Primavera do Leste / MT - Quinta-Feira, 11 de Setembro de 2025

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Doenças ligadas à falta de saneamento geram custo de R$ 100 mi ao SUS



As internações hospitalares de pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o país, por doenças causadas pela falta de saneamento básico e acesso à água de qualidade, ao longo de 2017, geraram um custo de R$ 100 milhões. De acordo com dados do Ministério da Saúde, ao todo, foram 263,4 mil internações. O número ainda é elevado, mesmo com o decréscimo em relação aos casos registrados no ano anterior, quando 350,9 mil internações geraram custo de R$ 129 milhões.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada dólar investido em água e saneamento resultaria em uma economia de US$ 4,3 em custos de saúde no mundo. Recentemente, organizações ligadas ao setor privado de saneamento, reunidas em São Paulo, reforçaram a teoria da economia produzida por este investimento. Pelas contas do grupo, a universalização do saneamento básico no Brasil geraria uma economia anual de R$ 1,4 bilhão em gastos na área da saúde.

No mesmo evento – Encontro Nacional das Águas – os representantes das empresas apontaram que dos 5.570 municípios do país, apenas 1.600 têm pelo menos uma estação de tratamento de esgoto e 100 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à tratamento de esgoto.

Atualmente, de acordo com o Instituto Trata Brasil, apenas 44,92% dos esgotos coletados no país são tratados. O Brasil tem uma meta de universalização do saneamento até 2033. Este objetivo previsto no Plano Nacional de Saneamento Básico, representaria um gasto de cerca de R$ 15 milhões anuais, ao longo de 20 anos. E este é um dos desafios para os governantes a serem eleitos em outubro.

A reportagem da Agência Brasil visitou Maceió, capital de Alagoas, cidade onde o percentual de coleta de esgoto é 11 pontos percentuais inferior à media do país (51,9%).

Maceió

Quem chega a Maceió logo se deslumbra com azul do mar e a simpatia dos moradores. Mas, basta um olhar mais atento em direção oposta à praia para concluir que o deleite visual produzido pela natureza disputa espaço com canais de esgoto a céu aberto. O mais grave é que grande parte dos dejetos, que corre ao longo de rios e riachos e cruza diversos bairros da cidade, acaba desaguando no mar.

“Temos praias lindas, mas nós não usamos porque sabemos que são bem poluídas. Temos a Lagoa Mundaú, dentro da cidade, e correndo para ela que tem vários braços de rios e riachos que, inclusive passam por bairros nobres, e todos servem para despejo de dejetos e lixos das casas”, lamentou a advogada Rita Mendonça.

Alagoana e atuante em direitos humanos, Rita reconhece que foram feitos investimentos na área de saneamento, mas a população cresceu em velocidade desproporcional aos recursos aplicados. Outro alerta recai sobre a falta de conscientização dos próprios habitantes. “As pessoas jogam lixo nesses rios e riachos porque não podem esperar o lixeiro passar. E todos desembocam no mar”, lamentou.

A realidade para quem vive o dia a dia na capital alagoana tem reflexos que vão além da balneabilidade das praias urbanas. Na economia, famílias que já vivem em situações mais precárias e dependem da pesca do sururu correm o risco de terem a fonte de renda comprometida. Em 2014, o molusco, largamente encontrado nas regiões lacustres de Alagoas em função dos encontros de água doce e salgada, foi registrado como patrimônio imaterial do estado. Moradores, agora, relatam e lamentam a redução do volume pescado em decorrência da poluição da água.

Saneamento básico em Maceió
Em Maceió, moradores reclamam que esgoto e lixo ficam a céu aberto – Carolina Gonçalves/Agência Brasil

 

O comércio é também alvo do problema. Empresária e dona de uma loja de roupas no bairro da Jatiúca, Vanessa Taveiros, aponta para o esgoto que corre ao lado de um dos restaurantes mais badalados de Maceió. “Já foram feitas várias denúncias e nada é feito. Quando chove, tudo fica alagado, tem ruas aqui na Jatiúca que nenhum carro passa e os lojistas ficam sem vender porque fica tudo interditado”, disse.

Na saúde, os problemas relacionados ao saneamento aparecem em números de sete dígitos. Segundo o Ministério da Saúde, em todo o estado, ao longo de 2017, foram gastos mais de R$ 2,2 milhões com 5.183 internações no SUS de pacientes com doenças ligadas à falta de saneamento básico e acesso à água de qualidade. No mesmo ano, em todo o país, o total de gastos com este tipo de internação somou R$ 100 milhões.

O rol dessas doenças inclui desde diarreias e problemas dermatológicos até infecções mais graves, cólera, sarampo, além do agravamento de epidemias, já que a exposição do esgoto a céu aberto aumenta condições para a proliferação do mosquito transmissor de dengue, chikungunya e zika.

Maceió não é uma cidade planejada e é possível ver que o problema do saneamento afeta todas as classes econômicas. Algumas ruas começam na praia, como na Jatíuca, com prédios e casas visualmente de classe média alta, e terminam em trechos extremamente pobres. O despejo de lixo nos rios e riachos é feito por parte da própria população, mas também é parte dos alagoanos que lamenta os efeitos dessa prática.

Saneamento básico em Maceió
Capital alagoana sofre com a falta de saneamento básico – Carolina Gonçalves/Agência Brasil

“Não vou esquecer nunca. A gente saia da escola e vinha direto para a Praia da Avenida. Era aqui que passávamos os finais de semana com a família também. Agora é impossível”, lamentou o taxista, de 54 anos, que não quis se identificar. Segundo ele, até dejetos de um hospital foram lançados pelo canal que desemboca na praia que faz parte de seu imaginário.

A concessão dos serviços de saneamento é da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) que, em função do período eleitoral, preferiu não conceder entrevistas. Em nota enviada à Agência Brasil, assessores informaram que, dos 102 municípios do estado, a Casal opera em 77. Desses, 12 têm rede coletora de esgoto, incluindo Maceió. Em vários municípios do interior, existem obras de implantação de rede da Funasa e da Codevasf, que são órgãos federais. “Somente após a conclusão dessas obras é que os sistemas são entregues para a Casal operar”, destacaram os assessores.

De acordo com o Ministério das Cidades, estão previstos no orçamento investimentos da ordem de R$ 277 milhões para a capital alagoana. Esse total inclui desde abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e estudos e projetos. “Já foram concluídos 5 empreendimentos, no valor de R$ 76,5 milhões, beneficiando 83,8 mil famílias”, informou a assessoria do órgão.

Ainda diante de números produzidos pela pasta – divulgados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) – em 2016, 96,2% da população de Maceió foram atendidas com rede geral de abastecimento de água e 40,3%, com coleta de esgoto, “independentemente de existir tratamento”. Com relação ao total da população representada pelos municípios que responderam ao SNIS no ano de referência, Maceió tem o índice de abastecimento de água superior à média do Brasil (93%) e índice de atendimento total de esgoto 11 pontos percentuais inferior ao do país (51,9%).

Fonte: Agência Brasil



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cidade - esporte

Secretaria de Assitência Social entrega novos uniformes a alunos do Centro de Referência da Juventude (CREJU)


No total, foram 230 novos uniformes entregues, o que demonstra comprometimento da gestão, com atividades sociais e esportivas

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Autor: Vilmar Kaizer

Prefeito Sérgio Machnic e vice-prefeita Iva Viana participaram entregando pessoalmente os uniformes

A Secretaria de Assistência Social do município realizou na manhã desta quarta-feira, 10, na dependências do Centro de Referência da Juventude (Creju), no bairro São José, a entrega de novos uniformes esportivos para 230 crianças e adolescentes que participam das atividades. O prefeito Sérgio Machnic ajudou pessoalmente a entregar os uniformes, acompanhado pela vice-prefeita Iva Viana, secretária de Assistência Social, Tânia Carlotto e vereadores Herbert Vianna e Gislaine Yamashita.

O prefeito parabenizou a todos pela importância do trabalho social realizado no Creju e, falando às crianças reforçou a importância de participarem das atividades, por meio das diversas modalidades esportivas oferecidas. “Estamos fazendo de tudo para dar o melhor para vocês, possibilitando que cresçam da melhor forma possível como aluno, como atleta e como cidadãos. Sintam-se à vontade para virem participar das atividades”, frisou.

Sérgio Machnic alertou ainda sobre a importância da qualidade de vida, que é um dos ingredientes principais quando se pratica esporte e cada aluno só tem a ganhar, seja em meio ao projeto, na escola ou junto aos seus familiares. Ele reforçou o compromisso da gestão de ampliar investimentos para garantir que a juventude primaverense tenha oportunidades no esporte, na educação e na cultura.

A vice-prefeita Iva Viana, ressaltou a importância do esporte como ferramenta de educação e cidadania. “Vocês têm a oportunidade de aprender valores como disciplina e convivência. O uniforme é mais do que uma roupa, é incentivo ao crescimento pessoal e social. Não fiquem na rua, não fiquem em casa, mas venham participar das atividades que são oferecidas a vocês, com muito carinho”, destacou.

A secretária Tânia Carlotto lembrou que o projeto busca afastar os jovens das ruas, oferecendo atividades esportivas e acompanhamento social. O Creju atende atualmente dezenas de crianças e adolescentes em diferentes modalidades esportivas, fortalecendo o vínculo social e incentivando hábitos saudáveis. “Os uniformes são para que vocês venham participar das atividades do projeto e são uma forma de demonstrar a importância que cada um tem aqui dentro”, pontuou.

A vereadora Gislaine Yamashita compartilhou sua experiência como ex-professora de Educação Física e destacou o trabalho do professor Elias, responsável pelo projeto esportivo.

O vereador Herbert Viana lembrou que também quando criança, estudando na escola recebeu de forma semelhante um uniforme, entregue à época pelo então prefeito do município e reforçou a todos sobre a importância das atividades esportivas.


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Polícia

Réu é condenado a 61 anos por matar e queimar ex com o namorado em Saveiro


Valdinei Silva Santana, autor do femicídio contra a ex-mulher Gleiciane de Souza, 35, e homicídio contra o então namorado dela, Vanderson Alves Ficho, 35, foi condenado a 61 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão por matar e carbonizar os corpos dos dois. O Tribunal do Júri foi realizado na terça-feira (9), na cidade de Jaciara (144 km ao sul de Cuiabá). O caso tramitou em segredo de justiça e o julgamento se deu um ano e 3 dias após o crime.

Além dos crimes de homicídio qualificado contra o casal, que contabilizaram 33 anos pela morte da mulher e 17 anos do homem, somaram as qualificadoras de crime de destruição de cadáver, vilipêndio de cadáver, duplicados em razão de serem duas vítimas, e ainda dano qualificado, crime de incêndio, posse irregular de arma de fogo de uso permitido, crime de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e concurso material de crimes. Ao todo a pena chegou a 61 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão e 1 ano, 8 meses e 19 dias de detenção.

 

Os jurados consideraram Valdinei culpado pelos referidos crimes e a sentença, bem como cálculo de pena, foi proferida pelo juiz Ednei Ferreira dos Santos, da Comarca de Jaciara. A sentença será cumprida em regime inicial fechado.

 

Na época do crime, Valdinei chegou a publicar uma série de vídeos pedindo perdão aos filhos e familiares das vítimas pelo crime. Ele matou a tiros e carbonizou os corpos de Gleiciane e Vanderson em 6 de setembro de 2024, no Distrito de Celma, zona rural de Jaciara (144 km ao sul de Cuiabá).

 

Naquela noite, o criminoso foi até a casa da ex-mulher, com quem tem dois filhos e começou as agressões no local. Ela foi arrastada pela rua e baleada várias vezes até morrer ainda no local. Em seguida, ele levou o corpo da mulher até a porta da casa de Vanderson. O réu chamou e, assim que a vítima atendeu a porta, disparou um tiro no rosto. Ele também não resistiu e morreu no local.

 

Depois do crime, arrastou o corpo de Vanderson e colocou sobre o de Gleiciane, disparando mais tiros contra os dois na rua. Os corpos foram colocados numa Saveiro, queimada em seguida. A ação criminosa foi presenciada pelos filhos de Gleiciane, que também são filhos do suspeito. Valdinei fugiu para uma região de mata e foi preso dias depois. Ele afirmou que “foi tomado pela raiva e pelo ódio”.

 

“Cara, nunca imaginei passar por isso, o tanto que a gente conversava, tantos planos que a gente tinha com nossos filhos. Peço perdão a todos vocês, aos familiares, me perdoem do fundo do meu coração”, diz em vídeo. Já em outro vídeo, ele pede perdão diretamente para os filhos. “Bom dia, meus filhos, passando aqui para pedir perdão pelo que o pai fez. Eu amava tanto a sua mãe, vocês não imaginam. Tanta raiva, o pai acabou fazendo essa cagada e se arrepende tanto”, continua.

GD


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Primavera do Leste terá Jornada Municipal de Segurança do Paciente


O evento acontece entre os dias 29 e 30 desse mês e deve contar com palestras e exposições de técnicos da área

O evento tem cunho técnico-científico e tem por objetivo reunir profissionais de saúde da rede pública e privada, gestores, coordenadores, alunos e docentes dos cursos técnicos e superiores

A Prefeitura de Primavera do Leste, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, promove a 1ª Jornada Municipal de Segurança do Paciente: Integralidade com Foco no Cuidado Seguro, que irá reunir profissionais de saúde para debater os cuidados com os usuários do sistema público de saúde. O evento acontece entre os dias 29 e 30 desse mês e deve contar com palestras e exposições de técnicos da área.

O coordenador de Educação Permanente e membro do Núcleo de Segurança do Paciente da Secretaria Municipal de Saúde Antônio Marcos Moreira Aguilar explica que o evento tem cunho técnico-científico e tem por objetivo reunir profissionais de saúde da rede pública e privada, gestores, coordenadores, alunos e docentes dos cursos técnicos e superiores do município, para discutir e acompanhar palestras, bem como debater sobre os avanços relacionados a implementação das metas internacionais do cuidado seguro em todos os serviços de saúde.

“Nós temos dentro da Secretaria de Saúde o Núcleo de Segurança do Paciente que faz parte de uma política nacional instituída com a função de implementar as metas internacionais de cuidado seguro aos pacientes, que vão desde a Atenção Primária até os hospitais. A ideia é garantir um atendimento mais qualificado e seguro aos pacientes. E esse encontro tem por objetivo reunir profissionais da saúde dos diferentes segmentos para debatermos e avançarmos no tema”,  afirmou.

“Será um espaço aberto, coletivo, para debatermos o atendimento seguro, protocolos, como garantir uma assistência mais qualificada em todos os serviços de saúde. De ouvirmos e passarmos experiências”, completou.

A 1ª Jornada Municipal de Segurança do Paciente: Integralidade com Foco no Cuidado Seguro acontecerá no auditório do Primacredi e contará com a participação da Diretoria Executiva da Santa Casa de Rondonópolis, da Coordenação do Escritório Regional de Saúde, da Coordenação Estadual da Segurança do Paciente de Cuiabá e do Setor das Redes Assistenciais de Qualidade e Segurança do Paciente do Hospital Albert Einstein.


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A Palavra - Opinião

Crônica Política – por Luis Costa: E a pré-candidata Yamashita


Crônica Política – por Luis Costa

Charge politica. Fotos Internet

A candidatura de Gislaine Yamashita continua patinando. Não decola, não empolga e, ao que tudo indica, não vai além do ensaio. E quando a situação já parecia difícil, aparece mais um na pista: o advogado Edmar de Jesus Rodrigues, ex-presidente da OAB de Primavera do Leste, decidiu se lançar pré-candidato a deputado federal. E, para surpresa geral, pelo MDB.

Edmar é amigo do prefeito Sérgio Machinic (PL). Se tivesse escolhido o PL, seria recebido de braços abertos. Mas não: preferiu o MDB e, com isso, senta à mesa ao lado de Léo Bortolin. A política, afinal, é feita dessas ironias — quem poderia estar no time do prefeito, acabou indo reforçar o adversário.

Enquanto isso, Yamashita insiste em acreditar que a proximidade com os Bolsonaro bastaria para garantir votos. Como se o eleitor fosse obrigado a apertar o número dela só porque ela tira foto sorridente ao lado da família presidencial. A realidade, porém, é cruel: o povo não engole discurso vazio. E a candidatura, que já nasceu frágil, agora patina sem freio.

Nos bastidores, comenta-se que ela teria o apoio do pastor Ary. Mas até aí, nada é tão certo: nem os fiéis parecem dispostos a obedecer dessa vez. A paciência anda curta, e a fé política, ainda menor. Yamashita coleciona mágoas dentro do próprio partido, atropela correligionários e desconsidera nomes de peso, como o deputado estadual Cattani. Resultado? Uma política de portas fechadas, alianças quebradas e promessas furadas.

No fim das contas, a cena lembra um baile mal organizado: a orquestra toca, mas a pista está vazia. Gislaine dança sozinha, sem par e sem aplausos. E como diz a velha máxima da política: quem dança sem companhia, dança para fora.

Segue o baile.


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