Primavera do Leste / MT - Terca-Feira, 22 de Abril de 2025

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Barbudo diz que somente familiares são confiáveis para gerir dinheiro do PSL-MT



O deputado federal Nelson Barbudo afirmou que não vê nenhuma irregularidade no fato de ter o marido da senadora  Selma Arruda e a própria filha para tomarem conta da  Tesouraria do PSL de Mato Grosso. O parlamentar declarou que o caso não se  trata de “nepotismo partidário” e os escolheu por considerá-los  de extrema confiança.

Barbudo assumiu a presidência  do PSL em Mato Grosso em 1º de janeiro, junto com a senadora Selma Arruda. A senadora   é vice-presidente estadual da sigla do presidente da República Jair Bolsonaro.

Para tomar conta das finanças da Tesouraria e administrar os R$ 3 milhões que agremiação receberá do Fundo Partidário neste ano, o deputado federal escolheu o marido de Selma,  o policial rodoviário federal aposentado Norberto Arruda, para a função de tesoureiro-geral da sigla. Já sua filha Nara Nelma Previdente  é a primeira-tesoureira do PSL mato-grossense.

As escolhas dos parentes foram classificadas por alguns como “nepotismo partidário”. Barbudo rechaça qualquer alegação de irregularidade no fato.

“Quer que eu coloque quem? O pessoal do PT? A minha filha trabalhou na campanha comigo e está desenvolvendo o PSL em 50 municípios do Estado. Ela tem um histórico ilibado. Você colocaria um estranho na sua casa para ficar de guarda da sua mulher? Não colocaria. Você precisa de uma pessoa de sua confiança”, disse o parlamentar, assegurando que não há nada que possa desabonar a filha para assumir tal função nem Norberto Arruda.

Ele declarou ter consultado a Executiva Nacional do PSL, que o autorizou a nomear a filha e também permitiu que Selma escolhesse o marido para ocuparem funções na legenda regional. De acordo com o parlamentar, Norberto e Nara assinarão cheques em conjunto. “Vão ser sempre os dois, para que haja uma conferência”, explicou ao site.

Quer que eu coloque quem? O pessoal do PT? A minha filha trabalhou na campanha comigo e está desenvolvendo o PSL em 50 municípios do Estado

Apesar das críticas, Barbudo assegurou que a filha dele e o marido de Selma permanecerão em suas funções no partido, por considerá-los “pessoas de extrema confiança”. Para justificar o fato, afirmou que a gestão anterior da agremiação deixou dívidas no Estado.

“Quando o PSL foi tocado por outras pessoas, sobraram R$ 140 mil de rombo, que o partido vai ter que pagar. Mas não pode ser pago com dinheiro que vem de Brasilia. Vão ter que fazer doações e parcelamento. Além disso, duas ou três pessoas que tocaram o PSL anteriormente fizeram dois CNPJs do partido e agora estou tendo que entrar na Justiça para arrumar”, afirmou.

As falhas ocorreram na gestão do ex-deputado federal Victório Galli, hoje líder do diretório da sigla em Cuiabá e do vereador Wilson Kero Kero. “Não digo que houve roubo, mas ficaram R$ 140 mil em dívidas para o partido pagar. Por isso, coloquei pessoas de minha confiança, para não acontecer o que aconteceu”, justificou.

Por fim, ele ressaltou que o responsável por administrar o PSL em todo o Estado é Carlos Hayashida, que lidera a Secretária-Geral do partido. “Ele é meu homem de confiança, porque conduziu o PSL durante a campanha e tenho plena confiança nele”, disse o deputado federal.

RD News / Vinícius Lemos e Jacques Gosch



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Polícia

Polícia investiga esquema que já desviou mais de R$ 2 bi do FGTS


Quadrilha sacava dinheiro de trabalhadores com a ajuda de funcionários da Caixa; banco afirma ter devolvido dinheiro às vítimas.

A Polícia Federal descobriu um esquema que já movimentou pelo menos R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos, em todo o país. O golpe contava com a participação de funcionários da Caixa Econômica e tinha como vítimas, beneficiários de programas sociais e pessoas com direito ao FGTS e ao seguro-desemprego.

 

Eles não arrombam portas. Nem usam armas. São bandidos cruéis, que roubam de quem mais precisa. A maioria das vítimas é de beneficiários de programas sociais do governo federal, que fazem as movimentações pelo aplicativo Caixa Tem. Mas a fraude atinge também trabalhadores com saldo no FGTS e valores a receber do seguro-desemprego. Os criminosos ainda fazem deboche com o dinheiro das vítimas.

 

A Polícia Federal não revelou o nome do chefe da quadrilha. O Fantástico apurou que o golpista é conhecido como Careca. Os investigadores afirmam que ele organizava as operações de invasão das contas de beneficiários.

 

Careca foi preso ao lado de um comparsa, no Rio, em 2022, perto de uma agência da Caixa Econômica. A dupla conseguiu responder ao processo em liberdade, mas o notebook apreendido com eles revelou o esquema.

 

Era uma fraude sofisticada, movida por mecanismos digitais e acessos oficiais. A quadrilha só conseguiu aplicar o golpe tantas vezes por tanto tempo porque teve ajuda de gente de dentro.

A investigação mostrou que funcionários da Caixa repassavam dados sigilosos e fundamentais para que os criminosos invadissem o sistema do Caixa Tem e teve servidor envolvido que foi além: sacou dinheiro pessoalmente na boca do caixa a mando do grupo.

 

Pra montar a fraude, os criminosos acessavam – em páginas ilegais na internet – milhares de CPFs e passavam a identificar quem tinha benefícios ativos. Esses dados eram repassados aos funcionários da Caixa envolvidos no crime, que alteravam os cadastros das vítimas no aplicativo ‘Caixa Tem’, substituindo os e-mails dos beneficiários por outros controlados pela quadrilha.

 

Assim, eles conseguiam gerar novas senhas. Com isso, os criminosos passavam a ter controle total sobre as contas. Faziam transferências por PIX, pagavam boletos ou sacavam o dinheiro.

 

Como os valores dos benefícios não são tão altos, para conseguir mais dinheiro, a quadrilha ficava sempre repetindo o golpe. Precisava acessar o sistema do ‘Caixa Tem’ centenas de vezes por dia. Para isso, usava um software que faz um computador funcionar como se fosse um celular. Neste caso, muitos celulares. O que permitia acessar e controlar muitas contas ao mesmo tempo.

 

Desde 2010, a Polícia Federal tem um serviço especializado no combate a esse tipo de crime. Esta semana, os agentes fizeram uma nova operação em 14 cidades do Rio de Janeiro e apreenderam celulares e computadores. A PF diz que muitas quadrilhas praticam esse golpe em todo o país.

“ A gente acredita que o fortalecimento dos setores de combate à fraude das instituições bancárias, notadamente da Caixa, é fundamental para isso. Esses setores, eles conseguem, de maneira online, identificar as fraudes e as incorreções que estão sendo feitas nas agências”, afirma o delegado da PF-RJ Pedro Bloomfield Gama Silva, que investiga o caso”.

“Nós estamos implementando mais sistemas, tanto de biometria quanto de monitoramento via inteligência artificial também, pra que faça um monitoramento preditivo das ações, pra que se diminua e que a gente possa chegar ao menor número possível de fraudes”, disse Anderson Possa, vice-presidente de Logística, Operações e Segurança da Caixa.

 

A Caixa reconhece que esses criminosos já conseguiram sacar R$ 2 bilhões de beneficiários nos últimos cinco anos e diz que o valor já foi devolvido às vítimas.

 

Quem sofre o golpe pode procurar uma agência da Caixa ou entrar em contato pelo telefone de atendimento ao consumidor: 0800 726 0101.

 

Mesmo depois de desviar dinheiro de quem mais precisa, muitos criminosos seguem em liberdade. A Caixa afirma que os funcionários envolvidos no golpe foram demitidos. A polícia disse que eles e o restante da quadrilha estão respondendo em liberdade.

 


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