Primavera do Leste / MT - Quarta-Feira, 13 de Novembro de 2024

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A Palavra

Por que os jovens de hoje só pensam em beber? 50 mil jovens morrendo no trânsito por causa da bebida.



Eu não sei quando isso começou. Algo me diz que foi há 10 anos, quando eu estava prestes a concluir o ensino médio. Há quem diga que no fundo as coisas sempre foram assim. Mas o fato é que aconteceu e de repente a grande maioria dos caras e também das meninas da minha geração começaram a considerar como principal razão e conquista da vida nada mais que consumir bebida alcoólica.

Em uma progressão contínua, de repente todos passaram a se orgulhar em beber e beber muito. Fotos de latas de cervejas empilhadas ganham repercussão desmedida nas redes sociais. Nos grupos de Whatsapp criados para reunir as galeras da época do colégio, muitas pessoas orgulham-se de estar tomando uma naquele momento e parece existir uma espécie de disputa velada para ver quem se destaca quando o assunto é álcool. Ninguém se interessa pela vida um do outro, ninguém está interessado em compartilhar conquistas, sendo que a única conquista possível é justamente encher a cara.

Existe sentido na vida para além do copo cheio

Tem outros troféus além de ser o que mais empilha latinhas vazias

Obviamente esse texto não se trata de algo escrito por um crente legalista que repudia o menor contato com a bebida alcoólica. Pelo contrário, apesar de ter tomado uma decisão pessoal de não beber, tenho a lucidez teológica e espiritual necessária para entender que as bebidas alcoólicas fazem parte de um grupo de bebidas, onde muitas outras são inclusive muito mais prejudiciais à saúde, como por exemplo os refrigerantes. Sim, há pessoas que consomem bebidas alcoólicas porque curtem o sabor e  são apreciadores, e jamais fazem disso um troféu ou o único assunto sobre o qual conseguem falar.

Dito isso, preciso retornar ao meu assunto inicial.  A minha geração tornou-se um sem número de jovens que só pensam em beber. As motivações para isso, penso eu, são inúmeras. Entre elas, o já famigerado desejo de aceitação social, a desilusão com a vida e a falta de coragem de admitir sua dificuldade de ser, conforme falou Paul Tilich.

Antigamente, consumir bebida alcoólica até ficar doidão era sinal de masculinidade. Hoje, é sinal de ser descolado, por isso até as mulheres o fazem

Os nerds, os quietos, os estranhos, os excluídos, entre outras minorias presentes no colégio se transformaram em pessoas incluídas a partir do momento em que fizeram de suas vidas algo parecido com a dos descolados, bonitões, esportistas e etc. Isso significa que ambos se reúnem diante de uma mesa para tomar cerveja.  Não obstante, encontra-se o fato dessa geração ser desiludida com a vida. Também pudera, as instituições políticas faliram de vez, as religiosas encontram-se no século passado, empreender no Brasil é quase impossível e assinar um contrato de trabalho é quase como assinar um tratado de escravidão. Poderia restar-lhes o amor, mas são igualmente desiludidos nessa área, diante das decepções e também do receio que permeia a mente ao ver o fracasso do casamento dos pais e parentes próximos. Enfim, resta-lhes o bar.

Sobre o assunto, a maioria deles disfarça ao serem questionados sobre a razão de tanta bebedeira. A tangente para sair é o humor ou a auto depreciação exagerada e embalsamada de ironia. Do alto de seus 20 e poucos gritam, para ver se o barulho da voz disfarça o tamanho da vergonha do fracasso.  Diante disso, parece não mais existir esperança de mudança. De fato,  enquanto a desesperança for a rainha, os bobos da corte serão movidos a álcool.

A vida pode ser mais 

No entanto, ainda pode existir uma mudança a partir daqueles que perceberem que de repente encher a cara não é a coisa mais extraordinária da vida. Isso porque, no fundo, no fundo, ninguém quer um marido/esposa beberrão, e filho nenhum merece fazer terapia aos 12 anos por sofrer com pais alcoólatras.

Não é papo de crente. Ou é, mas não com aquela velha intenção de simplesmente fazer mais um prosélito. A questão é que sem beber para ficar bêbado, também é possível se divertir. É claro, um pouco menos desinibido, mas com diversão sim. Os benefícios para o corpo a curto e médio prazo são provados e comprovados pela ciência. Ademais, cerca de 50 mil brasileiros morrem por ano em acidentes relacionados ao abuso de álcool, mais ou menos o mesmo número de soldados mortos na Guerra do Vietnam.

50 mil jovens morrendo no trânsito por causa da bebida. Mas ninguém liga!

Por fim, faço um apelo a toda essa geração que só vê sentido na vida se ela for regada a bebida alcoólica. E digo que não, o apelo não é para que parem de beber. Seria muita pretensão e proselitismo barato. Mas a intenção é que mude sua forma de se relacionar com a bebida. O Dr. Dráuzio Varela diz que quem bebe ocasionalmente possui um repertório amplo e diversificado de atividades que lhe proporciona prazer. Essa pessoa corre, lê, vê televisão, vai ao cinema, faz esporte, etc. Portanto, aconteça o que acontecer, encontre um sentido para sua vida que vá para muito, muito, muito além da bebida alcoólica.

Ou esqueça tudo o que leu e seja pra sempre um grande fracasso!

Texto.L 



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política

Veja organograma de como funcionava esquema de fraude e desvio de recursos em prefeitura de MT


Por g1 MT

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) apresentou um organograma com os seis presos na Operação Gomorra, que foi deflagrada nessa quinta-feira (7)mostrando como funcionava o esquema entre os investigados por fraude de licitações e desvio de recursos em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá. De acordo com o MP, esse mesmo grupo tem contratos, que agora são investigados, com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais .

No documento apresentado pelo MP, em conjunto com a Polícia Civil, é possível identificar que Edézio Corrêa, líder do grupo, contava com a ajuda e apoio da convivente: Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição, dos sobrinhos: Roger Corrêa da Silva, Waldemar Gil Corrêa Barros e Jânio Corrêa da Silva, da irmã: Eleide Maria Correa, e da sócia: Karoline Quatti Moura (veja abaixo a ligação entre eles).

Para viabilizar o esquema, quatro empresas foram criadas com o objetivo de firmar contratos fraudulentos com as prefeituras e câmaras municipais. Cada integrante da organização ficou responsável pela administração de uma dessas empresas, garantindo o funcionamento do esquema e a manipulação dos processos licitatórios.

Organograma mostrando como funcionava o esquema de desvio — Foto: MPMT

Organograma mostrando como funcionava o esquema de desvio — Foto: MPMT

O que cada integrante fazia:

  • Tayla: sócia da Pontual Comércio e Serviços de Terceirizações LTDA;
  • Roger: sócio da Pantanal Gestão e Tecnologia LTDA;
  • Eleide: sócia da Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática LTDA e foi sócia da Centro América Frotas LTDA de janeiro a março de 2020;
  • Waldemar: foi sócio da Saga Comércio de 2017 a 2020;
  • Jânio: sócio ativo da Centro América desde 2007
  • Karoline: proprietária da Karoline Quatti Moura e PP

O g1 tenta localizar a defesa dos investigados.

De acordo com o MP, Karoline fazia movimentações desde o ano de 2019 e, até 2020, movimentou mais de R$ 8,3 milhões para a Saga Comércio, durante esse período.

Além disso, a investigação constatou que o esquema de fraude consistia em manipular processos licitatórios para garantir contratos fraudulentos entre a administração pública e empresas de fachada. O modus operandi envolvia a participação ativa de prefeitos municipais, que, como ordenadores de despesa, facilitavam a fraude e garantiam a continuidade do esquema, mesmo após a prisão de alguns dos investigados. Até o momento, não foi divulgado o nome de prefeitos ou vereadores envolvidos na organização criminosa.

As investigações também revelaram que o grupo atuava principalmente em prefeituras do interior de Mato Grosso, sendo o município de Barão de Melgaço, um dos principais alvos das fraudes.

A investigação identificou quatro empresas que, embora legalmente registradas, eram utilizadas de maneira indevida para viabilizar as fraudes. No caso específico de Barão de Melgaço, o esquema se tornava ainda mais evidente, com as empresas sendo contratadas para fornecer serviços e produtos que, na prática, nunca eram entregues, ou eram entregues de forma inadequada e superfaturada.

Diante às fraudes, o Ministério Público solicitou à Justiça uma série de medidas cautelares para impedir que o grupo siga atuando. Entre as medidas requeridas, estão a suspensão das atividades econômicas das empresas envolvidas no esquema e o afastamento do sigilo de dados eletrônicos. A Justiça manteve a prisão temporária dos integrantes do grupo.

Além disso, o MP e a Polícia Civil também solicitaram a busca e apreensão de computadores, notebooks, celulares e documentos nos endereços residenciais e profissionais dos investigados, para coletar mais provas que possam esclarecer o papel de cada envolvido e detalhar a atuação do grupo criminoso.

Entenda o caso

 

Nesta quinta-feira, após a prisão dos envolvidos, o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) divulgou uma lista com supostos contratos firmados pelo grupo com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais de Mato Grosso (veja lista no final da matéria).

Conforme a investigação, em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá, os suspeitos utilizaram ‘cartões coringa’ como mecanismo para desvio de combustível e prática de sobrepreço — valor cobrado acima do preço justo de forma abusiva.

De acordo com o Naco, a identificação do esquema ocorreu após a análise de todos os processos licitatórios homologados pela Prefeitura de Barão de Melgaço com uma empresa, desde o período de 2020 até a atualidade.

A investigação

 

Durante a investigação, foi constatado que outras empresas que participaram desses processos tinham sócios pertencentes à mesma família do proprietário da empresa. Além disso, algumas dessas empresas nem sequer estavam em operação.


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cidade

Servidores são alvos de operação que investiga aliciamento de eleitores indígenas para influenciar resultado de eleição em município de MT


Envolvidos teriam coagido indígenas a transferirem os títulos eleitorais para o município, com o intuito de votarem em determinados candidatos durante as eleições municipais de 2024.

Dois servidores públicos foram alvos de uma operação deflagrada pela Polícia Federal, nesta sexta-feira (8), que investiga um esquema de aliciamento de eleitores indígenas da etnia Enawene Nawe, em Brasnorte, a 580 km de Cuiabá, para influenciar no resultado das eleições municipais deste ano.

A suspeita é que os envolvidos teriam coagido indígenas a transferirem os títulos eleitorais para o município, com o intuito de votarem em determinados candidatos a vereador e a prefeito.

Conforme a investigação da polícia, servidores estariam envolvidos no fretamento de dois ônibus para transportar eleitores indígenas ao município durante o período eleitoral. Segundo a PF, os votos arrecadados seriam para atual prefeito do município, Edelo Ferrari (União), reeleito nas eleições municipais de 2024, com 4.634 dos votos válidos.

g1 entrou em contato com a Prefeitura de Brasnorte, que informou não ter conhecimento oficial dos fatos apurados pela operação e que, assim que tiverem acesso às informações, prestarão os esclarecimentos necessários. Já Edelo não deu retorno até esta publicação.

Prefeito de Brasnorte, Edelo Ferrari, afirma que Brasnorte é o futuro celeiro de Mato Grosso. — Foto: Prefeitura de Brasnorte - MT

Prefeito de Brasnorte, Edelo Ferrari, afirma que Brasnorte é o futuro celeiro de Mato Grosso. — Foto: Prefeitura de Brasnorte – MT

Outros crimes eleitorais

 

Uma outra operação deflagrada também nesta sexta, em Brasnorte, investiga a divulgação de vídeos íntimos, envolvendo outro candidato a prefeito nas eleições 2024.

A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão, com o objetivo de coletar provas que possam identifiquem os responsáveis pela produção e divulgação das imagens.

Policiais apreenderam uma quantia de R$ 100 mil em espécie — Foto: Reprodução

Policiais apreenderam uma quantia de R$ 100 mil em espécie — Foto: Reprodução

Durante as buscas, os policiais apreenderam três celulares, uma pistola, várias munições e uma quantia de R$ 100 mil em espécie.

Em decorrência da posse ilegal de arma de fogo, o suspeito foi preso em flagrante e uma nova investigação foi instaurada para apurar a origem do dinheiro apreendido.

Fonte: G1 MT


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