Primavera do Leste / MT - Segunda-Feira, 17 de Marco de 2025

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Doenças ligadas à falta de saneamento geram custo de R$ 100 mi ao SUS



As internações hospitalares de pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o país, por doenças causadas pela falta de saneamento básico e acesso à água de qualidade, ao longo de 2017, geraram um custo de R$ 100 milhões. De acordo com dados do Ministério da Saúde, ao todo, foram 263,4 mil internações. O número ainda é elevado, mesmo com o decréscimo em relação aos casos registrados no ano anterior, quando 350,9 mil internações geraram custo de R$ 129 milhões.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada dólar investido em água e saneamento resultaria em uma economia de US$ 4,3 em custos de saúde no mundo. Recentemente, organizações ligadas ao setor privado de saneamento, reunidas em São Paulo, reforçaram a teoria da economia produzida por este investimento. Pelas contas do grupo, a universalização do saneamento básico no Brasil geraria uma economia anual de R$ 1,4 bilhão em gastos na área da saúde.

No mesmo evento – Encontro Nacional das Águas – os representantes das empresas apontaram que dos 5.570 municípios do país, apenas 1.600 têm pelo menos uma estação de tratamento de esgoto e 100 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à tratamento de esgoto.

Atualmente, de acordo com o Instituto Trata Brasil, apenas 44,92% dos esgotos coletados no país são tratados. O Brasil tem uma meta de universalização do saneamento até 2033. Este objetivo previsto no Plano Nacional de Saneamento Básico, representaria um gasto de cerca de R$ 15 milhões anuais, ao longo de 20 anos. E este é um dos desafios para os governantes a serem eleitos em outubro.

A reportagem da Agência Brasil visitou Maceió, capital de Alagoas, cidade onde o percentual de coleta de esgoto é 11 pontos percentuais inferior à media do país (51,9%).

Maceió

Quem chega a Maceió logo se deslumbra com azul do mar e a simpatia dos moradores. Mas, basta um olhar mais atento em direção oposta à praia para concluir que o deleite visual produzido pela natureza disputa espaço com canais de esgoto a céu aberto. O mais grave é que grande parte dos dejetos, que corre ao longo de rios e riachos e cruza diversos bairros da cidade, acaba desaguando no mar.

“Temos praias lindas, mas nós não usamos porque sabemos que são bem poluídas. Temos a Lagoa Mundaú, dentro da cidade, e correndo para ela que tem vários braços de rios e riachos que, inclusive passam por bairros nobres, e todos servem para despejo de dejetos e lixos das casas”, lamentou a advogada Rita Mendonça.

Alagoana e atuante em direitos humanos, Rita reconhece que foram feitos investimentos na área de saneamento, mas a população cresceu em velocidade desproporcional aos recursos aplicados. Outro alerta recai sobre a falta de conscientização dos próprios habitantes. “As pessoas jogam lixo nesses rios e riachos porque não podem esperar o lixeiro passar. E todos desembocam no mar”, lamentou.

A realidade para quem vive o dia a dia na capital alagoana tem reflexos que vão além da balneabilidade das praias urbanas. Na economia, famílias que já vivem em situações mais precárias e dependem da pesca do sururu correm o risco de terem a fonte de renda comprometida. Em 2014, o molusco, largamente encontrado nas regiões lacustres de Alagoas em função dos encontros de água doce e salgada, foi registrado como patrimônio imaterial do estado. Moradores, agora, relatam e lamentam a redução do volume pescado em decorrência da poluição da água.

Saneamento básico em Maceió
Em Maceió, moradores reclamam que esgoto e lixo ficam a céu aberto – Carolina Gonçalves/Agência Brasil

 

O comércio é também alvo do problema. Empresária e dona de uma loja de roupas no bairro da Jatiúca, Vanessa Taveiros, aponta para o esgoto que corre ao lado de um dos restaurantes mais badalados de Maceió. “Já foram feitas várias denúncias e nada é feito. Quando chove, tudo fica alagado, tem ruas aqui na Jatiúca que nenhum carro passa e os lojistas ficam sem vender porque fica tudo interditado”, disse.

Na saúde, os problemas relacionados ao saneamento aparecem em números de sete dígitos. Segundo o Ministério da Saúde, em todo o estado, ao longo de 2017, foram gastos mais de R$ 2,2 milhões com 5.183 internações no SUS de pacientes com doenças ligadas à falta de saneamento básico e acesso à água de qualidade. No mesmo ano, em todo o país, o total de gastos com este tipo de internação somou R$ 100 milhões.

O rol dessas doenças inclui desde diarreias e problemas dermatológicos até infecções mais graves, cólera, sarampo, além do agravamento de epidemias, já que a exposição do esgoto a céu aberto aumenta condições para a proliferação do mosquito transmissor de dengue, chikungunya e zika.

Maceió não é uma cidade planejada e é possível ver que o problema do saneamento afeta todas as classes econômicas. Algumas ruas começam na praia, como na Jatíuca, com prédios e casas visualmente de classe média alta, e terminam em trechos extremamente pobres. O despejo de lixo nos rios e riachos é feito por parte da própria população, mas também é parte dos alagoanos que lamenta os efeitos dessa prática.

Saneamento básico em Maceió
Capital alagoana sofre com a falta de saneamento básico – Carolina Gonçalves/Agência Brasil

“Não vou esquecer nunca. A gente saia da escola e vinha direto para a Praia da Avenida. Era aqui que passávamos os finais de semana com a família também. Agora é impossível”, lamentou o taxista, de 54 anos, que não quis se identificar. Segundo ele, até dejetos de um hospital foram lançados pelo canal que desemboca na praia que faz parte de seu imaginário.

A concessão dos serviços de saneamento é da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) que, em função do período eleitoral, preferiu não conceder entrevistas. Em nota enviada à Agência Brasil, assessores informaram que, dos 102 municípios do estado, a Casal opera em 77. Desses, 12 têm rede coletora de esgoto, incluindo Maceió. Em vários municípios do interior, existem obras de implantação de rede da Funasa e da Codevasf, que são órgãos federais. “Somente após a conclusão dessas obras é que os sistemas são entregues para a Casal operar”, destacaram os assessores.

De acordo com o Ministério das Cidades, estão previstos no orçamento investimentos da ordem de R$ 277 milhões para a capital alagoana. Esse total inclui desde abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e estudos e projetos. “Já foram concluídos 5 empreendimentos, no valor de R$ 76,5 milhões, beneficiando 83,8 mil famílias”, informou a assessoria do órgão.

Ainda diante de números produzidos pela pasta – divulgados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) – em 2016, 96,2% da população de Maceió foram atendidas com rede geral de abastecimento de água e 40,3%, com coleta de esgoto, “independentemente de existir tratamento”. Com relação ao total da população representada pelos municípios que responderam ao SNIS no ano de referência, Maceió tem o índice de abastecimento de água superior à média do Brasil (93%) e índice de atendimento total de esgoto 11 pontos percentuais inferior ao do país (51,9%).

Fonte: Agência Brasil



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política

Mauro: Estamos no RJ junto do presidente


Mauro: Estamos no RJ junto do president

Nas redes sociais o governador defendeu que pessoas de bem não podem ser tratadas como bandidos. O ato acontece no Rio de Janeiro.

 

DO REPÓRTERMT

O governador Mauro Mendes (União) e a primeira-dama Virginia Mendes estão no Rio de Janeiro para o ato em favor da anistia aos presos em decorrência dos atos do 8 de Janeiro, que ocorre neste domingo (16), na praia de Copacabana.

 

Nas redes sociais, o casal compartilhou uma foto ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é o principal nome no evento desta tarde. Vestido de verde e amarelo, o casal manifestou apoio à pauta da anistia.

 

 

“É preciso contestar essas decisões totalmente desproporcionais, enquanto os verdadeiros criminosos são beneficiados com a frouxidão das leis!”, escreveu o


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Agro

Sinop: Norte Show deve ter R$ 4 bilhões em negócios; Bolsonaro e Governador de SP esperados


Foi lançada oficialmente, esta noite, a programação oficial da Norte Show, que será de 14 a 17 do mês que vem no parque de exposições em Sinop. Organizada pela Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte) e Sindicato Rural de Sinop, a feira é considerada uma das principais vitrines do agro do Centro-Oeste e proporciona um considerável volume de negócios, difunde novas tecnologias na agricultura e pecuária. São esperados mais de 400 expositores (ano passado foram 350), cerca de 70 mil visitantes e R$ 4 bilhões em negócios.

 

A área da feira foi expandida, somando agora mais de 200 mil m², o que permitiu o aumento de participação de marcas para mais de 1,5 mil, que incluem empresas de maquinários, implementos agrícolas, caminhões, tecnologia para agricultura e pecuária, dentre muitas outras.

 

O presidente da Acrinorte, Moises Debastiani, afirmou, ao Só Notícias, que 97% dos espaços da feira já foram vendidos, com cerca de 60 a 70% de expositores vindo de outros Estados. “A feira vem com muita palestra, com muita informação, tecnologia sendo mostrada. A gente acredita que 2025 vai ser um ano marcante em todos os sentidos: expansão de parque, número de visitantes, e o que mais o expositor e produtor vem buscar que são oportunidades de bons negócios. E também vale a gente ressaltar que isso movimenta não só a Sinop, mas outras cidades da região, movimenta a economia”, afirmou.

 

O presidente acredita que o volume de negócios será mais expressivo, “tendo em vista que esse ano 2024-2025, a safra nós colhemos melhor”. “Então, apesar do preço continuar o mesmo do ano passado do período de safra, todo mundo colheu mais. Ano passado, nós tivemos o problema da estiagem. Esse ano não, as lavouras produziram bem e a gente acredita que o produtor tendo o grão na mão, ele vai conseguir fazer mais negócio dentro da feira”, projetou.

 

Moises anunciou que o ex-presidente Jair Bolsonaro deve participar novamente da feira (ele esteve ano passado) assim como o governador de São Paulo, Tarcisio Freitas e o governador Mauro Mendes.

 

Para o vice-presidente do Sindicato Rural de Sinop, João Marcos Bustamante, a “Norte Show tá nos surpreendendo dia a dia, a cada ano mais”. “O produtor provavelmente vai ter uma sobra para poder fazer um investimento esse ano. Então vai aparecer muito negócio aí”, afirmou.

 

A Norte Show terá com 40 palestras, entre elas, a do deputado federal Nicolas Ferreira (MG), do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o ex-ministro Aldo Rebello, o empresário Luciano Hang, da influenciadora e defensora do agronegócio, Camila Telles, dentre outros.

 

Também haverá “o Norte para seu futuro” em parceria com o Fiemt, que proporcionará a feira do mercado de trabalho será umas das novidades da feira. O Campus Norte Show, que aproxima universitários do mercado, e o Norte Show Kids, que pretende despertar o interesse de crianças pelo agronegócio estarão de volta.

Fonte Só notícia


Antenado News