Primavera do Leste / MT - Terca-Feira, 18 de Novembro de 2025

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Brasil

Mais de 40% dos brasileiros até 14 anos vivem em situação de pobreza



Mais de 40% de crianças e adolescentes de até 14 anos vivem em situação domiciliar de pobreza no Brasil, o que representa 17,3 milhões de jovens. Em relação àqueles em extrema pobreza, o número chega a 5,8 milhões de jovens, ou seja, 13,5%. O que caracteriza a população como pobres e extremamente pobres é rendimento mensal domiciliar per capita de até meio e até um quarto de salário mínimo, respectivamente.

Os dados são da publicação “Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil”, que será divulgado amanhã (24) pela Fundação Abrinq. O estudo relaciona indicadores sociais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), compromisso global para a promoção de metas de desenvolvimento até 2030, do qual o Brasil é signatário junto a outros 192 países.

“Algumas metas [dos ODS] certamente o Brasil não vai conseguir cumprir, a menos que invista mais em políticas públicas voltadas para populações mais vulneráveis. Sem investimento, fica muito difícil cumprir esse acordo”, avaliou Heloisa Oliveira, administradora executiva da Fundação Abrinq. “Se não houver um investimento maciço em políticas sociais básicas voltadas à infância, ficamos muito distantes de cumprir o acordo”.

Brasília – Cidade estrutural

Um dos exemplos de metas difíceis de serem cumpridas está relacionada à educação, mais especificamente ao acesso à creche. “Você tem uma meta, que entra no Plano Nacional de Educação [PNE], de oferecer vagas para 50% da população de 0 a 3 anos [até 2024]. Se você não aumentar o investimento e a oferta de vagas em creches – hoje estamos com 27% de cobertura –, não chegaremos em 50% para atender o PNE. Essa é também uma meta dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável [da ONU]”, explica Heloisa.

Outra meta distante do cumprimento é sobre a erradicação do trabalho infantil. “O acordo [com a ONU] prevê que, até 2025, os países erradiquem todo tipo de trabalho escravo e trabalho infantil. Nós [Brasil] ainda temos 2,5 milhões crianças em situação de trabalho. Se não houver investimento na erradicação do trabalho infantil, essa meta certamente não vai ser alcançada”, avaliou.

Jovens vulneráveis

Segundo Heloisa, o relatório ressalta o quanto os jovens são vulneráveis à pobreza.  Ela compara que, enquanto as crianças e adolescentes representam cerca de 33% da população brasileira, entre os mais pobre esse patamar é maior. “Se você fizer um recorte pela pobreza cruzado com a idade, você vai perceber que entre a população mais pobre tem um contingente ainda maior de crianças e adolescentes [40,2%]. Esse é um ponto importante que ressalta o quanto as crianças são vulneráveis à pobreza”, diz.

A representante destaca ainda a importância de analisar os indicadores do ponto de vista regional, uma vez que a média nacional não reflete o que se passa nas regiões mais pobres. Em relação à renda, o Nordeste e o Norte continuam apresentando os piores cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo na condição de pobreza, enquanto a média nacional é de 40,2%.

“Quando olhamos para uma média nacional, tendemos a achar que a realidade está um pouco melhor do que de fato ela está. O Brasil é um país muito grande, muito desigual, então se você olhar os dados regionais, vai ver que as regiões mais pobres concentram os piores indicadores de educação, de acesso à água e saneamento, de acesso a creches, por exemplo”.

Violência

O relatório mostra que 18,4% dos homicídios cometidos no Brasil em 2016 vitimaram menores de 19 anos de idade, um total de 10.676. A maioria desses jovens (80,7%) foi assassinada por armas de fogo. O Nordeste concentra a maior proporção de homicídios de crianças e jovens por armas de fogo (85%) e supera a proporção nacional, com 19,8% de jovens vítimas de homicídios sobre o total de ocorrências na região.

A violência é a consequência da falta do investimento nas outras políticas sociais básicas, segundo Heloisa. “Os outros índices influenciam diretamente a estatística da violência. Se você investir na manutenção das crianças e adolescentes na escola até completar a educação básica – que está prevista na lei brasileira, que seria até 17 anos –, se investir na proteção das famílias, na disponibilização de atividades e espaços esportivos para crianças e adolescentes, você vai ter um número muito menor de jovens envolvidos com a violência”, conclui

Heloisa destaca que há uma relação direta dos altos índices de violência com as estatísticas de pobreza. “A prova de que isso é uma relação direta é que, entre esses 10,6 mil crianças e adolescentes assassinados [em 2016], a maioria deles, mais de 70%, são jovens negros, pobres e que vivem em periferia. Portanto, são adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social, ou seja, poderia ser evitado com investimento em enfrentamento da pobreza, melhorando a qualidade de moradia, educação e saúde”, acrescenta.

Para reduzir a violência e os homicídios nessa faixa etária, Heloisa alerta que não basta investir em segurança pública. “O melhor indicador da segurança pública é a evasão escolar zero”, diz. Ela cita um estudo, realizado pelo sociólogo Marcos Rolim, do Rio Grande do Sul, com jovens que ficaram na escola e outros que saíram precocemente. “O resultado que ele encontrou é que os jovens que permanecem na escola não se envolvem com violência, portanto, há uma relação direta e o melhor investimento para segurança pública é a escolarização, é a manutenção dessas crianças na escola”.

Os indicadores selecionados para o Cenário da Infância e da Adolescência podem ser encontrados no portal criado pela Fundação Abrinq Observatório da Criança e do Adolescente.

Fonte: Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil  São Paulo



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Polícia

Governo do Estado entrega nova viatura 4×4 para reforçar Patrulha Rural em Primavera do Leste


O secretário de Segurança Pública, coronel César Roveri, apresentou um panorama dos avanços no setor desde 2019

O prefeito Sérgio Machnic destacou a satisfação do município com a chegada do novo veículo e lembrou o diálogo que garantiu a entrega imediata

A segurança pública de Primavera do Leste recebeu um importante reforço nesta segunda-feira, 17, com a entrega de uma nova caminhonete 4×4 totalmente equipada para atuação da Patrulha Rural da Polícia Militar. A solenidade contou com a presença do secretário de Estado de Segurança Pública, coronel PM César Roveri, do prefeito Sérgio Machnic, da vice-prefeita Iva Viana, autoridades civis e representantes das forças de segurança.

O prefeito Sérgio Machnic destacou a satisfação do município com a chegada do novo veículo e lembrou o diálogo que garantiu a entrega imediata. “É uma história bacana. Falei com o Pellegrini, perguntei o que estava faltando, ele disse: ‘viatura’. Fomos até Cuiabá, conversamos com o secretário e ele se dispôs na hora: ‘Vou te arrumar uma zero quilômetro, toda equipada’. Ficamos muito felizes porque a decisão foi imediata e a viatura na sequência foi reservada para Primavera”, disse.

O prefeito também ressaltou o compromisso do Governo do Estado com a segurança pública e o apoio constante aos municípios. “A presença do secretário aqui mostra que o Estado está presente. O governo de Mato Grosso protege quem trabalha e produz. É uma honra receber uma viatura, mas, acima disso, receber o governo aqui, representado pelo secretário, pelo Mauro e pelo Piveta”, afirmou.

A vice-prefeita Iva Viana reforçou a transformação observada na segurança pública nos últimos anos.
“Quando vocês assumiram o governo, todos conheciam a realidade. Hoje vemos a diferença. Agradecemos a todos os envolvidos nesse processo, que contribui diretamente para a segurança do nosso município”, disse.

O secretário de Segurança Pública, coronel César Roveri, apresentou um panorama dos avanços no setor desde 2019, destacando o salto histórico na frota das forças de segurança. ‘Quando o governador Mauro Mendes assumiu, o Estado tinha 601 viaturas. Hoje são praticamente 2.900 veículos em operação. É um aumento expressivo da camada de proteção social”, afirmou.

Roveri também detalhou a importância da nova caminhonete entregue à Patrulha Rural. “É uma viatura 4×4, equipada com cela e rádio digital. Esse rádio é fundamental, porque temos comunicação segura em todo o estado, sem risco de interceptação. É mais um equipamento que fortalece o policiamento nos locais onde o agro sustenta a economia”.

O secretário citou ainda o programa Tolerância Zero às Invasões de Terra, lançado em 2023, que já impediu 61 tentativas de invasão no estado. “Nenhuma delas prosperou. E qualquer nova tentativa também não vai prosperar. A ordem do governador é clara: proteger o produtor nas primeiras 24 horas”, disse.

Outro destaque foi o Vigia Mais Mato Grosso, que já instalou 18.900 câmeras de monitoramento em 129 municípios. Roveri afirmou que Primavera do Leste passará a integrar o programa. “Primavera não pode ficar fora. O prefeito já decidiu aderir, e isso vai modernizar o monitoramento e reduzir custos para o município”, completou.

O comandante do 11º Comando Regional da PM, coronel Pellegrini, ressaltou que a nova viatura terá impacto direto na proteção do campo. “Mais de 90% do PIB do município vem do agro. Esse reforço no policiamento ostensivo nas regiões rurais é essencial, ainda mais no período de chuvas. A caminhonete garante condições reais de atuação da Patrulha Rural”, afirmou.

Ele também destacou o papel do governo do Estado na ampliação e modernização das ações de segurança pública. “O que o secretário tem feito por nós fortalece o patrulhamento, o programa Patrulha Rural e as ações de tolerância zero. A PM está à disposição para fortalecer as políticas do governo”, finalizou.


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