Neri aposta em guinada de Pivetta e sugere aliança com Jayme

O ex-ministro da Agricultura e ex-deputado federal Neri Geller (Republicanos) defende que o vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta, busque o apoio do senador Jayme Campos (União Brasil) para compor um arco de aliança na disputa ao governo do Estado em 2026.

Apesar do congressista também mirar numa candidatura ao Executivo Estadual, Neri ponderou que o apoio de lideranças históricas como Jayme pode ser decisivo na consolidação de um projeto de continuidade da atual gestão estadual.

 

“O Pivetta tem que saber se comunicar com a sociedade durante o período eleitoral e construir um arco de aliança forte. Precisa conversar com lideranças importantes como o senador Jayme Campos… Eu tenho um grande respeito por ele, por tudo que ele fez por Mato Grosso e por tudo que ajudou o governador Mauro Mendes. Ele é um parlamentar respeitado e tem um histórico muito forte”, afirmou ao programa Roda de Entrevista (TV Vila Real, canal 10.1).

A declaração ocorre em meio aos primeiros movimentos de bastidores que já projetam possíveis nomes para a sucessão do governador Mauro Mendes, que conclui seu segundo mandato em 2026.

 

Neri reforçou que Pivetta possui experiência de gestão e trajetória política sólida, apesar das críticas sobre falta de carisma e popularidade. Segundo ele, esse tipo de avaliação costuma mudar durante as campanhas. “A hora que ele for para uma campanha eleitoral, eu não tenho dúvida de que ele tem condições de ganhar a eleição. E mais do que isso, tem condições de fazer uma grande gestão pelo Estado de Mato Grosso”, disse.

Embora defenda a aliança entre os dois, Neri também reconheceu a legitimidade de Jayme em pleitear uma candidatura ao governo, mas reforçou que a união será essencial para evitar fragmentação do grupo político. “Se não tiver a base toda alinhada, pode ter segundo turno. O Jayme tem legitimidade, mas acredito que vão conversar e chegar numa grande aliança”, concluiu.

GD

Geller rejeita retornar ao Ministério da Agricultura de Fávaro; ‘comigo ele não conta mais’

Ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller (PP), afirmou que não voltará ao Ministério da Agricultura e Pecuária, enquanto o ministro Carlos Fávaro (PSD). Segundo ele,  o ex-amigo ‘não conta mais com ele’.

 

“Não volto em nenhuma hipótese [para o Ministério da Agricultura]. Com todo respeito, eu quero que o Fávaro, que eu conheço há 30 anos, faça um bom trabalho. Mas comigo ele não conta mais. No Ministério da Agricultura enquanto estiver sob o comando do ministro Fávaro eu não volto”, disse Geller durante entrevista à rádio Jovem Pan Cuiabá nesta quarta-feira (10).

 

A declaração ocorre após Fávaro ter repetido em diversas entrevistas, que Neri Geller poderia retornar ao governo após a conclusão das investigações envolvendo o leilão de 300 mil toneladas de arroz, anulado pelo governo federal após suspeita de irregularidades.  Neri Geller foi demitido após o episódio.

“Não sai atirando em ninguém e o Fávaro não agiu de má-fé, mas ele não agiu correto comigo. Como parceiro dele, como secretário de Política Agrícola, quem tem serviço prestado, quem não se omitiu e chamou a responsabilidade. Eu falei pro Fávaro: vamos conversar, eu assumo a responsabilidade”, lembrou.

 

“Não tem nada de erro, nada de ilegal, se tivesse problema eu mesmo pediria para se afastar. Mas esse leilão não tem vinculo com a secretaria de Política Agrícola. Primeiro foi ele que conduziu o processo, depois o recurso não era nossa [da Agricultura]. Eu apenas dei os dados”, completou.

 

Geller afirmou ainda que já foi chamado para retornar ao governo federal. Contudo, ele afirmou que neste momento, prefere voltar para casa e cuidar dos seus negócios. Porém, deixou aberta a porta para uma possível volta em outra pasta.

 

As declarações de Neri deixa evidente o rompimento entre os dois após o episódio do leilão de arroz. Tanto que Geller decidiu não participar das articulações para as eleições municipais no Estado, junto com Fávaro, incluindo o município de Lucas do Rio Verde (354 KM ao norte de Cuiabá), que é domicilio eleitoral de ambos.

 

Neri Geller foi demitido do cargo após a divulgação de suspeitas de irregularidade no leilão, pelo fato de uma das empresas vencedoras ser comandada pelo seu ex-assessor parlamentar, que é sócio de seu filho em outra empresa. Após a crise, Neri Geller foi demitido pelo ministro Carlos Fávaro.

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