Primavera do Leste / MT - Segunda-Feira, 15 de Dezembro de 2025

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Professores querem ano letivo dado como “perdido” e expõem conversas com alunos



Por que você não fez a tarefa?” – cobra o professor pelo WhatsApp. “Porque passei a semana no sítio e cheguei hoje”, responde o aluno. “Tudo bem, faz agora”, rebate. Nisso, a menina manda uma foto, com material de limpeza ao lado, e informa que está assistindo aula, enquanto faz faxina em casa.

Corta!

Um outro professor questiona o aluno. “Você está sem acesso ao teams (plataforma usada pela Seduc para aulas virtais)?” O aluno manda print do sistema fora do ar. “Já até desisti, vou pegar apostila (outra forma de acompanhar as aulas)”. Este é o caso de um aluno considerado “excelente”, se mostrando frustrado por não ter wifi.

Corta!

“Você não me enviou as respostas?” – pergunta a professora. “To indo (sic)”, responde o aluno e, em seguida, manda duas fotos de textos escritos à mão, de lápis, impossíveis de ler.

Conversas entre professores e alunos pelo WhatsApp, da rede estadual, expõem uma série de dificuldades que têm enfrentado, nas aulas remotas devido à pandemia. Docentes afirmam, em uma avaliação realista, que o aprendizado, neste período, ficou muito comprometido, ao ponto de questionarem se o ano deveria ser validado ou não. Desde 23 de março, devido à pandemia, o governo tem ofertado conteúdo não presencial, mas apenas a partir de 3 de agosto elas passaram a ser contabilizadas no ano letivo – veja detalhes sobre o retorno das aulas e planejamento da Seduc.

Após diversos debates sobre isso, o Sintep, que é o sindicato da classe, formalizou, este mês, junto ao Governo um pedido de consideração desta verdade incômoda e que dê o ano letivo como “perdido”. Porém, de acordo com o presidente da entidade, Valdeir Pereira, a tendência é que “feche os olhos”, tanto é que a possibilidade de retorno das aulas presenciais foi discutida por diretores e representantes da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), em reunião por webconferência, esta semana, na quarta (23). “É a política do faz de conta”, critica o sindicalista.

 

aulas remotasSegundo ele, os alunos das diversas  séries não assimilaram, de forma coletiva, o que preveem as diretrizes curriculares. Além disso, apesar da classe estar trabalhando demais, exausta e estressada com tantos contratempos, os resultados são preocupantes.

Muitos problemas

Professora de História da Escola Estadual João Briene de Camargo, no bairro Lixeira, em Cuiabá, Marivone Pereira, é também vice-presidente do Sintep, na sub-sede da Capital. Ela ressalta que, além do problema tecnológico – de acesso limitado a computador e celular e a internet estável e rápida – tem ainda a questão econômica, que impactou muito no ensino-aprendizagem.

Como ela leciona no Ensino Médio, maioria dos alunos é adolescente e teve que trabalhar, nesta pandemia, para ajudar em casa.

Diante de todas essas questões, notou imenso esvaziamento das salas.

“Fala-se em um terço de presença em sala (virtual), mas nas minhas turmas não verifiquei nem isso na prática, não dá nem 30%”.

Com o Enem se aproximando, vê enorme desigualdade na disputa por vagas nas universidades entre alunos da rede pública e privada. E lamenta o processo excludente dos que frequentaram poucas aulas, usando muitas vezes dados móveis, saindo da aula quando acaba o crédito, sem sistema para uma plataforma pesada.

As aulas dela transcorrem mais pelo WhatsApp, do que pela plataforma ou através de apostilas. Alunos da zona rural, segundo resalta, estão mais prejudicados ainda.

Para ela, a avaliação da apredizagem irá passar por todas essas problemáticas.

“Sabemos que a pandemia exige o isolamento social e que as aulas remotas são necessárias, mas o que queremos é que os gestores reflitam sobre essa situação, nesse prejuízo educacional”, diz Marivone.

Alunos especiais, um drama a mais

A artesã Beyza Aparecida, 39, é mãe de um rapaz que está no 3º ano do Ensino Médio. Ele é cego. Nasceu prematuro e com 4 meses de idade veio o diagnóstico oftalmológico. Desde então, ele vem tendo o desenvolvimento escolar normal. Agora, com as aulas remotas, o processo para ele tem um agravante. Precisa de apoio de alguém para ler textos e outras informações repassadas, senão fica perdido. Antes da pandemia, a mãe o levava à escola, trabalhava e tirava a tarde para ajudá-lo. “Minha rotina mudou e a dele também. Vamos levando, mas ele não quer fazer Enem, não se sente preparado. Medo de chegar na hora da prova e se frustrar”.

Faltam professores

Outro problema que se soma a tudo isso é a falta de professores. O déficit, que de acordo com o Sintep é de 1500 vagas abertas, ocorre porque, em ano eleitoral, fica vetada a contratação, seis meses antes, seis meses depois, do pleito.

Em uma escola estadual da região Sul, diretora assegura que está sem 5 professores e isso tem dificultado tocar as aulas normalmente com toda essa vacância.

Presidente do Sintep, Valdeir Pereira, critica isso e diz que ou é falta de organização ou má fé, para economizar dinheiro, em cima dessa questão.

Rodinei Crescêncio

Marioneide Kliemaschewsk
Secretária Marioneide acredita que seja possível recuperar tais perdas

Outro lado

Em vídeo exposto no youtube de reunião feita com diretores da rede estadual a secretária Marioneide Kliemaschewsk reconhece que a aprendizagem ficou comprometida este ano. “A pandemia nos trouxe uma realidade diferente, necessidades diferentes, diante das inúmeras limitações, não conseguiremos desenvolver a mesma aprendizagem, que dito em ano normal, o que na realidade isso já não vem acontecendo desde 2018, porque 2019 também não foi um ano normal, decorrente da greve, e 2020, da pandemia. Ou seja os desafios que veem pela frente com relação à recuperação da aprendizagem são imensos”.

Porém em resposta ao , nega “caos no ensino remoto” e descarta totalmente considerar o ano perdido. “É importante entender que a pandemia nos trouxe para um momento de reflexão para os valores da vida e o primeiro valor da vida é a própria vida”.

A secretária diz ainda que “caos” seria perder vidas de alunos para Covid e alega que haverá um grande plano para retomada das aulas, com aval das autoridades da saúde. Perdas na aprendizagem serão, segundo ela, recuperadas.

RD News



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Região

Administração Sérgio Machnic promove maior campanha de regularização fundiária de Primavera e transforma realidade de famílias da Vila União


Segundo o gestor, o resultado é fruto de um trabalho coletivo e comprometido que vem sendo realizado de modo ímpar pelas equipes

O prefeito também ressaltou que outras melhorias seguem no planejamento da gestão, tanto para a comunidade quanto em outras área

O domingo (14) ficará marcado na história da Vila União como o dia em que um sonho aguardado por mais de quatro décadas se tornou realidade. A Prefeitura de Primavera do Leste realizou a entrega de 23 títulos de posse definitiva por meio da regularização fundiária, garantindo às famílias da comunidade documentação oficial, segurança jurídica e tranquilidade para quem construiu sua vida no local ao longo de muitos anos.

 

A ação integra o amplo programa de regularização fundiária desenvolvido pela administração do prefeito Sérgio Machnic e da vice-prefeita Iva Viana, que vem avançando em diferentes regiões do município com o objetivo de assegurar dignidade, cidadania e o direito à moradia regularizada. O ato contou com a presença de vereadores, secretários municipais, defensor público, conselheiro da OAB, servidores públicos, moradores da comunidade e o doador da área, Miguel do Lago, foi representado pelo irmão, Daniel.

 

O prefeito Sérgio Machnic destacou que o momento simboliza muito mais do que a entrega de documentos.“Hoje, mais do que papéis, estamos entregando direitos. Estamos entregando segurança jurídica, tranquilidade e a realização de um sonho antigo dessa comunidade. Recebam o nosso respeito, a nossa alegria e a certeza de que a Vila União representa muito para esta gestão”, afirmou.

 

Segundo o gestor, o resultado é fruto de um trabalho coletivo e comprometido. “Esse avanço só foi possível porque temos um time presente e comprometido, que vai a campo, escuta a população e resolve. Aqui não tem enrolação: o que precisa ser feito, a gente faz. É assim que as coisas acontecem”, completou.

 

O prefeito também ressaltou que outras melhorias seguem no planejamento da gestão, tanto para a comunidade quanto em outras áreas. “Temos muito a fazer ainda nas áreas da saúde, pavimentação, iluminação e infraestrutura. Não se faz tudo de uma vez, mas se faz com planejamento, organização, diálogo e transparência com a população”, destacou.

 

A vice-prefeita Iva Viana reforçou que o foco da administração municipal é atender às reais necessidades da população. “Quando há organização, prevenção e compromisso, as ações acontecem. Hoje estamos garantindo dignidade com a entrega dos documentos e o direito à moradia, que é o que as pessoas precisam. Governar é cuidar das pessoas e fazer o bem todos os dias”, pontuou.

 

A secretária de Assistência Social, Alexssandra Ziliotto, destacou o empenho das equipes e o apoio da gestão municipal. “Esse é o resultado de um trabalho coletivo, construído com dedicação, persistência e diálogo com a comunidade. Nada disso seria possível sem a confiança e a liberdade que o prefeito Sérgio dá para que as equipes busquem soluções e entreguem resultados”, afirmou.

 

O secretário de Governo, Valfredo Rodrigues, ressaltou que a entrega dos títulos é resultado de um esforço contínuo da gestão municipal para atender uma demanda histórica da Vila União. Ele explicou que o processo exigiu o cumprimento de critérios legais e o trabalho conjunto de diversos setores. Valfredo agradeceu às equipes técnicas, à engenharia, ao apoio jurídico e aos vereadores, destacando que todos os apontamentos do cartório foram sanados e que a união entre os poderes foi fundamental para a conclusão do processo, garantindo segurança jurídica e dignidade às famílias beneficiadas.

 

O superintendente de Habitação, Everaldo Cabral, também enfatizou o significado da entrega. “Regularização fundiária é gratidão e justiça social. É garantir que essas famílias tenham o direito reconhecido sobre aquilo que sempre foi delas. Hoje estamos cumprindo um compromisso assumido com a comunidade”, declarou.

 

O líder do prefeito na Câmara Municipal, vereador Eraldo Fortes, destacou a importância do momento vivido pela comunidade da Vila União, ressaltando que a entrega dos títulos representa mais do que documentos, simbolizando dignidade, segurança e tranquilidade para as famílias. Eraldo parabenizou o prefeito Sérgio Machnic e toda a gestão municipal pela conclusão do processo de regularização fundiária, destacando o compromisso com a valorização das pessoas e o respeito à comunidade.

 

O Defensor Público, Rafael Cardoso ressaltou que a entrega dos títulos representa um momento histórico para a Vila União, pois o documento registra definitivamente a história e a luta da comunidade. Segundo ele, a regularização garante moradia digna, segurança jurídica e a possibilidade de realizar melhorias nos imóveis, além de assegurar que o patrimônio permaneça com as famílias e seus herdeiros. O defensor parabenizou a gestão municipal pela iniciativa.


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