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Brasil sinaliza que revidará eventual ataque das forças da Venezuela



O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, sobre avaliações diferentes sobre os riscos na fronteira: 'No nosso governo não tem divisão. Há unicidade' – 22/02/2019
© NBr O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, sobre avaliações diferentes sobre os riscos na fronteira: ‘No nosso governo não tem divisão. Há unicidade’ – 22/02/2019

O governo brasileiro sinalizou nesta sexta-feira, 22, que revidará eventual ataque das forças da Venezuela e que a operação de ajuda humanitária se estenderá caso a fronteira entre os dois países continue fechada por ordem do líder venezuelano, Nicolás Maduro. O porta-voz da Presidência, general Otávio de Rêgo Barros, insistiu que não há confirmação oficial do posicionamento de mísseis venezuelanos na região de fronteira, apontados para o Brasil.

“Os planejamentos relacionados a todo espectro geopolítico da nossa soberania estão atualizados”, afirmou Rêgo Barros, referindo-se aos protocolos militares de reação a qualquer agressão à soberania do país, baseados em preceitos constitucionais. “Não ‘conjuncturamos’ poder de combate”, disse pouco antes, ao ser questionado sobre a presença dos mísseis.

O portal Defesanet, especializado na área militar, informou na quinta-feira que o governo de Nicolás Maduro posicionara o Sistema de Mísseis de Defesa Aérea S-300VM, de origem russa, no aeroporto de Santa Helena de Uairén, cidade venezuelana a apenas 15 quilômetros de Pacaraima (RR). O S-300VM inclui lançadores, sistemas de radares e apoio. No dia anterior, Caracas havia deslocado tropas e blindados da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) para o mesmo município.

Rêgo Barros sublinhou duas vezes que a operação brasileira para a Venezuela tem “caráter exclusivamente humanitário”, em um indicação de que Brasília não planeja nenhuma medida agressiva contra o país vizinho.

Questionado sobre possíveis divergências de avaliações da equipe de governo sobre o risco de violência na fronteira, Rêgo Barros foi enfático. “No nosso governo não tem divisão. Há unicidade, e qualquer informação sobre grupos que se antagonizam não são verdadeiras”, declarou.

Rêgo Barros apresentou essas informações à imprensa ao final da reunião de emergência sobre a Venezuela convocada pelo presidente Jair Bolsonaro. Do encontro, no Palácio do Planalto, participaram representantes da Casa Civil, dos ministérios da Justiça, Defesa, Relações Exteriores, Agricultura, Desenvolvimento Regional, Educação, Comunicação e Economia, da Secretaria de Governo, do Gabinete de Segurança Institucional, além da Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Anvisa e ANTT.

O porta-voz informou que a convocação desse gabinete de crise sobre Venezuela teve como estopim as duas mortes resultantes do confronto de militares da FANB com civis venezuelanos da comunidade indígena de Kumarakapai, a cerca de 80 quilômetros de Pacaraima. Os ministérios convocados continuarão a munir Bolsonaro com informações ao longo do final de semana.

Avião da FAB deixa Brasília carregado com 200 toneladas de ajuda humanitária para os venezuelanos: produtos brasileiros e dos Estados Unidos – 22/02/2019
© Fornecido por Abril Comunicações S.A. Avião da FAB deixa Brasília carregado com 200 toneladas de ajuda humanitária para os venezuelanos: produtos brasileiros e dos Estados Unidos – 22/02/2019

Na reunião, a operação de envio de ajuda humanitária foi alterada. Primeiro, o governo aceitou acolher produtos dos Estados Unidos no seu carregamento de produtos básicos para os venezuelanos. No total, a carga que chegou nesta sexta-feira à Base Aérea de Boa Vista soma 200 toneladas de alimentos e 500 kits de primeiros socorros.

A outra alteração foi a decisão de o Brasil não deslocar essa ajuda até Pacaraima. A carga continuará na Base Aérea. Caminhões venezuelanos deverão ir até lá buscá-la e terão o apoio policial em seu trajeto até Pacaraima. Segundo Rêgo Barros, há apenas um veículo pronto para ser carregado. A terceira mudança foi a extensão do prazo de envio em “mais alguns dias” depois de sábado, 23, na expectativa de que Maduro reabra a fronteira e aceite receber a ajuda humanitária.

O líder oposicionista Juan Guaidó, reconhecido pelo Brasil como presidente interino da Venezuela, marcou para este sábado, 23, o ingresso da ajuda internacional por diferentes pontos das fronteiras do país. Com as alterações, o governo brasileiro acredita na possibilidade de enviar sua ajuda sem que a atitude seja vista como provocação por Caracas.

Desabastecimento em RR

O governo anunciou também que tomará medidas para evitar o desabastecimento de produtos básicos e de combustíveis em Roraima, devido o fechamento da fronteira, e para impedir apagões no estado, onde a energia elétrica é gerada por usina térmica a diesel.

Nos últimos dias, com a ameaça de bloqueio por Caracas, milhares de venezuelanos correram para Pacaraima e Boa Vista em busca de provisões. Os estoques para os consumidores brasileiros caíram. Acostumados a abastecer seus veículos em Santa Helena de Uairén, onde um litro de gasolina custa cerca de R$ 0,04, os brasileiros já enfrentam problemas para conseguir combustíveis. O posto mais próximo está em Boa Vista.

“O governo não permitirá o desabastecimento ao nosso povo, ao nosso sangue verde-amarelo. Estamos nos antecipando e sobrepondo a um possível desabastecimento, para não deixar que a população de Roraima sofra”, declarou Rêgo Barros.

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Polícia investiga esquema que já desviou mais de R$ 2 bi do FGTS


Quadrilha sacava dinheiro de trabalhadores com a ajuda de funcionários da Caixa; banco afirma ter devolvido dinheiro às vítimas.

A Polícia Federal descobriu um esquema que já movimentou pelo menos R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos, em todo o país. O golpe contava com a participação de funcionários da Caixa Econômica e tinha como vítimas, beneficiários de programas sociais e pessoas com direito ao FGTS e ao seguro-desemprego.

 

Eles não arrombam portas. Nem usam armas. São bandidos cruéis, que roubam de quem mais precisa. A maioria das vítimas é de beneficiários de programas sociais do governo federal, que fazem as movimentações pelo aplicativo Caixa Tem. Mas a fraude atinge também trabalhadores com saldo no FGTS e valores a receber do seguro-desemprego. Os criminosos ainda fazem deboche com o dinheiro das vítimas.

 

A Polícia Federal não revelou o nome do chefe da quadrilha. O Fantástico apurou que o golpista é conhecido como Careca. Os investigadores afirmam que ele organizava as operações de invasão das contas de beneficiários.

 

Careca foi preso ao lado de um comparsa, no Rio, em 2022, perto de uma agência da Caixa Econômica. A dupla conseguiu responder ao processo em liberdade, mas o notebook apreendido com eles revelou o esquema.

 

Era uma fraude sofisticada, movida por mecanismos digitais e acessos oficiais. A quadrilha só conseguiu aplicar o golpe tantas vezes por tanto tempo porque teve ajuda de gente de dentro.

A investigação mostrou que funcionários da Caixa repassavam dados sigilosos e fundamentais para que os criminosos invadissem o sistema do Caixa Tem e teve servidor envolvido que foi além: sacou dinheiro pessoalmente na boca do caixa a mando do grupo.

 

Pra montar a fraude, os criminosos acessavam – em páginas ilegais na internet – milhares de CPFs e passavam a identificar quem tinha benefícios ativos. Esses dados eram repassados aos funcionários da Caixa envolvidos no crime, que alteravam os cadastros das vítimas no aplicativo ‘Caixa Tem’, substituindo os e-mails dos beneficiários por outros controlados pela quadrilha.

 

Assim, eles conseguiam gerar novas senhas. Com isso, os criminosos passavam a ter controle total sobre as contas. Faziam transferências por PIX, pagavam boletos ou sacavam o dinheiro.

 

Como os valores dos benefícios não são tão altos, para conseguir mais dinheiro, a quadrilha ficava sempre repetindo o golpe. Precisava acessar o sistema do ‘Caixa Tem’ centenas de vezes por dia. Para isso, usava um software que faz um computador funcionar como se fosse um celular. Neste caso, muitos celulares. O que permitia acessar e controlar muitas contas ao mesmo tempo.

 

Desde 2010, a Polícia Federal tem um serviço especializado no combate a esse tipo de crime. Esta semana, os agentes fizeram uma nova operação em 14 cidades do Rio de Janeiro e apreenderam celulares e computadores. A PF diz que muitas quadrilhas praticam esse golpe em todo o país.

“ A gente acredita que o fortalecimento dos setores de combate à fraude das instituições bancárias, notadamente da Caixa, é fundamental para isso. Esses setores, eles conseguem, de maneira online, identificar as fraudes e as incorreções que estão sendo feitas nas agências”, afirma o delegado da PF-RJ Pedro Bloomfield Gama Silva, que investiga o caso”.

“Nós estamos implementando mais sistemas, tanto de biometria quanto de monitoramento via inteligência artificial também, pra que faça um monitoramento preditivo das ações, pra que se diminua e que a gente possa chegar ao menor número possível de fraudes”, disse Anderson Possa, vice-presidente de Logística, Operações e Segurança da Caixa.

 

A Caixa reconhece que esses criminosos já conseguiram sacar R$ 2 bilhões de beneficiários nos últimos cinco anos e diz que o valor já foi devolvido às vítimas.

 

Quem sofre o golpe pode procurar uma agência da Caixa ou entrar em contato pelo telefone de atendimento ao consumidor: 0800 726 0101.

 

Mesmo depois de desviar dinheiro de quem mais precisa, muitos criminosos seguem em liberdade. A Caixa afirma que os funcionários envolvidos no golpe foram demitidos. A polícia disse que eles e o restante da quadrilha estão respondendo em liberdade.

 


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