de carbono atinge uma concentração superior a do oxigênio […] O resultado que a gente obteve de três das vítimas foi acima de 50% de saturação de monóxido de carbono e na outra entre 49 e 50%, o que é praticamente a mesma coisa. Normalmente, esse índice acima de 40% já causa morte”, afirmou.

Primeiro depoimento

O dono da oficina mecânica de Aparecida de Goiânia já prestou depoimento à Polícia Civil de Santa Catarina no início das investigações. Naquela época, ele estava na condição de testemunha. Na coletiva de imprensa, o delegado afirmou que, neste primeiro depoimento, o homem afirmou que o downpipe foi desenvolvido dentro da oficina, ao invés de ter sido adquirido de uma indústria.

“Foi realizada a oitiva do proprietário dessa oficina. Ele relatou que esse downpipe, que eles manufaturam esse downpipe na própria oficina, eles constroem esse downpipe. Não foi um downpipe comprado em uma indústria, em uma fábrica, como existem. Existem downpipes feitos em indústrias. Esse era de certa forma caseiro e ele foi instalado”, afirmou o delegado. A defesa do dono da empresa nega a informação, dizendo que tanto a confecção da peça como a montagem foram realizadas por uma empresa terceirizada.

G1



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Zambelli renuncia após decisão do STF, e Câmara convoca suplente para assumir mandato


A decisão ocorre após o presidente da Câmara solicitar um parecer jurídico sobre a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que anulou a votação do plenário

A Câmara dos Deputados oficializou neste domingo (14) a saída de Carla Zambelli (PL-SP) do Parlamento. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), comunicou que a deputada apresentou renúncia ao mandato, o que levou à convocação imediata do suplente Adilson Barroso (PL-SP) para assumir a vaga.

A decisão ocorre após o presidente da Câmara solicitar um parecer jurídico sobre a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que anulou a votação do plenário que havia mantido Zambelli no cargo. O entendimento de Moraes, posteriormente confirmado por unanimidade pela Primeira Turma do STF, reafirmou a cassação do mandato, conforme já havia sido decidido anteriormente pela Corte.

Em nota oficial, a Câmara informou que a deputada comunicou formalmente sua renúncia à Secretaria-Geral da Mesa neste domingo. Diante disso, Hugo Motta determinou os trâmites administrativos para a posse do suplente.

Ao justificar sua decisão, Alexandre de Moraes classificou a deliberação do plenário da Câmara como inconstitucional, afirmando que houve violação aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, além de desvio de finalidade. Para o ministro, a Constituição é clara ao atribuir ao Poder Judiciário a competência para decretar a perda de mandato de parlamentares condenados criminalmente com trânsito em julgado.

Segundo o magistrado, nesses casos, cabe à Mesa Diretora apenas formalizar a perda do mandato, sem margem para decisão política. Moraes também ressaltou que o STF mantém esse entendimento há mais de uma década, desde o julgamento do mensalão, em 2012.


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