Primavera do Leste / MT - Domingo, 14 de Dezembro de 2025

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Opinião

PEREGRINOS



Não há como negar que existe um sentimento de deslocamento ou uma inadequação quanto a vida dos cristãos neste mundo. C.S. Lewis chegou a conclusão de que só pode ser, porque fomos criados para um outro mundo. Ou seja, estamos longe de casa. Somos peregrinos e forasteiros neste mundo, vivemos deslocados, com um forte sentimento de ausência que não será preenchido por coisa alguma neste mundo.

É bem este sentimento que afligia os cristãos das regiões as quais Pedro escreveu sua primeira carta, e que ainda continua a afligir a sociedade pós-moderna. Naquelas regiões as pessoas viviam debaixo de um forte poder político, um regime de opressão e perseguição, pois Nero estava no poder.

Muito semelhante à vida contemporânea, a cultura é confusa, cada um tem a sua própria verdade e superstições, cada um serve o seu próprio deus. O homem pensa apenas no presente, a maior preocupação é sobreviver sem qualquer esperança quanto ao futuro, não se tem nenhum propósito para a existência que ajude a enfrentar a vida presente, só se pensa em como aproveitar ao máximo do que se tem disponível hoje, pois o amanhã é incerto.

A mensagem de Pedro é relevante, pois aponta caminhos para entendermos os desafios de nosso tempo e trabalharmos para transformação deste mundo de maldades, injustiças e aflições por meio do Evangelho, mas mantendo uma esperança viva em Cristo Jesus.

Pedro usa a dinâmica do passado e o futuro. No passado, está a obra redentora que Deus fez na pessoa de seu filho Jesus Cristo. Seu nascimento, sua vida, morte e ressurreição. E no futuro está a esperança da volta de Cristo para aplicar de forma global e total a sua obra; renovar os céus e a terra, e manifestar a totalidade de seu reino.

O cristão precisa peregrinar por este mundo com um correto entendimento de sua eleição e redenção. Da obra que Cristo já fez por nós na cruz, e da obra que Ele ainda fará. Nestas duas perspectivas, passado – futuro, o cristão encontra força, encorajamento e esperança para cumprir a sua missão neste mundo e enfrentar as lutas e sofrimentos do presente.

Enquanto na primeira parte ele trata de temas teológicos que são estruturantes para toda a carta e algumas implicações da obra redentora de Deus em nossa vida. Então ele aplica estes conceitos para várias áreas mais específicas de nossa vida como peregrinos, residentes temporários neste mundo. À luz do texto sagrado, vemos claramente a tensão, de ao mesmo tempo sermos criados para um outro mundo, mas ainda peregrinarmos neste mundo, neste tempo, com os desafios de nossa época.

Então Pedro vai relacionar a doutrina bíblica ou a teologia à vida prática, ele aborda uma variedade de temas à luz da Palavra de Deus.

Esperança é um tema importante nesta carta, a qual ele chama de uma viva esperança. Que transcende os nossos problemas circunstanciais e transitórios.

Esperança é uma palavra muito especial nas Escrituras e muito necessária para o povo de Deus. Pois à luz da esperança, até o sofrimento, algo tão presente em nossa peregrinação, recebe outra perspectiva. Mas o que impera em nosso mundo é o desespero, o qual o filósofo Martin Heidegger chama de sentimento do nada. Para o filósofo Franz Kafka a esperança existe, mas não para nós. Para o antigo filósofo chamado Sófocles, “não nascer é, inquestionavelmente, a maior felicidade. A segunda maior felicidade é, tão logo nascer, retornar ao lugar de onde se veio.” Somente em Deus o homem tem uma proposta para além deste mundo vazio, de salvação eterna para sua vida.

Sobre o cristão e a política, temática sempre tão delicada para nós brasileiros, só de pensar sobre isso, faltam-nos as palavras e sobram os palavrões, mas as Escrituras nos desafiam a ter uma postura submissa e intercessora, como cidadãos conscientes, engajados na transformação deste mundo pelos valores do Reino de Deus, e também intervir na História, transformar a cultura, visando o bem-estar humano a despeito da Queda, a salvação dos pecadores e a glória do Senhor, até que Cristo venha.

Quanto ao trabalho e o relacionamento de patrão e empregado, o cristão é desafiado a ser justo, competente, responsável e até mesmo suportar injustiças por amor a Jesus, pois a morte de Cristo na cruz em nosso lugar garante todos os nossos direitos, que muitas vezes são pisados neste mundo. Cristo, o nosso maior exemplo, quando insultado não devolvia o insulto e quando sofria não revidava. Essa postura faz emudecer aqueles que nos perseguem e maldizem. Fomos chamados para mudar o mundo através da paz, do amor, da tolerância e do exercício do bem. A conduta diária do cristão no mundo é um belo testemunho da veracidade do Evangelho, muito da ineficácia da ação do Evangelho ou da inércia da Igreja na sociedade está ligada a incoerência e a péssima reputação de muitas pessoas e instituições que se denominam cristãs, mas que não cultivam no dia a dia os valores que Cristo deixou.

Quanto a vida conjugal, relação tão complexa e desafiadora em nosso tempo de relações superficiais e descartáveis, ela não pode ser mais um foco de dor e sofrimento, mas um ambiente de afeto, perdão, compreensão e esperança por meio de Cristo Jesus.

A liderança cristã precisa entender o seu tempo e desafios, e como instrumentos afinados com a vontade do Supremo Pastor, Jesus Cristo, a quem prestaremos contas do pastoreio que prestamos ao seu rebanho. Zelando pela boa doutrina e prática cristã relevante, criando uma comunidade com um ambiente de apoio mútuo e abrigo e redenção aos que sofrem neste mundo.

Pedro também nos adverte de que a vida do cristão precisa ser marcada pela humildade no relacionamento entre uns com os outros, criando laços comunitários sólidos e também de vigilância frente aos ataques de satanás, o nosso adversário. E ansiedade que nos sobrevier na caminhada precisa ser lançada sobre Cristo, pois Ele tem cuidado de nós em todo o tempo. Deus nos abençoe a cada dia em nossa peregrinação e missão neste mundo de dores e desesperança.  Em Cristo Jesus. Rev. Paulo Froes



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política - Região

Deputado Nininho confirma licitação para pavimentação da MT-326 no Araguaia


Certame licitatório foi publicado no Diário Oficial do Estado; trecho de 31,7 km em Nova Nazaré reduzirá distância em cerca de 40 km e vai ampliar a eficiência logística no Araguaia

A Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Sinfra) publicou na edição de 10 de dezembro do Diário Oficial do Estado o edital de licitação para executar 31,7 quilômetros de pavimentação na MT-326, entre a MT-240 e a BR-158. O certame atende solicitação do deputado estadual Ondanir Bortolini – Nininho (Republicanos). A obra vai melhorar a trafegabilidade da rodovia, apoiar produtores rurais e reduzir custos de transporte na região do Araguaia.

A pavimentação do segmento, conhecido como Estrada do Calcário, vai garantir fluxo permanente de pessoas e mercadorias pela nova rodovia. O trecho é utilizado para o escoamento de calcário proveniente de Cocalinho e produções agrícolas. O novo asfalto, segundo Nininho, vai encurtar em cerca de 40 quilômetros o deslocamento de cargas que seguem aos municípios do Norte Araguaia.

Nininho cita que a licitação é resultado de sua articulação com o governador Mauro Mendes, o vice-governador Otaviano Pivetta e o secretário Marcelo de Oliveira. “A abertura do processo é um passo aguardado pela região. São quase 32 quilômetros que vão melhorar a logística. Para quem transporta calcário de Cocalinho a Canarana, por exemplo, haverá redução de 40 quilômetros, o que beneficia toda a cadeia produtiva”, observa o deputado.

IMPACTO ECONÔMICO

O deputado acrescenta que a obra marca uma reivindicação antiga de produtores e transportadores. “A pavimentação da MT-326 vai impulsionar o desenvolvimento do Araguaia. Agradeço ao governador, ao vice-governador e ao secretário Marcelo pelo atendimento da demanda”, reforça Nininho.

O prefeito de Canarana, Vilson Biguelini, comenta que a confirmação da obra representa avanço esperado pela região. “A pavimentação da MT-326 vai se tornar realidade nos próximos dias. Essa notícia anima produtores e caminhoneiros. O calcário do Araguaia passa praticamente todo por ali. Hoje é preciso ir até Água Boa. A articulação de Nininho junto ao governo fez diferença para Mato Grosso”, relata o gestor.

Redação: Sérgio Ober


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