Primavera do Leste / MT - Quarta-Feira, 19 de Novembro de 2025

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Oficina reforça liderança, comunicação e gestão de conflitos entre coordenadores da Saúde de Primavera do Leste



A Secretaria de Saúde reafirma que a iniciativa integra o compromisso permanente de qualificar servidores e aprimorar a gestão das unidades

“Estamos trabalhando com cerca de 80 coordenadores e a devolutiva tem sido muito positiva”
A Secretaria Municipal de Saúde de Primavera do Leste promove, até esta quarta-feira (19), a oficina “Fortalecendo os Laços Interpessoais, Liderança e Gerenciamento de Conflitos na Rede Pública de Saúde”, voltada aos coordenadores que atuam nas unidades da rede municipal. A capacitação é conduzida pela psicóloga Adryeli Rompate, que também é Técnica em Atenção Primária e Especializada Facilita GPB.

A formação tem como objetivo fortalecer relações de trabalho, aprimorar competências de liderança e desenvolver maior preparo emocional para enfrentar os desafios que fazem parte da rotina do serviço público de saúde. Segundo Adryeli, a metodologia adotada aproxima os participantes da realidade cotidiana das unidades.

“Estamos realizando uma roda de conversa com os coordenadores, discutindo de forma muito prática a importância do fortalecimento das relações interpessoais. No dia a dia já nos relacionamos com muitas pessoas, mas nem sempre lembramos que essas relações são atravessadas por crenças, culturas e formas de ser diferentes. O tema já inicia com a palavra ‘fortalecendo’ porque os vínculos já existem, o que precisamos é aprimorá-los”, explicou.

A psicóloga destaca que a complexidade crescente da saúde pública exige profissionais preparados para lidar com pressões, conflitos e demandas diversas. “Os coordenadores enfrentam gargalos diários. A população está cada vez mais adoecida e o sistema mais desafiador. Por isso falamos de resiliência profissional. É fundamental que cada um se conheça, saiba seus limites, suas facilidades e onde precisa evoluir. Sem autoconhecimento, não é possível se posicionar adequadamente diante de um conflito”, afirmou.

Um dos pontos centrais da oficina é o olhar ampliado sobre o conflito. “Trabalhamos a ideia do conflito como matéria-prima. Em vez de focar apenas no problema, buscamos identificar o causador. Só assim deixamos de ‘enxugar gelo’ e passamos a compreender a origem da dificuldade. Essa maturidade emocional se desenvolve com estudo, reflexão e troca entre os profissionais”, explicou.

Outro destaque é a comunicação. Adryeli reforça que a qualidade do diálogo influencia diretamente o trabalho das equipes e o atendimento à população. “Falamos muito sobre os ruídos de comunicação. Muitas vezes não ouvimos e apenas esperamos a nossa vez de falar. E isso faz com que percamos o sujeito, seja o usuário, seja o colega de trabalho. Uma boa comunicação exige escuta ativa, mas a rotina acelerada tem nos afastado disso”, pontuou.

Ela também abordou aspectos culturais que interferem na forma como as pessoas se comunicam. “Desde pequenos somos ensinados, muitas vezes, a resolver tudo no grito. Essa comunicação violenta está impregnada na sociedade. Quando percebemos isso, entendemos por que a gestão de conflitos se torna tão difícil. A cultura pessoal e familiar interfere no trabalho mais do que imaginamos”, relatou.

Ao comentar sobre a participação dos coordenadores, Adryeli se mostrou satisfeita com o engajamento. “Estamos trabalhando com cerca de 80 coordenadores e a devolutiva tem sido muito positiva. Muitos relatam que não sabiam o quanto o autoconhecimento impacta o desempenho profissional. Estão descobrindo que sua história de vida, valores e formas de expressão influenciam diretamente na gestão das unidades”, disse.

A facilitadora reforça ainda a importância da rede de apoio entre os próprios coordenadores. “Eles precisam compartilhar experiências, dificuldades e estratégias. A saúde é, antes de tudo, promoção de saúde, e estamos com pouco tempo para isso no cotidiano. Criar espaços de troca fortalece todos”, destacou.

A psicóloga ressaltou a necessidade de continuidade. “Muitos pediram mais momentos como este e a educação continuada é essencial. Como instituição instalada no município, já estamos organizando novas agendas com outras temáticas para dar sequência a esse processo”, concluiu.



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Brasil - Região

Mauro Mendes vai à Justiça contra decreto de Lula que amplia terras indígenas em MT


Governador do Mato Grosso ressaltou que medida cria insegurança jurídica a centenas de famílias e produtores

O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (UB-MT), anunciou, nesta terça-feira (18) que o Governo de Mato Grosso irá acionar a Justiça contra o decreto do presidente Lula que amplia a demarcação de terras indígenas no estado. As medidas do presidente foram oficializadas durante a Conferência Mundial do Clima (COP 30), em Belém. Uma dessas terras indígenas é a Manoki, tradicionalmente reconhecida com cerca de 46 mil hectares, e que teve sua área ampliada para aproximadamente 250 mil hectares, segundo dados divulgados pelo próprio governo federal.

De acordo com o governador, a ampliação desrespeita diretamente o artigo 13 da Lei 14.701, que proíbe a expansão de terras indígenas já demarcadas.
Além da Manoki, o governo federal também homologou a Terra Indígena Uirapuru, com cerca de 21,6 mil hectares, e a Terra Indígena Estação Parecis, com aproximadamente 2,1 mil hectares, ambas localizadas em regiões produtivas de Mato Grosso.

“Determinei à Procuradoria-Geral do Estado que ingresse imediatamente na Justiça para barrar essa ilegalidade. Não estamos discutindo o direito dos povos indígenas, que é legítimo, mas sim um decreto que afronta a lei, cria insegurança jurídica e coloca em risco a vida de quem mora e produz nessas áreas”, afirmou o governador.

Mauro lembrou que Mato Grosso possui atualmente 73 terras indígenas demarcadas, que somam 15 milhões de hectares, o equivalente a 16% de todo o território estadual. Ele reforçou que o respeito aos povos indígenas deve vir acompanhado de políticas públicas reais, como saúde, educação, assistência e infraestrutura, e não apenas de decretos que ampliam território sem planejamento e sem diálogo com as comunidades e com as famílias já estabelecidas no local.

O governador também destacou que na região da TI Manoki existem centenas de famílias e dezenas de CARs (Cadastros Ambientais Rurais) registrados, alguns deles amparados por decisão judicial, o que agrava a situação de conflito fundiário. Além disso, Mauro ressaltou que Mato Grosso é um dos estados que mais preservam o meio ambiente, com 60% do território protegido, índice superior ao de diversos países que usualmente cobram ações ambientais do Brasil.

“Mato Grosso faz a sua parte. Preserva, produz e respeita a lei. Não é criando problema para milhares de brasileiros em pleno evento internacional que vamos avançar. Queremos diálogo e respeito”, concluiu.

JP


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