Primavera do Leste / MT - Segunda-Feira, 17 de Novembro de 2025

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MPE adota providências para combater focos de incêndio em MT



Apontado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) entre os sete municípios que apresentam os maiores índices de focos de incêndio em Mato Grosso, São Félix do Araguaia, distante 1.156 Km de Cuiabá, já sofre os efeitos das queimadas. A situação é preocupante e levou o Ministério Público do Estado de Mato Grosso a adotar uma série de providências.

O primeiro passo foi buscar unir esforços com as demais instituições que atuam na defesa do meio ambiente. O Ministério Público Federal, Ibama e Funai, por exemplo, ficaram responsáveis pela sensibilização da população indígena sobre os problemas graves das queimadas.

O promotor de Justiça Jairo José de Alencar Santos ressalta que parte dos focos de incêndio registrados na região ocorre em Terras Indígenas, na Ilha do Bananal, situada nos municípios de Formoso do Araguaia e Lagoa da Confusão, ambos no Estado do Tocantins. Por serem muito próximos a São Félix do Araguaia, a população local acaba sendo a maior prejudicada.

Na área urbana, o MPE requereu à Secretaria de Obras e Limpeza Pública que intensifique a coleta de lixo para evitar eventuais alegações de acúmulo de resíduos sólidos pelos moradores. Ações de sensibilização da população em relação às queimadas e à limpeza dos terrenos também deverão ser realizadas.

Também foi solicitado às polícias Civil e Militar que ampliem a realização de medidas repressivas e preventivas relacionadas à temática. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente também foi notificada a intensificar as fiscalizações na região.

“Por meio dessas ações, algumas autuações já foram realizadas e adotadas as medidas cabíveis. No que tange aos crimes de menor potencial ofensivo, os documentos coletados foram autuados e encaminhados para o Juizado Especial da Comarca, a fim de que haja a rápida solução do litígio”, destacou o promotor de Justiça.

Segundo ele, todas as ofertas de transação penal pelo Ministério Público passaram a constar como uma das condições a doação de mudas indicadas pela Secretaria de Meio Ambiente de São Félix do Araguaia. Em um segundo momento, a Promotoria de Justiça pretende premiar alunos, por meio da elaboração e execução de projetos e atividades voltadas para a proteção e recuperação do meio ambiente.

Assessoria de Imprensa do Ministério Público do Estado de Mato Grosso



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política

PISCICULTURA: Deputado Nininho defende retomada da liderança de Mato Grosso na produção de pescado


Comissão da Assembleia discute medidas para destravar licenciamentos, ampliar financiamento e fortalecer cooperativas da piscicultura em Mato Grosso; Baixada Cuiabana terá projeto piloto

A estruturação da piscicultura em Mato Grosso foi tema central da reunião extraordinária da Comissão de Agropecuária, Desenvolvimento Florestal e Agrário e de Regularização Fundiária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), presidida pelo deputado estadual Ondanir Bortolini – Nininho (Republicanos). O encontro, realizado nesta terça-feira (11), discutiu ações para retomar o protagonismo do estado na produção de pescado, com foco em licenciamento ambiental, financiamento e integração técnica.

O debate apresentou o projeto piloto para o licenciamento ambiental de mais de dois mil empreendimentos aquícolas na Baixada Cuiabana, a proposta de financiamento da Associação Mato-grossense dos Aquicultores (Aquamat) e uma parceria técnica entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a entidade. A iniciativa busca fortalecer a pesquisa e o desenvolvimento sustentável do setor, considerado estratégico para a economia regional.

Segundo Nininho, a prioridade é organizar a cadeia produtiva com base em cooperativas e acesso a crédito. “Nosso objetivo é estruturar toda essa cadeia. A ideia é criarmos cooperativas para incluir no programa do Banco Mundial, buscando recursos a fundo perdido, que não precisam de devolução, para apoiar o pequeno produtor e consolidar essa atividade”, afirma.

O parlamentar ressaltou que Mato Grosso já liderou a produção nacional de peixe e hoje ocupa posição inferior ao seu potencial. “Temos água em abundância, tecnologia e profissionais qualificados. Falta apenas organização e incentivo para retomarmos a liderança”, declara Nininho.

DIAGNÓSTICO E INTEGRAÇÃO

O professor Márcio Hoshiba, da UFMT e integrante do Núcleo de Estudos em Pesca e Aquicultura (Nepes), apresentou proposta de diagnóstico das condições da piscicultura na Baixada Cuiabana. O levantamento, estimado em R$ 1 milhão, deve abranger cerca de 800 propriedades rurais. “O estudo vai permitir compreender as necessidades dos produtores, aprimorar a compra de insumos e desenvolver tecnologias adequadas à realidade local. O sucesso depende da integração entre pesquisa e produção”, explica Hoshiba.

O presidente da Aquamat, Darci Fornari, defendeu a integração e a verticalização da produção para aumentar a competitividade. “Temos potencial para sermos o maior produtor de peixe do Brasil. O desafio é fortalecer as cooperativas e reduzir a atuação isolada dos pequenos produtores, que representam 80% do setor. Queremos aplicar o modelo de sucesso das grandes operações também aos pequenos”, pontua.

Fornari destaca o papel do Legislativo na articulação de políticas públicas. “Viemos à Assembleia porque o Parlamento tem força para direcionar programas que impulsionem o setor e criem um ambiente favorável ao crescimento sustentável”, diz.

FINANCIAMENTO

A secretária de Estado de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka, informou que a piscicultura será contemplada no Programa MT Produtivo, financiado pelo Banco Mundial. O edital prevê investimento total de US$ 100 milhões nos próximos cinco anos, parte destinado especificamente à piscicultura familiar. “Os recursos vão priorizar ações sustentáveis e cooperativas estruturadas, fortalecendo as cadeias produtivas locais”, destacou Fujioka.

O presidente da Empaer, Suelme Fernandes, acrescentou que o estado possui polos produtivos consolidados e projetos integrados com outras cadeias, como a horticultura. “Somente neste ano, destinamos R$ 96 milhões para pequenos projetos, incluindo a piscicultura. São iniciativas de baixo custo, com resultados imediatos”, explicou.

De acordo com dados apresentados na reunião, Mato Grosso produziu 44,5 toneladas de peixe em 2024, com receita estimada em R$ 600 milhões, ocupando atualmente a sétima posição no ranking nacional. Os participantes avaliaram que o estado reúne condições para recuperar o protagonismo no setor, desde que haja planejamento e políticas contínuas de apoio à produção.

Ao encerrar o encontro, o deputado Nininho reafirmou o compromisso da comissão com a reestruturação do setor. “Estamos tratando de uma cadeia que gera renda, emprego e oportunidades no campo. Nosso esforço é para que Mato Grosso volte a ser referência nacional na produção de pescado”, reforça o parlamentar.

Participaram da reunião o vice-presidente da comissão, deputado Gilberto Cattani, e o deputado Chico Guarnieri, além da secretária estadual de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka, do presidente da Aquamat, Darci Fornari, do presidente da Empaer, Suelme Fernandes, do professor Márcio Hoshiba, da UFMT, do advogado Zaid Arbid, do diretor da Faculdade de Agronomia da UFMT, Márcio Hioshida, e do zootecnista da Universidade Estadual de Maringá, Darci Carlos Fornari. Também estiveram presentes representantes da Embrapa, prefeitos, vereadores e lideranças do setor aquícola.

Redação/Sérgio Ober


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