Primavera do Leste / MT - Domingo, 14 de Setembro de 2025

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Professores querem ano letivo dado como “perdido” e expõem conversas com alunos



Por que você não fez a tarefa?” – cobra o professor pelo WhatsApp. “Porque passei a semana no sítio e cheguei hoje”, responde o aluno. “Tudo bem, faz agora”, rebate. Nisso, a menina manda uma foto, com material de limpeza ao lado, e informa que está assistindo aula, enquanto faz faxina em casa.

Corta!

Um outro professor questiona o aluno. “Você está sem acesso ao teams (plataforma usada pela Seduc para aulas virtais)?” O aluno manda print do sistema fora do ar. “Já até desisti, vou pegar apostila (outra forma de acompanhar as aulas)”. Este é o caso de um aluno considerado “excelente”, se mostrando frustrado por não ter wifi.

Corta!

“Você não me enviou as respostas?” – pergunta a professora. “To indo (sic)”, responde o aluno e, em seguida, manda duas fotos de textos escritos à mão, de lápis, impossíveis de ler.

Conversas entre professores e alunos pelo WhatsApp, da rede estadual, expõem uma série de dificuldades que têm enfrentado, nas aulas remotas devido à pandemia. Docentes afirmam, em uma avaliação realista, que o aprendizado, neste período, ficou muito comprometido, ao ponto de questionarem se o ano deveria ser validado ou não. Desde 23 de março, devido à pandemia, o governo tem ofertado conteúdo não presencial, mas apenas a partir de 3 de agosto elas passaram a ser contabilizadas no ano letivo – veja detalhes sobre o retorno das aulas e planejamento da Seduc.

Após diversos debates sobre isso, o Sintep, que é o sindicato da classe, formalizou, este mês, junto ao Governo um pedido de consideração desta verdade incômoda e que dê o ano letivo como “perdido”. Porém, de acordo com o presidente da entidade, Valdeir Pereira, a tendência é que “feche os olhos”, tanto é que a possibilidade de retorno das aulas presenciais foi discutida por diretores e representantes da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), em reunião por webconferência, esta semana, na quarta (23). “É a política do faz de conta”, critica o sindicalista.

 

aulas remotasSegundo ele, os alunos das diversas  séries não assimilaram, de forma coletiva, o que preveem as diretrizes curriculares. Além disso, apesar da classe estar trabalhando demais, exausta e estressada com tantos contratempos, os resultados são preocupantes.

Muitos problemas

Professora de História da Escola Estadual João Briene de Camargo, no bairro Lixeira, em Cuiabá, Marivone Pereira, é também vice-presidente do Sintep, na sub-sede da Capital. Ela ressalta que, além do problema tecnológico – de acesso limitado a computador e celular e a internet estável e rápida – tem ainda a questão econômica, que impactou muito no ensino-aprendizagem.

Como ela leciona no Ensino Médio, maioria dos alunos é adolescente e teve que trabalhar, nesta pandemia, para ajudar em casa.

Diante de todas essas questões, notou imenso esvaziamento das salas.

“Fala-se em um terço de presença em sala (virtual), mas nas minhas turmas não verifiquei nem isso na prática, não dá nem 30%”.

Com o Enem se aproximando, vê enorme desigualdade na disputa por vagas nas universidades entre alunos da rede pública e privada. E lamenta o processo excludente dos que frequentaram poucas aulas, usando muitas vezes dados móveis, saindo da aula quando acaba o crédito, sem sistema para uma plataforma pesada.

As aulas dela transcorrem mais pelo WhatsApp, do que pela plataforma ou através de apostilas. Alunos da zona rural, segundo resalta, estão mais prejudicados ainda.

Para ela, a avaliação da apredizagem irá passar por todas essas problemáticas.

“Sabemos que a pandemia exige o isolamento social e que as aulas remotas são necessárias, mas o que queremos é que os gestores reflitam sobre essa situação, nesse prejuízo educacional”, diz Marivone.

Alunos especiais, um drama a mais

A artesã Beyza Aparecida, 39, é mãe de um rapaz que está no 3º ano do Ensino Médio. Ele é cego. Nasceu prematuro e com 4 meses de idade veio o diagnóstico oftalmológico. Desde então, ele vem tendo o desenvolvimento escolar normal. Agora, com as aulas remotas, o processo para ele tem um agravante. Precisa de apoio de alguém para ler textos e outras informações repassadas, senão fica perdido. Antes da pandemia, a mãe o levava à escola, trabalhava e tirava a tarde para ajudá-lo. “Minha rotina mudou e a dele também. Vamos levando, mas ele não quer fazer Enem, não se sente preparado. Medo de chegar na hora da prova e se frustrar”.

Faltam professores

Outro problema que se soma a tudo isso é a falta de professores. O déficit, que de acordo com o Sintep é de 1500 vagas abertas, ocorre porque, em ano eleitoral, fica vetada a contratação, seis meses antes, seis meses depois, do pleito.

Em uma escola estadual da região Sul, diretora assegura que está sem 5 professores e isso tem dificultado tocar as aulas normalmente com toda essa vacância.

Presidente do Sintep, Valdeir Pereira, critica isso e diz que ou é falta de organização ou má fé, para economizar dinheiro, em cima dessa questão.

Rodinei Crescêncio

Marioneide Kliemaschewsk
Secretária Marioneide acredita que seja possível recuperar tais perdas

Outro lado

Em vídeo exposto no youtube de reunião feita com diretores da rede estadual a secretária Marioneide Kliemaschewsk reconhece que a aprendizagem ficou comprometida este ano. “A pandemia nos trouxe uma realidade diferente, necessidades diferentes, diante das inúmeras limitações, não conseguiremos desenvolver a mesma aprendizagem, que dito em ano normal, o que na realidade isso já não vem acontecendo desde 2018, porque 2019 também não foi um ano normal, decorrente da greve, e 2020, da pandemia. Ou seja os desafios que veem pela frente com relação à recuperação da aprendizagem são imensos”.

Porém em resposta ao , nega “caos no ensino remoto” e descarta totalmente considerar o ano perdido. “É importante entender que a pandemia nos trouxe para um momento de reflexão para os valores da vida e o primeiro valor da vida é a própria vida”.

A secretária diz ainda que “caos” seria perder vidas de alunos para Covid e alega que haverá um grande plano para retomada das aulas, com aval das autoridades da saúde. Perdas na aprendizagem serão, segundo ela, recuperadas.

RD News



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Região

Fazendas concentram queimadas registradas no Estado


Diferente dos anos anteriores, os primeiros 6 meses de 2025 apresentaram redução drástica nos números de focos de calor e queimadas em todo o Mato Grosso. Dados disponibilizados pelo Instituto Centro de Vida (ICV) mostram as cidades mais atingidas e destacam que as queimadas estão concentradas em propriedades rurais registradas.

 

Em entrevista ao site GD, Vinicius Silgueiro, coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do ICV, explicou sobre essa diminuição expressiva de queimadas quando comparadas com o ano anterior. Somente em agosto de 2024, uma área de cerca de 33,8 mil hectares foi atingida pelo fogo, enquanto no mês passado o território queimado foi de 3,9 mil no estado.

 

 

“O principal motivo para a redução das áreas atingidas pelo fogo está relacionado a condição climática. Esse ano a gente teve chuvas acima da média em alguns meses, que não são comuns de chover e uma temperatura mais amenas em julho e agosto, o que também não é comum. Este ano, a chuva voltou próximo do que era um padrão histórico. Já o segundo motivo para essa redução é a mobilização, que está acontecendo desde 2020, após catástrofe dos incêndios no Pantanal e todo estado. Naquele ano, quase 10% da área total de Mato Grosso foi atingida pelo fogo. No ano passado também bateu recorde. A gente ficou dois meses, praticamente, encoberto por fumaça, o que fez com mais programas de combate aos incêndios ocorressem”, detalhou.

 

Conforme dados do Portal de Inteligência Territorial do ICV, as áreas mais atingidas fazem parte de imóvel rural cadastrado, ou seja, de produtores rurais. As queimadas, geralmente, são aplicadas para manejo da terra para lavourar e introdução de pastagem.

 

“Nesses espaços vai haver maior foco de calor, porque ele também ocupa uma maior área. Então, em um cenário de propagação do fogo e seca, ele tende a queimar mais, ser mais afetado. Só que olhamos as causas do fogo e a maioria delas é de conversão da cobertura de terra. Essa associação do fogo com o processo de desmatamento é para o uso agropecuário daquela área e isso acontece dentro dos imóveis rurais privados. Até 31 de agosto desse ano, 56% da área atingida pelo fogo ocorreu nesses imóveis. Seja para limpar aquela área que foi recentemente desmatada e depois poder fazer introdução ali da pastagem ou mesmo da agricultura, que usa o fogo para você ir fragilizando essa vegetação, que torna ela mais fácil para ser removida”, explicou.

 

Entre janeiro a agosto de 2024, foram identificados 25.887 focos, sendo 14.244 na Amazônia, 9.245 no Cerrado e 2.398 no Pantanal. Já no mesmo período de 2025, houve 6.878 focos de calor, 4.489 na Amazônia, 2.362, no Cerrado e apenas 27 no Pantanal.

 

“Além de ser menor, o Pantanal possui um cenário de chuvas favoráveis, como a gente teve esse ano. Por isso, ele vai se manter numa condição de umidade, de alagamento da planície, o que faz com que esse fogo seja facilmente combatido. Por outro lado, é histórica a ocorrência de fogo no Cerrado e onde se tem terras indígenas, em que o uso do fogo é associado à prática de manejo também. No caso da Amazônia, é uma relação com esse processo de conversão mesmo, porque o fogo não é tão nativo a floresta que não é adaptada aos eventos de fogo”, elencou o especialista.

 

O coordenador explica que a Amazônia passa por um processo de redução da umidade. As áreas de floresta, especialmente no estado, elas estão ficando cada vez mais secas e suscetíveis ao fogo.

 

Já em relação aos municípios com mais queimadas, entre os anos de 2024 e 2025, houve diferentes cidades no “top 10”. Porém, nos dois anos, Colniza e Campinápolis listavam entre as com mais focos. Ambas têm motivações distintas para estarem no ranking, como explicou o ICV.

 

“Em Colniza, que fica na Amazônia, o uso do fogo é associado ao desmatamento, a conversão das áreas. Então utilizam o fogo como uma forma de limpeza das áreas após o desmatamento ou para fragilizar a vegetação, tornar ela mais suscetível à conversão, principalmente para diversos imóveis rurais cadastrados. Já em Campinápolis, localizado no Cerrado, é um município que possui diversas áreas indígenas, onde também é utilizado fogo”, explicou.

 

Pensando nos próximos anos, o coordenador alerta que é preciso manter mobilização para lidar com as queimadas o ano todo, não somente no período crítico, entre agosto e setembro.

 

“Se faz necessário manter esse grau de planejamento, prevenção e implementação das práticas de prevenção ao fogo. Ao mesmo tempo, esse período proibitivo e a detecção rápida, com o combate e a responsabilização dos causadores dos incêndios, tem um caráter pedagógico, para mostrar que as práticas e atitudes criminosas não serão aceitas e haverá penalização à altura”, finalizou.


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Opinião - política

Coluna: Com a palavra, Luis Costa Fé no apoio do MDB


Coluna: Com a palavra, Luis Costa

Fé no apoio do MDB

Na política, apoio é igual promessa de campanha: aparece bonito na foto, mas sempre tem um preço na legenda escondida. E eu, com esta crônica crítica suave, sigo como espectador desse teatro onde todo mundo jura estar pensando no povo — mas a bilheteria é sempre reservada aos mesmos.

O prefeito Sérgio Machinic (PL) busca apoios para manter sua governabilidade. Recentemente, o gesto mais comentado foi o apoio da vereadora Karla, do MDB. Apoio esse que, em vez de acalmar, levantou especulações: até quando ela será base do prefeito?

O problema é que o MDB, comandado por Nhonho e pelo ex-prefeito Léo, não costuma deixar essas alianças passarem em branco. A pergunta é inevitável: será que Léo aceitaria ver Karla pedindo voto para Bira? Pouco provável.

A reforma administrativa proposta pelo Executivo continua parada, e dizem nos bastidores que o apoio do MDB tem preço: uma secretaria e quatro cargos de confiança, cuidadosamente escolhidos pelo pastor Ary, líder da Assembleia de Deus Primavera. A lista, segundo fontes, inclui filhos, parentes e fiéis próximos. Depois da foto de mãos dadas, vai ser difícil adiar esse pagamento político.

E assim segue a nossa política de cada dia: uns embarcam, outros descem, e alguns pulam fora do trem da alegria. O que chama atenção é o uso da Bíblia como selo de acordos. E a quem discorda, sobra a ameaça de “se ver com os deuses”. Eu, que escrevo apenas como jornalista opinativo, continuo acreditando no Deus único, justo e que tudo vê. Se Jesus chegasse hoje aos templos da política, não faltariam cordas para o chicote.

Por hoje é só.
Perdoa aí, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido.


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geral

Primavera do Leste marca presença na 5ª Semana da Inovação de Mato Grosso, em Tangará da Serra


Evento reúne especialistas, entidades e gestores públicos para debater inovação, tecnologia e sustentabilidade no agronegócio

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Autor: Vilmar Kaizer

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Fábio Parente destaca a importância do conteúdo do evento

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Primavera do Leste, Fábio Parente, participa até o sábado, 13, da 5ª Semana da Inovação de Mato Grosso (SIMT), realizada em Tangará da Serra. O evento é coordenado pela Rede de Inovação de Mato Grosso (Inova MT), com apoio do Governo do Estado e de diversos parceiros institucionais. Com uma programação gratuita, a SIMT oferece palestras, workshops, oficinas de imersão e oportunidades de networking.

O objetivo central é impulsionar iniciativas inovadoras e tecnológicas que contribuam para o desenvolvimento sustentável do Estado, especialmente em áreas estratégicas como o agronegócio. Segundo Fábio Parente, a presença de Primavera do Leste no evento reforça o protagonismo do município dentro da Governança Estadual de Inovação, além de promover a integração entre os municípios e instituições.

“Estamos aqui participando dessa Semana da Inovação porque Primavera do Leste, hoje, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, faz parte da Governança Estadual de Mato Grosso, através da SECITECI e do Parque Tecnológico. Viemos alinhar os trabalhos que vão acontecer a partir do fim do próximo mês, quando o município estará inserido em um grupo de trabalho que envolve a Unemat, Sebrae, sindicatos rurais e parceiros da área de tecnologia”, explicou o secretário.

Ele destacou ainda a participação de diversas instituições no processo, como o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), parceiro na elaboração de um plano de trabalho conjunto. “Tenho certeza que será um sucesso para nossa cidade. Tangará está sediando essa edição, mas existe a possibilidade de Primavera também promover algo semelhante no futuro”, afirmou.

O tema central da edição 2025 é “Caminhos que levam à inovação no agro” e ao longo dos dias, os debates são direcionados para diferentes eixos: “Processos inovadores para a sustentabilidade”; “Cadeias produtivas sustentáveis” e; “Olhando o futuro dos Ecossistemas Inovadores e suas Governanças”, com oficinas, mostra de startups e debate sobre tokenização no agronegócio.

Ao longo do evento, além das palestras, os visitantes podem participar das ações do Circuito Itinerante da Ciência de Mato Grosso – MT Ciências, projeto da Seciteci que leva ao evento experiências práticas, como um planetário digital, drones, óculos de realidade virtual e jogos pedagógicos em 3D.

A 5ª Semana da Inovação de Mato Grosso é organizada pelo Inova MT em parceria com o Ecossistema ConectaTGA, Prefeitura de Tangará da Serra e Sebrae MT. Conta ainda com apoio institucional do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), além do patrocínio de empresas e entidades que fortalecem o ecossistema de inovação mato-grossense.


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