Barbudo diz que somente familiares são confiáveis para gerir dinheiro do PSL-MT
O deputado federal Nelson Barbudo afirmou que não vê nenhuma irregularidade no fato de ter o marido da senadora Selma Arruda e a própria filha para tomarem conta da Tesouraria do PSL de Mato Grosso. O parlamentar declarou que o caso não se trata de “nepotismo partidário” e os escolheu por considerá-los de extrema confiança.
Barbudo assumiu a presidência do PSL em Mato Grosso em 1º de janeiro, junto com a senadora Selma Arruda. A senadora é vice-presidente estadual da sigla do presidente da República Jair Bolsonaro.
Para tomar conta das finanças da Tesouraria e administrar os R$ 3 milhões que agremiação receberá do Fundo Partidário neste ano, o deputado federal escolheu o marido de Selma, o policial rodoviário federal aposentado Norberto Arruda, para a função de tesoureiro-geral da sigla. Já sua filha Nara Nelma Previdente é a primeira-tesoureira do PSL mato-grossense.
As escolhas dos parentes foram classificadas por alguns como “nepotismo partidário”. Barbudo rechaça qualquer alegação de irregularidade no fato.
“Quer que eu coloque quem? O pessoal do PT? A minha filha trabalhou na campanha comigo e está desenvolvendo o PSL em 50 municípios do Estado. Ela tem um histórico ilibado. Você colocaria um estranho na sua casa para ficar de guarda da sua mulher? Não colocaria. Você precisa de uma pessoa de sua confiança”, disse o parlamentar, assegurando que não há nada que possa desabonar a filha para assumir tal função nem Norberto Arruda.
Ele declarou ter consultado a Executiva Nacional do PSL, que o autorizou a nomear a filha e também permitiu que Selma escolhesse o marido para ocuparem funções na legenda regional. De acordo com o parlamentar, Norberto e Nara assinarão cheques em conjunto. “Vão ser sempre os dois, para que haja uma conferência”, explicou ao site.
“Quer que eu coloque quem? O pessoal do PT? A minha filha trabalhou na campanha comigo e está desenvolvendo o PSL em 50 municípios do Estado”
Apesar das críticas, Barbudo assegurou que a filha dele e o marido de Selma permanecerão em suas funções no partido, por considerá-los “pessoas de extrema confiança”. Para justificar o fato, afirmou que a gestão anterior da agremiação deixou dívidas no Estado.
“Quando o PSL foi tocado por outras pessoas, sobraram R$ 140 mil de rombo, que o partido vai ter que pagar. Mas não pode ser pago com dinheiro que vem de Brasilia. Vão ter que fazer doações e parcelamento. Além disso, duas ou três pessoas que tocaram o PSL anteriormente fizeram dois CNPJs do partido e agora estou tendo que entrar na Justiça para arrumar”, afirmou.
As falhas ocorreram na gestão do ex-deputado federal Victório Galli, hoje líder do diretório da sigla em Cuiabá e do vereador Wilson Kero Kero. “Não digo que houve roubo, mas ficaram R$ 140 mil em dívidas para o partido pagar. Por isso, coloquei pessoas de minha confiança, para não acontecer o que aconteceu”, justificou.
Por fim, ele ressaltou que o responsável por administrar o PSL em todo o Estado é Carlos Hayashida, que lidera a Secretária-Geral do partido. “Ele é meu homem de confiança, porque conduziu o PSL durante a campanha e tenho plena confiança nele”, disse o deputado federal.
RD News / Vinícius Lemos e Jacques Gosch
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