Primavera do Leste / MT - Terca-Feira, 28 de Outubro de 2025

HOME / NOTÍCIAS

Brasil

Mais de 40% dos brasileiros até 14 anos vivem em situação de pobreza



Mais de 40% de crianças e adolescentes de até 14 anos vivem em situação domiciliar de pobreza no Brasil, o que representa 17,3 milhões de jovens. Em relação àqueles em extrema pobreza, o número chega a 5,8 milhões de jovens, ou seja, 13,5%. O que caracteriza a população como pobres e extremamente pobres é rendimento mensal domiciliar per capita de até meio e até um quarto de salário mínimo, respectivamente.

Os dados são da publicação “Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil”, que será divulgado amanhã (24) pela Fundação Abrinq. O estudo relaciona indicadores sociais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), compromisso global para a promoção de metas de desenvolvimento até 2030, do qual o Brasil é signatário junto a outros 192 países.

“Algumas metas [dos ODS] certamente o Brasil não vai conseguir cumprir, a menos que invista mais em políticas públicas voltadas para populações mais vulneráveis. Sem investimento, fica muito difícil cumprir esse acordo”, avaliou Heloisa Oliveira, administradora executiva da Fundação Abrinq. “Se não houver um investimento maciço em políticas sociais básicas voltadas à infância, ficamos muito distantes de cumprir o acordo”.

Brasília – Cidade estrutural

Um dos exemplos de metas difíceis de serem cumpridas está relacionada à educação, mais especificamente ao acesso à creche. “Você tem uma meta, que entra no Plano Nacional de Educação [PNE], de oferecer vagas para 50% da população de 0 a 3 anos [até 2024]. Se você não aumentar o investimento e a oferta de vagas em creches – hoje estamos com 27% de cobertura –, não chegaremos em 50% para atender o PNE. Essa é também uma meta dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável [da ONU]”, explica Heloisa.

Outra meta distante do cumprimento é sobre a erradicação do trabalho infantil. “O acordo [com a ONU] prevê que, até 2025, os países erradiquem todo tipo de trabalho escravo e trabalho infantil. Nós [Brasil] ainda temos 2,5 milhões crianças em situação de trabalho. Se não houver investimento na erradicação do trabalho infantil, essa meta certamente não vai ser alcançada”, avaliou.

Jovens vulneráveis

Segundo Heloisa, o relatório ressalta o quanto os jovens são vulneráveis à pobreza.  Ela compara que, enquanto as crianças e adolescentes representam cerca de 33% da população brasileira, entre os mais pobre esse patamar é maior. “Se você fizer um recorte pela pobreza cruzado com a idade, você vai perceber que entre a população mais pobre tem um contingente ainda maior de crianças e adolescentes [40,2%]. Esse é um ponto importante que ressalta o quanto as crianças são vulneráveis à pobreza”, diz.

A representante destaca ainda a importância de analisar os indicadores do ponto de vista regional, uma vez que a média nacional não reflete o que se passa nas regiões mais pobres. Em relação à renda, o Nordeste e o Norte continuam apresentando os piores cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo na condição de pobreza, enquanto a média nacional é de 40,2%.

“Quando olhamos para uma média nacional, tendemos a achar que a realidade está um pouco melhor do que de fato ela está. O Brasil é um país muito grande, muito desigual, então se você olhar os dados regionais, vai ver que as regiões mais pobres concentram os piores indicadores de educação, de acesso à água e saneamento, de acesso a creches, por exemplo”.

Violência

O relatório mostra que 18,4% dos homicídios cometidos no Brasil em 2016 vitimaram menores de 19 anos de idade, um total de 10.676. A maioria desses jovens (80,7%) foi assassinada por armas de fogo. O Nordeste concentra a maior proporção de homicídios de crianças e jovens por armas de fogo (85%) e supera a proporção nacional, com 19,8% de jovens vítimas de homicídios sobre o total de ocorrências na região.

A violência é a consequência da falta do investimento nas outras políticas sociais básicas, segundo Heloisa. “Os outros índices influenciam diretamente a estatística da violência. Se você investir na manutenção das crianças e adolescentes na escola até completar a educação básica – que está prevista na lei brasileira, que seria até 17 anos –, se investir na proteção das famílias, na disponibilização de atividades e espaços esportivos para crianças e adolescentes, você vai ter um número muito menor de jovens envolvidos com a violência”, conclui

Heloisa destaca que há uma relação direta dos altos índices de violência com as estatísticas de pobreza. “A prova de que isso é uma relação direta é que, entre esses 10,6 mil crianças e adolescentes assassinados [em 2016], a maioria deles, mais de 70%, são jovens negros, pobres e que vivem em periferia. Portanto, são adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social, ou seja, poderia ser evitado com investimento em enfrentamento da pobreza, melhorando a qualidade de moradia, educação e saúde”, acrescenta.

Para reduzir a violência e os homicídios nessa faixa etária, Heloisa alerta que não basta investir em segurança pública. “O melhor indicador da segurança pública é a evasão escolar zero”, diz. Ela cita um estudo, realizado pelo sociólogo Marcos Rolim, do Rio Grande do Sul, com jovens que ficaram na escola e outros que saíram precocemente. “O resultado que ele encontrou é que os jovens que permanecem na escola não se envolvem com violência, portanto, há uma relação direta e o melhor investimento para segurança pública é a escolarização, é a manutenção dessas crianças na escola”.

Os indicadores selecionados para o Cenário da Infância e da Adolescência podem ser encontrados no portal criado pela Fundação Abrinq Observatório da Criança e do Adolescente.

Fonte: Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil  São Paulo



COMENTÁRIOS

0 Comentários

Deixe o seu comentário!





*

HOME / NOTÍCIAS

geral

A ‘Cultura do município por excelência’: Primavera do Leste é destaque na 9ª Copa Centro-Oeste de Bandas e Fanfarras em Sorriso


A delegação primaverense conquistou três primeiros lugares, nas categorias Fanfarra Simples Marcial, Linha de Frente e Regência

Foi um evento grandioso, com mais de 25 delegações de estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre
Representantes de Primavera do Leste brilharam neste final de semana, dias 25 e 26 de outubro, durante a 9ª Copa Centro-Oeste de Bandas e Fanfarras, realizada na cidade de Sorriso (MT). O evento é um dos maiores do gênero no país e reuniu mais de 1.500 participantes de diversos estados brasileiros, entre músicos, regentes, coreógrafos e equipes técnicas.

A delegação primaverense, cujo trabalho é realizado por intermédio da Secretaria de Cultura, que tem o secretário Leopoldino André à frente, conquistou três primeiros lugares, nas categorias Fanfarra Simples Marcial, Linha de Frente e Regência, levando o nome do município ao pódio repetidas vezes.

Promovida pela Associação Cultural de Bandas e Fanfarras de Sorriso (ACBAFAS) e realizada pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura, a Copa Centro-Oeste é reconhecida pela excelência técnica e pela credibilidade de sua banca avaliadora, composta por profissionais renomados de várias regiões do país.

Segundo o Maestro Luiz Paulo Alves Martins, o resultado é fruto do empenho e da dedicação dos jovens músicos de Primavera do Leste e do trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Cultura. “A participação primaverense e os resultados alcançados demonstram os frutos do trabalho que vem sendo realizado no setor da Cultura. Foi um evento grandioso, com mais de 25 delegações de estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre, e a nossa fanfarra mostrou seu talento e disciplina”, destacou o maestro.

Além das apresentações competitivas, o evento teve um momento especial: uma apresentação coletiva inédita, reunindo todas as bandas participantes em uma performance conjunta, iniciativa idealizada e organizada por Luiz Paulo e seu irmão, também maestro.

“Essa foi a primeira vez que um evento desse porte promoveu uma apresentação integrada entre as bandas. Foi uma oportunidade única de intercâmbio, aprendizado e amizade entre os músicos. O clima de cooperação superou o da competição, e isso foi muito gratificante”, completou.

Com público estimado em mais de 10 mil pessoas ao longo do fim de semana, a Copa Centro-Oeste transformou a Praça da Juventude em um verdadeiro espetáculo de arte e integração. Mais do que uma competição, o evento celebra a música como instrumento de formação, disciplina e protagonismo juvenil, valores que Primavera do Leste vem fortalecendo através de suas ações culturais.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Autor: Vilmar Kaizer


Antenado News