Primavera do Leste / MT - Segunda-Feira, 17 de Novembro de 2025

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MP denúncia fraude na recuperação judicial dos supermercados São João e Santo Antônio de Primavera do Leste



Segundo as investigações do Ministério Público de Primavera do Leste, nos anos de 2013 até  março de 2016, os denunciados Estaniel Pascoal Alves da Silva, E. C. S, Jorge Moreira de oliveira, Jean Ricardo Campos da Silva e Jaime Simão Carneiro, organizaram-se criminosamente, com divisão de tarefas, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem financeira e patrimonial, mediante a prática de atos fraudulentos que resultaram em prejuízo aos credores de processo de recuperação judicial, dos Supermercados São João e Santo Antônio, assegurando vantagem para si e para outrem.

De acordo com o MP, para burlar o sistema recuperacional, os denunciados, Estaniel, E., Jorge e Jaime, fizeram uso de uma terceira pessoa jurídica, sendo, DIST. DE ALIMENTOS PRIMA QUALI LTDA (Atacado Guaíra), a qual estaria instalada ao lado do Supermercado São João Ltda. A empresa foi constituída pelo sócio administrador, Estaniel Pascoal, em nome de sua filha, em 03/10/2012, com arquivamento em 15/10/2012 e, posteriormente, houve a alteração do quadro societário, tendo como sócios o denunciado, Jorge Moreira de Oliveira, sendo gerente do supermercado São João, e sua ex-funcionária, Jhoiciane.

No entanto, o atacado Guaíra, utilizou-se do prédio pertencente à empresa recuperanda, sem qualquer contrato de locação, demonstrando vinculação entre ambos, sendo todos os funcionários da empresa conhecidas do administrador, mas na verdade exerciam suas funções no Supermercado São João. Foi constatado ainda que havia máquinas de cartões de crédito e débito instaladas dentro do Supermercado São João, mas que estavam registradas em nome da PRIMA QUALI e, portanto, os recursos financeiros foram destinados a uma conta da empresa PRIMA QUALI (Atacado Guaíra).

Destaca-se, que a empresa Atacado Guaíra (DIST.DE ALIMENTOS PRIMA QUALI LTDA – EPP), está instalada em anexo ao Supermercado São João, sendo uma porta na lateral do referido estabelecimento, não havendo nela instalação de balcões de atendimento ao público, nem de refrigeração, para venda de frutas e verduras e carnes e frios, sendo que apenas servia de estoque de mercadorias do supermercado São João.

Verifica-se no procedimento investigatório, após a quebra dos sigilos bancários e fiscais que os denunciados fazendo uso da empresa (Atacado Guaíra), que serviu para movimentar paralelamente os recursos das recuperandas, ocasionou fraude aos credores através das transferências de valores, possibilitando os denunciados Estaniel Pascoal e E. C. S, manterem o padrão de vida de modo incompatível, despesas pessoais e viagens ao exterior, bancando uma vida não condizente com o estado recuperacional, escondendo dos credores a real possibilidade da empresa pagar suas dívidas, de tal forma que foi movimentado, no período investigado, na conta existente no SICOOB em nome do Atacado Guaíra, a quantia de aproximadamente 5,5 milhões e quinhentos mil reais, com diversos saques em dinheiro, fraudando, não somente seus credores, mas também o fisco.

Durante as investigações ficou caracterizado que a empresa Atacado Guaíra não exercia o comércio regularmente, no varejo e, no entanto, existem diversos cheques emitidos em nome de fornecedores de carnes, verduras, como se vê dos cheques adiante, com anotações nos versos revelando ligações com o Supermercado São João (E.P.A. DA SILVA E CIA. LTDA.) e também Supermercado Santo Antônio, ambas empresas recuperandas, fatos estes que foram comprovados pelas testemunhas ouvidas pela Promotoria de Justiça.

Constatou-se, como apontado, que para desviar o fluxo das rendas obtidas com a venda de mercadorias, tanto do Supermercado Santo Antônio, como do Supermercado São João, o denunciado Estaniel Pascoal fez instalar nas duas empresas máquinas de cartões para pagamentos em débito e crédito que eram creditadas nas contas da empresa PRIMA QUALI e, assim, a partir daí, o mesmo utilizava-se, ora para adquirir mercadorias e serviços para suas empresas e não registrá-los em sua contabilidade e fraudar os credores, ora para benefício próprio e de sua esposa, com viagens ao exterior, aquisição de bens de consumo pessoal, sem passar, portanto, pelo registro de retiradas dos sócios, de modo a demonstrar transparência à recuperação, repassando também parte do montante anunciado a Jean Ricardo, irmão de Érica.

Havia, portanto, propósito claro de burlar o sistema, desviar recursos, manter a credibilidade do estabelecimento comercial através de terceiras empresas, com fraude aos credores, constituição de contabilidade paralela e omissão e falsidade de dados, fatos todos caracterizadores de graves crimes contra a recuperação judicial, em desfavor dos credores, da função social da empresa, além de prática de sonegação fiscal.

COMERCIALIZAÇÃO

Constata-se, que além dos atos fraudulentos, os denunciados, em comum acordo e prévio ajuste, prestaram informações falsas no processo de recuperação judicial, induzindo em erro os credores, Juiz e Ministério Público, consistente em declarar a venda do Supermercado Santo Antônio pelo valor de R$ 900.000,00, sendo que foi vendido pelo valor real de R$ 1.800.000,00.

A empresa avaliadora atribuiu os seguintes valores à Relação de Imóveis Urbanos do Supermercado Santo Antônio Ltda., sendo que o administrador judicial na proposta não apresentou qualquer avaliação atualizada:

Valor do Ponto Comercial: Com grande apreço e circulação de grande contigente de consumidores nas circunvizinhanças, esse empreendimento é considerado 3º campeão de vendas, visto que atende as necessidades da população, por isto, seu valor ponto comercial é de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais).

Valor da Marca Empresarial: Quanto da necessidade de um interessado em adquirir este ponto e/ou marca empresarial, sugestiona-se à continuidade dos negócios aqui oferecidos. Assim, faz-se jus estimar-nos o valor da marca empresarial R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais).

Valor encontrado nas máquinas e equipamentos: R$ 2.244.000,00 (dois milhões duzentos e quarenta e quatro mil reais). Diante de todos estes fatos e fraudes, por diversas vezes empresas credoras do plano peticionaram buscando a convolação da recuperação judicial em falência, tendo em vista o descumprimento das obrigações assumidas no plano recuperacional, inclusive o Ministério Público, resultando, por conseguinte, na decretação da falência das empresas, com prejuízos a diversos credores e, também, ao fisco.

Com informações Ministério Público



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PISCICULTURA: Deputado Nininho defende retomada da liderança de Mato Grosso na produção de pescado


Comissão da Assembleia discute medidas para destravar licenciamentos, ampliar financiamento e fortalecer cooperativas da piscicultura em Mato Grosso; Baixada Cuiabana terá projeto piloto

A estruturação da piscicultura em Mato Grosso foi tema central da reunião extraordinária da Comissão de Agropecuária, Desenvolvimento Florestal e Agrário e de Regularização Fundiária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), presidida pelo deputado estadual Ondanir Bortolini – Nininho (Republicanos). O encontro, realizado nesta terça-feira (11), discutiu ações para retomar o protagonismo do estado na produção de pescado, com foco em licenciamento ambiental, financiamento e integração técnica.

O debate apresentou o projeto piloto para o licenciamento ambiental de mais de dois mil empreendimentos aquícolas na Baixada Cuiabana, a proposta de financiamento da Associação Mato-grossense dos Aquicultores (Aquamat) e uma parceria técnica entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a entidade. A iniciativa busca fortalecer a pesquisa e o desenvolvimento sustentável do setor, considerado estratégico para a economia regional.

Segundo Nininho, a prioridade é organizar a cadeia produtiva com base em cooperativas e acesso a crédito. “Nosso objetivo é estruturar toda essa cadeia. A ideia é criarmos cooperativas para incluir no programa do Banco Mundial, buscando recursos a fundo perdido, que não precisam de devolução, para apoiar o pequeno produtor e consolidar essa atividade”, afirma.

O parlamentar ressaltou que Mato Grosso já liderou a produção nacional de peixe e hoje ocupa posição inferior ao seu potencial. “Temos água em abundância, tecnologia e profissionais qualificados. Falta apenas organização e incentivo para retomarmos a liderança”, declara Nininho.

DIAGNÓSTICO E INTEGRAÇÃO

O professor Márcio Hoshiba, da UFMT e integrante do Núcleo de Estudos em Pesca e Aquicultura (Nepes), apresentou proposta de diagnóstico das condições da piscicultura na Baixada Cuiabana. O levantamento, estimado em R$ 1 milhão, deve abranger cerca de 800 propriedades rurais. “O estudo vai permitir compreender as necessidades dos produtores, aprimorar a compra de insumos e desenvolver tecnologias adequadas à realidade local. O sucesso depende da integração entre pesquisa e produção”, explica Hoshiba.

O presidente da Aquamat, Darci Fornari, defendeu a integração e a verticalização da produção para aumentar a competitividade. “Temos potencial para sermos o maior produtor de peixe do Brasil. O desafio é fortalecer as cooperativas e reduzir a atuação isolada dos pequenos produtores, que representam 80% do setor. Queremos aplicar o modelo de sucesso das grandes operações também aos pequenos”, pontua.

Fornari destaca o papel do Legislativo na articulação de políticas públicas. “Viemos à Assembleia porque o Parlamento tem força para direcionar programas que impulsionem o setor e criem um ambiente favorável ao crescimento sustentável”, diz.

FINANCIAMENTO

A secretária de Estado de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka, informou que a piscicultura será contemplada no Programa MT Produtivo, financiado pelo Banco Mundial. O edital prevê investimento total de US$ 100 milhões nos próximos cinco anos, parte destinado especificamente à piscicultura familiar. “Os recursos vão priorizar ações sustentáveis e cooperativas estruturadas, fortalecendo as cadeias produtivas locais”, destacou Fujioka.

O presidente da Empaer, Suelme Fernandes, acrescentou que o estado possui polos produtivos consolidados e projetos integrados com outras cadeias, como a horticultura. “Somente neste ano, destinamos R$ 96 milhões para pequenos projetos, incluindo a piscicultura. São iniciativas de baixo custo, com resultados imediatos”, explicou.

De acordo com dados apresentados na reunião, Mato Grosso produziu 44,5 toneladas de peixe em 2024, com receita estimada em R$ 600 milhões, ocupando atualmente a sétima posição no ranking nacional. Os participantes avaliaram que o estado reúne condições para recuperar o protagonismo no setor, desde que haja planejamento e políticas contínuas de apoio à produção.

Ao encerrar o encontro, o deputado Nininho reafirmou o compromisso da comissão com a reestruturação do setor. “Estamos tratando de uma cadeia que gera renda, emprego e oportunidades no campo. Nosso esforço é para que Mato Grosso volte a ser referência nacional na produção de pescado”, reforça o parlamentar.

Participaram da reunião o vice-presidente da comissão, deputado Gilberto Cattani, e o deputado Chico Guarnieri, além da secretária estadual de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka, do presidente da Aquamat, Darci Fornari, do presidente da Empaer, Suelme Fernandes, do professor Márcio Hoshiba, da UFMT, do advogado Zaid Arbid, do diretor da Faculdade de Agronomia da UFMT, Márcio Hioshida, e do zootecnista da Universidade Estadual de Maringá, Darci Carlos Fornari. Também estiveram presentes representantes da Embrapa, prefeitos, vereadores e lideranças do setor aquícola.

Redação/Sérgio Ober


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