Primavera do Leste / MT - Quarta-Feira, 17 de Setembro de 2025

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A Palavra

Vaticano cogita permitir que homens casados se tornem padres na Amazônia



Possibilidade deve ser aberta preferencialmente para indígenas. Hoje, homens podem exercer a função de diáconos.

Vaticano emitiu, nesta segunda-feira (17), um documento que recomenda à Igreja Católica que considere ordenar homens mais velhos, casados e que tenham famílias constituídas, como padres em regiões remotas da Amazônia. A medida se aplicaria àqueles que tiverem, de preferência, ascendência indígena.

O documento também pede que seja identificado algum tipo de ministério oficial que possa ser conferido às mulheres.

Segundo agências internacionais, o documento é a menção mais direta em um documento do Vaticano à possibilidade de que homens casados possam ser padres. Hoje, eles podem exercer a função de diáconos — o diaconato é um dos ministérios da Igreja.

“Afirmando que o celibato é uma dádiva para a Igreja, pede-se que, para as áreas mais remotas da região, se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã”, diz o documento.

Papa Francisco afirmou, em entrevista ao jornal alemão “Die Zeit” há cerca de dois anos, que era preciso “refletir” sobre a possibilidade de ordenar os chamados “Viri probati”, expressão em latim para “homens provados” que se refere a homens maduros envolvidos na Igreja e casados.

“Também teríamos que definir que tarefas eles poderiam desempenhar, por exemplo, em comunidades remotas”, afirmou Francisco.

Soluções para a Amazônia

Peregrinos católicos exibem faixa com uma imagem de Jesus durante uma viagem de barco em Santa Izabel do Pará, no Pará, em 2012. — Foto: Paulo Santos/Arquivo/ReutersPeregrinos católicos exibem faixa com uma imagem de Jesus durante uma viagem de barco em Santa Izabel do Pará, no Pará, em 2012. — Foto: Paulo Santos/Arquivo/Reuters

Peregrinos católicos exibem faixa com uma imagem de Jesus durante uma viagem de barco em Santa Izabel do Pará, no Pará, em 2012. — Foto: Paulo Santos/Arquivo/Reuters

O documento publicado nesta segunda-feira (17) é um instrumento de trabalho para o Sínodo dos Bispos, marcado para outubro, no Vaticano. O encontro vai discutir a presença da Igreja Católica na região amazônica.

A discussão sobre a possibilidade de homens casados serem ordenados vem de necessidades ouvidas das próprias comunidades da Amazônia, explica Dom Mário Antônio da Silva, bispo de Roraima e segundo vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O principal, diz Dom Mário Antônio, é que pessoas de comunidades distantes, principalmente indígenas, tenham acesso à eucaristia.

Peregrinos católicos durante uma viagem de barco em Santa Izabel do Pará, no Pará, em 2012. — Foto: Paulo Santos/Arquivo/ReutersPeregrinos católicos durante uma viagem de barco em Santa Izabel do Pará, no Pará, em 2012. — Foto: Paulo Santos/Arquivo/Reuters

Peregrinos católicos durante uma viagem de barco em Santa Izabel do Pará, no Pará, em 2012. — Foto: Paulo Santos/Arquivo/Reuters

“Teremos a possibilidade maior de ministros ordenados nas próprias comunidades, e, assim, maior frequência das celebrações eucarísticas”, explica o bispo. Apesar de homens casados poderem se tornar diáconos, a função não permite que ele ouça confissões, ministre a unção dos enfermos (também conhecida extrema-unção) ou a eucaristia.

Ele afirma que há interesse por parte de lideranças indígenas na ordenação.”Há interesse e capacidade. Muitos homens podem ser catequistas ou evangelizadores”, diz.

Dom Mário Antônio ressalta, entretanto, que o objetivo não é abrir a possibilidade de que padres já ordenados se casem, pois o próprio documento ressalta que “o celibato é uma dádiva para a Igreja.”

Olhem para as mulheres, diz organização que defende a ordenação feminina

Campanha da organização Women's Ordination Worldwide faz vigília nesta sexta-feira (3) pela ordenação de mulheres perto do Vaticano, onde é realizado o Jubileu dos Sacerdotes — Foto: Reprodução/ Twitter/ WomensOrdinationConfCampanha da organização Women's Ordination Worldwide faz vigília nesta sexta-feira (3) pela ordenação de mulheres perto do Vaticano, onde é realizado o Jubileu dos Sacerdotes — Foto: Reprodução/ Twitter/ WomensOrdinationConf

Campanha da organização Women’s Ordination Worldwide faz vigília nesta sexta-feira (3) pela ordenação de mulheres perto do Vaticano, onde é realizado o Jubileu dos Sacerdotes — Foto: Reprodução/ Twitter/ WomensOrdinationConf

A esperança, diz Kate McElwee, da organização Women’s Ordination Worldwide, que defende a ordenação feminina na Igreja Católica, é que a discussão que ocorrerá em outubro aprofunde o reconhecimento da presença da mulher na instituição.

“As mulheres estão ministrando às suas comunidades pelas margens”, diz McElwee. “Em nossa crise atual, a Igreja seria sábia em olhar para o chão, olhar para as mulheres. Esperamos que este compromisso de incluir as mulheres nos papéis de decisão se estenda ao próprio Sínodo, permitindo que as mulheres tenham o direito de votar em documentos ao lado de seus pares masculinos”, declarou ao G1.

O Sínodo é uma assembleia de bispos que representam o conjunto de todos os bispos da Igreja Católica e tem a missão de ajudar o Papa no governo da entidade. Ele também pode oferecer orientações sobre a doutrina católica que podem ser transformadas em lei pelo pontífice; foi estabelecido em 1965 pelo Papa Paulo VI.

No final do mês passado, o Papa Francisco nomeou, pela primeira vez na história, mulheres para ocuparem cargos na secretaria-geral do Sínodo.

Dom Mário Antônio explica que a discussão sobre o ordenamento de mulheres não está na pauta do encontro, mas existe a possibilidade de que a participação delas seja discutida, sem necessariamente discutir a ordenação.

Em 2016, Francisco também declarou, a bordo do avião papal, que a proibição de mulheres se tornarem padres na Igreja Católica é para sempre e não deve ser alterada.

G1



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Polícia

Mãe que jogou água quente no filho de 10 anos é presa; criança ficou internada por uma semana


Criança sofreu queimaduras graves nas costas e braços e precisou ser internada no hospital

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada da Defesa da Mulher de Cáceres (DEDM) prendeu, nesta segunda-feira (15), uma mulher, de 28 anos, investigada por lesão corporal dolosa e maus-tratos contra seu filho, de 10 anos.

O caso teve início no dia 6 de setembro, quando a mãe da criança, sob efeito de bebida alcoólica, jogou água quente contra o filho ao se irritar por um acidente doméstico, ocorrido quando o menino temperava água para que a irmã mais nova tomasse banho.

A criança sofreu queimaduras graves nas costas e braços e não foi levada imediatamente para receber atendimento médico. A princípio, o menino foi tratado com pomada de assadura em casa. No dia 7 de setembro, ele foi levado para a casa da tia e recebeu a visita do Conselho Tutelar, que o levou para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Ao saber do ocorrido, a avó materna procurou a DEDM de Cáceres e denunciou a filha. O menino contou à avó que já tinha sido espancado com cinto no dia 4 de setembro por ter pegado R$ 4.

Devido à gravidade dos ferimentos, a vítima precisou ficar internada no Hospital Regional de Cáceres. A criança só recebeu alta nessa segunda-feira (15) e está sob a guarda da avó materna.

Assim que acionada, a Polícia Civil deu início às investigações do caso e constatou que não se tratava de um fato isolado, mas sim que a criança já havia sofrido outras agressões.

Diante disso, o delegado Fabrício Lobato Alencar representou pela prisão da mãe, visando garantir a proteção física e psicológica da criança e impedir novas ações violentas da mãe, devido à gravidade das lesões causadas.

O inquérito policial segue em andamento para a completa elucidação dos fatos. Denúncia de casos de violência contra crianças e adolescentes podem ser realizadas através do Disque 100 ou diretamente nas delegacias de polícia.


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Região

Homem é preso após ser flagrado pelo Corpo de Bombeiros ateando fogo em sítio


A equipe dos bombeiros constatou diversas infrações ambientais, como a supressão de vegetação e queimada ilegal [Foto – CBMMT]
Uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) prendeu, na segunda-feira (15), um homem após flagrá-lo ateando fogo em uma área particular na zona rural do município de Alto Araguaia (a 418,2 km de Cuiabá). Ele foi  conduzido pela Polícia Militar e vai responder por realizar queimada ilegal e por prática de crime ambiental.

O foco ativo do incêndio foi identificado por meio de monitoramento via satélite, realizado pela Sala de Situação Descentralizada, vinculada ao 2º Comando Regional do Corpo de Bombeiros Militar, em Rondonópolis. Imediatamente, uma equipe foi deslocada até a área particular para fazer o combate ao foco ativo.

Ao chegarem à propriedade, os bombeiros flagraram o suspeito iniciando o incêndio e cometendo outros ilícitos ambientais. Ele se identificou como filho do proprietário do terreno. Durante a fiscalização, a equipe constatou diversas infrações ambientais, como a supressão de vegetação em Área de Preservação Ambiental (APA) sem autorização, queima irregular de madeira amontoada e alteração do uso do solo com o uso de grade aradora.

Diante do flagrante, os bombeiros acionaram a Polícia Militar, que conduziu o infrator à Delegacia da Polícia Civil, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante. O infrator responderá pelo crime ambiental, conforme previsto na Lei Federal nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), sujeito a multa e até pena de reclusão.

Segundo o comandante-geral do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), tenente-coronel BM Rafael Ribeiro Marcondes, além da responsabilização criminal, o infrator também poderá ser autuado administrativamente e multado pelo Corpo de Bombeiros por descumprir o Decreto nº 1.403/2025, que estabelece o período proibitivo para o uso do fogo em atividades de limpeza e manejo de áreas rurais no estado.

“Para que possamos aplicar a multa, é necessário quantificar o impacto e a extensão da área atingida. Como a equipe que estava no local era exclusivamente operacional, focada no combate ao incêndio, não foi possível realizar esse levantamento no momento. No entanto, as providências já estão sendo tomadas. O Estado adota uma política de tolerância zero com crimes ambientais”, afirmou o comandante.

Somente em 2025, o Corpo de Bombeiros já aplicou R$ 79,3 milhões em multas administrativas por crimes ambientais e as ações de fiscalização ambiental já resultaram em autuações em mais de 114 propriedades, abrangendo uma área superior a 108 mil hectares.

Proibição do uso do fogo

O CBMMT reforça o alerta à população sobre a proibição do uso de fogo para limpeza e manejo de áreas rurais em Mato Grosso. De 1º de junho até 31 de dezembro está proibido o uso do fogo no Pantanal. Nas regiões da Amazônia e do Cerrado, o período proibitivo teve início em 1º de julho e vai até 30 de novembro. Já nas áreas urbanas, o uso do fogo é proibido durante todo o ano.

Em caso de qualquer indício de incêndio florestal, a orientação é que a denúncia seja feita imediatamente pelos números 193 (Corpo de Bombeiros) ou 190 (Polícia Militar).

Fonte: O Documento


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