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Criança desmaia em escola: “Chorei ao notar que era fome”, diz professora



Um aluno de oito anos desmaiou de fome na última segunda-feira (13) em uma escola do Cruzeiro, no Distrito Federal. Ele é um dos 730 estudantes carentes que moram no Paranoá Parque e que, todos os dias, viajam 30 km – quase sempre sem comer – para estudar na região. A criança, que frequenta a Escola Classe 8, mora em um empreendimento do Minha Casa, Minha Vida.

Deste local, 250 alunos são transportados diariamente para uma unidade de ensino no Cruzeiro. “Assim que os alunos chegam, eu cumprimento um a um”, relembra ao UOL Ana Carolina Costa, professora do 2º Ano Fundamental. “Mas quando chegou a vez o menino, percebi que chorava.” Ele estava com a mão no peito, coração disparado, passando mal. “Levei para a direção. Por duas vezes ele apagou.

Não reagia.” A professora acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e chamou os três irmãos do garoto, que também estudam na escola. “Eles ficaram calados, com caras de assustados.” Questionados, disseram que não tinham comido nada no domingo e que naquela segunda tinham tomado mingau de fubá (fubá, água e sal) antes de sair de casa.

“Quando a gente percebeu que era forme, eu saí de perto para chorar. O rapaz do Samu me olhou com uma cara de ‘que realidade é essa?’. E eu disse que é sempre assim. Eu tenho dois alunos que todos os dias reclamam de fome”, diz. 17/11/2017 Criança desmaia em escola: “Chorei ao notar que era fome”, diz

A professora reuniu outros membros da escola e foi levar uma cesta básica para a família do estudante. “A mãe nos disse que tinham o suficiente. Mas enquanto a gente conversava, só tinha uma panela de arroz sobre o fogão. A criança mais nova toda hora enfiava a mão na panela para comer.

Ter comida para eles em casa é ter fubá”, lamenta. Ana garante que mais estudantes passam fome em sua classe. “Dos meus 18 alunos, quatro chegam com fome todos os dias. É a metade que não come, mas esses quatro são muito carentes.” Ela, então, vai à cantina, pega uma fruta e leva para uma criança ou outra “para conseguir enganar a barriga deles e conseguir dar aula até o intervalo”.

O Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) já pediu à Secretaria de Educação a construção de uma escola na região do Paranoá Parque. “Se não é possível construir agora, a escola tinha de, no mínimo, oferecer uma refeição na entrada: arroz, feijão e frango, e um lanche à tarde”, disse ao UOL Samuel Fernandes, diretor da entidade.

Ele explica que os alunos que estudam em período parcial recebem apenas um lanche, às 15h30. “Em uma semana, é comida duas vezes por semana e biscoito e suco nos outros três dias. Na outra semana é o oposto. A criança fica até oito horas longe de casa. Até se almoçar às 11h, ela não aguenta”, diz. Mesmo quando completa, a merenda “não é boa, é pouco nutritiva”, garante a professora. “O feijão é enlatado, com sódio. É uma carne que tem de ferver antes para tirar o sebo que tem em cima. Mas diante da realidade dos meninos, é melhor do que nada.” Procurada, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) “lamenta que o aluno tenha passado por esta situação”.

A pasta diz que “não foi informada formalmente sobre o problema” de merenda e que vai apurar “diretamente na escola, com o gestor da unidade, qual a real situação dos alunos para, em conjunto com a direção e coordenação regional de ensino, encontrar uma solução razoável”.

Ainda segundo a secretaria, a construção de escolas no Paranoá Parque e no Itapoã consta no plano de obras 2015/2018, mas “não há disponibilidade financeira imediata para as obras”. O órgão dispõe de um terreno para esta finalidade em cada uma das cidades. “No caso do Itapoã, o projeto para a construção de uma Escola Classe já está concluído e aguarda dotação financeira.” Mas promete que 84 crianças, hoje no 5º ano no Cruzeiro, “irão cursar o 6º ano nos Centros de Ensino Fundamental 03 e 05 do Paranoá, em 2018”.

A professora Ana faz um apelo: “Que a secretaria olhe com carinho para a nossa escola, que é especial por atender tantas crianças pobres. Que o cardápio tenha, pelo menos, almoço na entrada.”

Fonte: Wanderley Preite Sobrinho Colaboração para o UOL



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Primavera do Leste avança na modernização da infraestrutura com recebimento de tubos Armco para substituição de pontes de madeira


O secretário de Obras reforça o papel fundamental das equipes técnicas e administrativas da Prefeitura

De acordo com o secretário Vítor Diniz, essa conquista é resultado direto da união de esforços entre Estado e Município
Nesta quarta-feira, 26 de novembro, o secretário municipal de Infraestrutura (Sinfra) de Primavera do Leste, Vítor Diniz, esteve em Cuiabá acompanhando o carregamento dos tubos Armco que serão destinados ao município. Os tubos (estruturas tubulares metálicos em aço), recebidos por meio de uma parceria com o Governo do Estado, permitirão substituir várias pontes de madeira, marcando mais um passo importante para modernizar a mobilidade e garantir mais segurança às comunidades das zonas urbana e rural.

A ação junto ao governo estadual atende a uma solicitação do prefeito Sérgio Machnic, que tem reforçado a importância de aprimorar a infraestrutura local e eliminar estruturas que já não atendem mais às necessidades da população. Sob este aspecto, de acordo com o secretário Vítor Diniz, essa conquista é resultado direto da união de esforços entre Estado e Município.

“Fomos a Cuiabá acompanhando o carregamento dos tubos Armco que, em parceria com o Governo do Estado, vão substituir oito pontes de madeira. É mais uma conquista para Primavera do Leste, e queremos agradecer ao governador Mauro Mendes, ao vice-governador Otaviano Pivetta e ao secretário de Infraestrutura, Marcelo Padeiro, que sempre nos auxiliaram e não mediram esforços para que isso acontecesse”, destacou.

O secretário também reforçou o papel fundamental das equipes técnicas e administrativas da Prefeitura. “Conforme eu sempre falo, a gente não faz nada sozinho. É um grupo de pessoas imbuídas em prol de Primavera. Toda a equipe se dedicou para que chegássemos a este momento e pudéssemos fazer esse carregamento com a responsabilidade de cuidar de cada comunidade”, ressaltou.

O município se prepara agora para iniciar a implantação dos tubos Armco nas regiões que ainda utilizam pontes de madeira, impactando diretamente na segurança, na durabilidade das vias e no desenvolvimento local. Com mais essa iniciativa, a Administração Municipal reafirma o compromisso de seguir avançando, modernizando a infraestrutura e atendendo todas as comunidades de Primavera do Leste.


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