Primavera do Leste / MT - Segunda-Feira, 01 de Dezembro de 2025

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Oficina de GO que fez modificação em BMW onde 4 jovens morreram diz que terceirizou o serviço



O dono de uma oficina mecânica de Aparecida de Goiânia é investigado pela Polícia Civil de Santa Catarina por suspeita de modificar uma BMW e, por consequência, causar a morte de quatro jovens por intoxicação, em Balneário Camboriú (SC).  A defesa dele afirmou que a peça automotiva foi desenvolvida por uma empresa terceirizada, assim como sua instalação.

O advogado não soube informar o nome da empresa terceirizada para que o g1 pudesse pedir um posicionamento. A oficina em questão foi inaugurada há 11 anos e atualmente está instalada na Vila Brasília. De acordo com o advogado, funcionários sempre passam as orientações de uso aos proprietários dos veículos após os serviços prestados.

Segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, a BMW passou por outras customizações além da que foi feita em Aparecida de Goiânia. Elas teriam sido feitas em Minas Gerais.

A polícia catarinense intimou, pela segunda vez, o dono da oficina goiana para prestar depoimento. O interrogatório está marcado para segunda-feira (15), por videochamada. Da primeira vez, ele foi ouvido como testemunha, mas agora estará na condição de “interrogado”, segundo a defesa.

O advogado de defesa tenta adiar o depoimento, pois afirma que ainda não teve acesso ao inquérito e nem aos laudos periciais, já realizados. “Estamos com a expectativa positiva, o trabalho prestado foi feito com muita experiência e há mais de 7 meses. Por que daria problema só agora? Temos que ter acesso a perícia e entender os fatos, nossa intenção é a elucidação dos fatos”, afirmou o advogado.

A polícia catarinense diz que também quer ouvir os mecânicos que trabalharam no serviço. Segundo o delegado Vicente Soares, os responsáveis pelas mudanças no veículo poderão responder por homicídio culposo.

As mortes aconteceram no dia 1º de janeiro, em Balneário Camboriú. Os jovens foram encontrados desmaiados na BMW, estacionada dentro da rodoviária da cidade. Eles chegaram a ser socorridos, mas as mortes foram confirmadas ainda no local.

As vítimas são: Gustavo Pereira Silveira Elias, 24 anos; Karla Aparecida dos Santos, de 19; Tiago de Lima Ribeiro, de 21; e Nicolas Kovaleski, de 16. Na sexta-feira (12), as forças de segurança de Santa Catarina fizeram uma coletiva para dar algumas explicações do caso. Uma das confirmações, obtidas com os resultados de laudos da perícia, foi que os quatro jovens morreram por conta de uma intoxicação causada por monóxido de carbono.

A suspeita é de que houve um vazamento do gás tóxico dentro do veículo e, como ele não tem cheiro, as vítimas inalaram até morrerem.

O vazamento só teria acontecido porque a BMW passou por três customizações, sendo uma delas na oficina de Aparecida de Goiânia, entre o escapamento e o catalisador (que funciona como um filtro), com o intuito de aumentar o barulho de ronco do motor. “A partir dos depoimentos conseguimos identificar que esse veículo passou por algumas customizações, não foi apenas uma. Em julho ele faz a segunda modificação, em uma oficina da cidade de Aparecida de Goiânia, onde foi realizada essa modificação do escapamento, trocando a parte do catalisador por um downpipe, assim como realizando outras modificações no escapamento”, afirmou o delegado do caso, Vicente Soares.

O monóxido de carbono deveria sair pelo escapamento do carro, mas segundo acredita a polícia, por conta das modificações, o gás não conseguiu sair completamente, ficando preso dentro do veículo. A perita criminal Bruna de Souza Boff chegou a explicar que, quando o carro estava em movimento, o gás tóxico ficava em concentração menor, pois entrava em contato com o oxigênio, pelo vento.

Mas, nesse caso, os jovens estavam dentro do carro estacionado, com o veículo ligado, e o monóxido de carbono ficou circulando no ambiente fechado. “O problema da intoxicação é quando a gente tem ambientes fechados, confinados, em que o monóxido de carbono atinge uma concentração superior a do oxigênio […] O resultado que a gente obteve de três das vítimas foi acima de 50% de saturação de monóxido de carbono e na outra entre 49 e 50%, o que é praticamente a mesma coisa. Normalmente, esse índice acima de 40% já causa morte”, afirmou.

Primeiro depoimento

O dono da oficina mecânica de Aparecida de Goiânia já prestou depoimento à Polícia Civil de Santa Catarina no início das investigações. Naquela época, ele estava na condição de testemunha. Na coletiva de imprensa, o delegado afirmou que, neste primeiro depoimento, o homem afirmou que o downpipe foi desenvolvido dentro da oficina, ao invés de ter sido adquirido de uma indústria.

“Foi realizada a oitiva do proprietário dessa oficina. Ele relatou que esse downpipe, que eles manufaturam esse downpipe na própria oficina, eles constroem esse downpipe. Não foi um downpipe comprado em uma indústria, em uma fábrica, como existem. Existem downpipes feitos em indústrias. Esse era de certa forma caseiro e ele foi instalado”, afirmou o delegado. A defesa do dono da empresa nega a informação, dizendo que tanto a confecção da peça como a montagem foram realizadas por uma empresa terceirizada.

G1



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Empresa vence na Justiça e derruba lei que proibia mototáxi por aplicativo em Primavera do Leste


Justiça suspende lei municipal que impedia transporte remunerado por motocicletas via app, alinhando-se ao entendimento do STF sobre livre iniciativa

 

A juíza Lidiane de Almeida Anastácio Pampado, da 4ª Vara Cível de Primavera do Leste, concedeu liminar em mandado de segurança à Maxim, aplicativo internacional de viagens e entregas, suspendendo os efeitos da Lei Municipal nº 2.430/2025, que proibia de forma absoluta o transporte remunerado individual de passageiros por motocicletas intermediado por aplicativos.

A decisão, do dia 24 de novembro, impede que a Prefeitura aplique a nova lei para restringir ou impedir as corridas realizadas via moto pela Maxim, bem como proíba a atuação da plataforma na cidade. A magistrada reconheceu que a norma municipal extrapolava a competência do Município e contrariava a legislação federal de mobilidade urbana, além de ferir princípios constitucionais como as livres iniciativa e concorrência.

A lei vetada previa multa ao condutor, em dobro na reincidência, e à plataforma, apreensão da motocicleta utilizada, suspensão do direito de requerer autorização para atividades de transporte por até dois anos, e até a interdição da operação da empresa no município. Na liminar, a Justiça determinou que o Município de Primavera do Leste se abstenha de aplicar essas sanções, de impedir o exercício da atividade econômica da Maxim relacionada ao transporte privado por motocicletas e de impor qualquer restrição com base na referida lei.

A decisão segue a linha do entendimento já consolidado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considera inconstitucionais leis que proíbem ou restringem a atividade de transporte privado individual por motoristas cadastrados em aplicativos, por violarem a livre iniciativa, cabendo aos municípios apenas regulamentar e fiscalizar o serviço, e não impedir sua existência.

“Essa liminar é uma vitória não só da Maxim, mas de todos os motociclistas que trabalham de forma honesta e dependem do aplicativo para sustentar suas famílias. A Justiça reconheceu que não se pode simplesmente proibir um tipo de transporte que já está previsto em lei federal. Vamos continuar ao lado dos nossos parceiros e dos passageiros, oferecendo um serviço acessível, seguro e dentro da legalidade”, destacou Fernando Alves, gerente do escritório da Maxim no município.

Fonte: Hipernoticia


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