WhatsApp da cadeia: Jovens gravam áudios ameaçando atear fogo na casa de prefeito por falta d’água e são presos
Suspeitos enviaram áudios em grupos de WhatsApp e foram presos, em Jaciara. Prefeito registrou boletim de ocorrência após receber ameaças.
Polícia Civil prendeu dois moradores de Jaciara, a 142 km de Cuiabá, após eles ameaçarem atear fogo na casa do prefeito daquele município, Abduljabar Galvin Mohammad (PSDB), por causa da falta de abastecimento de água na cidade. Charlles Henrique Fontaneli dos Santos, de 24 anos, e Felipe Martins da Silva, de 20 anos, teriam feito ameaças em grupo de WhatsApp. O G1 não localizou a defesa dos suspeitos.
Segundo o prefeito de Jaciara, ele participava de uma reunião com membros da Segurança Pública quando recebeu os áudios. Diante da ameaça, o prefeito registrou um boletim de ocorrência.
“Temos problema de distribuição de água em Jaciara há anos e as reclamações são constantes e isso é normal. Mas ameaçar atear fogo na minha casa já é demais”, afirmou.
Nos áudios que circularam nas redes sociais, um dos suspeitos relembra que, em 1998, a casa do então prefeito do município, Celso Oliveira Lima (PTB), foi queimada durante uma manifestação.
“Aqui não chega nada e esse prefeito vai ficar olhando aí? Está esperando o quê? A gente tacar fogo na casa dele, igual fizeram com Celso? Na casa dele será que está faltando água? Duvido muito. Se estiver faltando, ele compra barris de água mineral e nós pagamos, porque ele não pode ficar sem água, só nós que podemos”, disse um dos presos.
Na sequência, o outro suspeito concorda com o plano. “Eu acho é pouco. Vamos tacar fogo”, afirmou o segundo suspeito.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito Felipe Martins saiu recentemente da cadeia. Ele responde pelo crime de tráfico de drogas.
Problemas de abastecimento
À reportagem, o prefeito Abduljabar Mohammad disse que reconhece o problema de abastecimento em Jaciara, afirmando que o setor não recebe investimentos há 15 anos. No entanto, ele disse que inaugurou um reservatório novo recentemente e que, até dezembro, dois novos poços artesianos devem ser perfurados.
“Não irá resolver de uma vez o problema, mas irá amenizar a situação. Os poços artesianos demoraram mais porque dependemos de estudos ambientais, estudo hidrológico, mas isso já está resolvido e estamos muito próximos de resolver o problema”, disse.
Fonte: G1 / MT
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