Debatedores sugerem ampliação de campanha contra o abandono de animais

A ampliação do escopo do PL 6.404/2019, que institui a campanha Dezembro Verde, contra o abandono de animais, foi uma das principais sugestões dos especialistas que participaram de audiência pública sobre o projeto nesta quinta-feira (9). Na audiência, feita pela Comissão de Educação (CE), integrantes do governo sugeriram que a campanha passe também a tratar de outros temas relacionados aos animais, não só os domésticos.

O projeto de lei, apresentado pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), tem o objetivo de conscientizar sobre o crime de abandono de animais. Na justificativa do texto, o senador, que é médico veterinário, lembrou que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 30 milhões de gatos e cães vivem em situação de desamparo no Brasil.

A relatora do texto na comissão é a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que pediu a reunião. Ela explicou que as audiências públicas sobre esse tipo de projeto são uma exigência do Regimento Interno do Senado.

— Nenhuma lei que trate de sobre datas comemorativas, de um mês comemorativo, pode ser aprovado sem ouvir os segmentos envolvidos. E é esta Comissão de Educação que discute a instituição de datas comemorativas nesse sentido — esclareceu a senadora.

Ampliação

O diretor do Departamento de Educação Ambiental e Cidadania do Ministério do Meio Ambiente, Marcos Sorrentino, elogiou a iniciativa e disse que o fato de o Senado analisar um projeto de lei voltado para a inclusão da diversidade da vida e a obrigação dos seres humanos de tratarem bem os demais seres é motivo de alegria.

Sorrentino lembrou que já existe a Campanha Junho Verde, voltada para a conscientização ambiental nas escolas e disse que pode haver uma confusão com o dezembro verde. Ele sugeriu, ainda, que haja uma reflexão sobre a ampliação do escopo da campanha prevista no projeto.

— A sugestão do departamento é ampliar o escopo da proteção aos animais abandonados para a proteção de toda a diversidade de animais com os quais a gente compartilha o planeta: os animais silvestres, os animais submetidos aos maus tratos nas cadeias produtivas da carne, dos ovos etc., para que o bem-estar animal esteja no foco dessa nova sensibilidade.

O diretor lembra que, enquanto os animais abandonados nas ruas revelam uma desatenção, uma falta de acolhimento à vida mais próxima de nós, a mesma falta de acolhimento se manifesta quando ignoramos as queimadas e o avanço das monoculturas, que ameaçam a biodiversidade. Para ele é possível chamar a tenção das pessoas por meio dos animais de rua, mas sem esquecer esse outro lado.

O coordenador-geral substituto de Educação Ambiental para a Diversidade e Sustentabilidade do Ministério da Educação, Alexandre Falcão de Araújo, concorda com a sugestão de ampliar o escopo da campanha.

— Eu questiono se haveria essa possibilidade de agregar esforços com um mês que nós já temos, com o Junho Verde, destacando também a questão específica dos direitos animais, tanto dos animais domésticos quanto dos animais da biodiversidade em geral, da biodiversidade nativa, e também os animais que eventualmente sejam usados ​​com fins econômicos, pensando sempre na questão do bem-estar animal — sugeriu Araújo.

O senador Wellington Fagundes disse que está aberto a todas as sugestões que posam melhorar o projeto, inclusive a ampliação do escopo.

— Com relação a todas as sugestões, eu quero aqui dizer, senadora Damares, que aceito inclusive um substitutivo, não tem nenhuma necessidade de ter o carimbo pessoal. O importante é que a gente valorize essa questão da relação do ser humano com os animais.

Mês

O coordenador Ministério da Educação também ponderou que a escolha do mês de dezembro se justifica pelo fato de haver mais abandono de animais nos períodos em que as famílias viajam, mas o mês acaba dificultando ações nas escolas. Ele lembrou que dezembro é um mês de redução de algumas atividades, de avaliações finais e início das férias.

A diretora-geral da Associação Protetora dos Animais do Distrito Federal (ProAnima), Valéria Sokal, disse ser favorável à manutenção do mês de dezembro para a campanha, principalmente porque muitas famílias ainda têm o hábito de tratar animais de estimação como presentes de natal.

— Sobre o fato de ser dezembro, eu não achei a ideia ruim. Achei boa porque dezembro é mês de Natal e muita gente acha que animal é presente. Animal não é presente, animal é responsabilidade. Muitas pessoas dão um animalzinho de presente e amanhã ou depois ele deixa de ser novidade e é abandonado, largado, ignorado. É é muito importante essa conscientização — lamentou a diretora.

Ela lembrou a dificuldade que muitos protetores e organizações enfrentam, porque os espaços de ajuda aos animais, em vez de ajuda, recebem mais animais abandonados. A Proanima faz um trabalho voluntário e sobrevive de doações. Ela informou que quem quiser ajudar como voluntário, parceiro ou doador pode entrar em contato com a associação.

Tanto ela como os outros convidados defenderam políticas públicas de castração e de hospitais públicos veterinários, tendo em vista que muitas vezes o abandono acontece porque a pessoa não tem dinheiro para tratar um animal doente ou para castrar seus animais.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Lei Geral do Esporte consolida conquistas e traz avanços, diz senador

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) comemorou a aprovação no Senado do Projeto que cria a nova Lei Geral do Esporte (LGE).

O texto, sob relatoria da senadora Leila Barros (PDT-DF), foi votado nesta terça-feira (09.05) e, agora, segue para sanção presidencial.

Para Fagundes, a legislação traz uma série de avanços para as práticas esportivas no país, ao abordar temas muito importantes que vão desde o combate a práticas discriminatórias até o financiamento do setor.
“A aprovação do relatório da senadora Leila em plenário é motivo de muitas
alegrias. A Lei Geral do Esporte trará uma série de avanços para as práticas
esportivas no país. A nova legislação aborda questões muito importantes, como o combate ao racismo e à xenofobia nos estádios, os direitos trabalhistas dos  atletas, entre outros temas”, ressaltou o senador mato-grossense ao tratar do assunto.

Fagundes, líder do Bloco Vanguarda, atuou na articulação com os demais
senadores para garantir a aprovação de um texto que assegurasse a
manutenção de uma série de avanços nas leis que tratam do esporte e que
foram aprovadas ao longo dos anos. O substitutivo, conforme aprovado pelo
Senado, tem mais de 200 artigos e traz um novo marco regulatório para a
área.

Um dos pontos mantidos na nova legislação é o limite de 7% para que pessoas físicas possam deduzir do Imposto de Renda caso doem estes recursos para projetos esportivos ou paradesportivos, conquista obtida em julho do ano passado. No caso das empresas, houve um avanço no percentual dedutível, que passa de 3% para 4%.

Relatora do projeto, Leila agradeceu o apoio de Fagundes e dos demais
senadores na aprovação da matéria. Ela destacou que a LGE cria novas
diretrizes para o esporte. “Estamos dando um horizonte que certamente vai
impactar muito na promoção da cidadania. O esporte faz parte de um tripé
necessário, com a educação e acultura”.
Presidente da Federação das Associações de Atletas Profissionais, Julio Lírio
também ressaltou o marco histórico criado com a aprovação da LGE. “São dois anos de muita luta”.
Na mesma linha, o ex-presidente da Confederação Nacional dos Municípios
(CNM), Glaudemir Aroldi, lembrou que o financiamento das políticas esportivas impactará positivamente as administrações municipais. “Quero agradecer ao senador pelo empenho que sempre dedicou ao esporte de Mato Grosso e ao Brasil”.

Fonte / Folhamax