Primavera do Leste / MT - Sábado, 05 de Julho de 2025

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Como uma rádio indígena na web quer combater estereótipos



EVELYN TERENA, REPÓRTER DA YANDÊ EM ASSEMBLEIA DO POVO TERENA

A Rádio Yandê é a primeira rádio indígena on-line brasileira. Ela iniciou seu streaming em novembro de 2013 e, além da programação 24 horas do site, também está presente nas redes sociais, como Facebook e  Instagram, e disponibiliza conteúdos em vídeo no YouTube e em áudio pelo Soundcloud.

Está sediada no Rio de Janeiro, mas conta com programação feita por gente de todo o território nacional. Sua equipe fixa, assim como colaboradores e correspondentes, são todos indígenas. A palavra “yandê”, de acordo com uma das fundadoras, Renata Machado, jornalista da etnia tupinambá, vem da língua tupi mas é muito usada em nheengatu, língua derivada do tupi. Dependendo do contexto, ela pode significar tanto “você” quanto “nosso” e “nós”. O slogan adotado é “a rádio de todos nós”.  14.012 foram as visitas ao site em outubro Segundo dados da rádio, os países com maior número de ouvintes são, respectivamente, Brasil, EUA, Colômbia e Rússia.

Em 2017, o site foi visitado por mais de 60 países. Protagonismo A difusão da cultura indígena e o fortalecimento da identidade dos diferentes povos, unidos à informação, educação e ao combate de estereótipos, são os propósitos do conteúdo produzido e veiculado pela rádio. Denúncias de violência e cobertura de conflitos, inclusive nas redes sociais, também encontram espaço.

Abaixo, o Nexo lista alguns preconceitos e equívocos que a atuação da rádio busca combater, citados em entrevista por Renata Machado:

VISÃO HOMOGÊNEA DOS POVOS INDÍGENAS Segundo Machado, há uma generalização, presente no tratamento dos veículos de comunicação e da população brasileira em geral, entre as 305 etnias que são, na verdade, muito distintas entre si em suas formas de ver o mundo, sua organização social e religião. Cada povo é um, e, segundo ela, os conteúdos da rádio buscam representar essa diferença.

VISÃO CRISTALIZADA DE SEU MODO DE VIDA A imagem dos povos indígenas perpetuada pelos livros de história e mesmo pela literatura indianista do século 19, muitas vezes estereotipada e fixa no passado, também é criticada pela fundadora da rádio. “Isso é muito ruim, porque as pessoas não sabem quem é o indígena contemporâneo, não têm ideia do que acontece dentro das comunidades nem das diferenças de uma para outra”, disse ao Nexo.  “Estamos vivos, não fomos todos mortos em 1500 – embora alguns quisessem isso. Nossa cultura está em transformação, está se adaptando.”

COBERTURA QUASE EXCLUSIVA DE FATOS NEGATIVOS O predomínio de conflitos no noticiário relacionado à questão indígena é um dos fatores responsáveis por não se saber mais sobre a cultura dos povos, como vivem hoje e quais são as realizações dos indígenas contemporâneos. A equipe da rádio também ministra oficinas de comunicação nas comunidades, em escolas indígenas e universidades.

De uma delas, no Amazonas, surgiu o primeiro boletim de áudio feito por indígenas de São Gabriel da Cachoeira. Programação A rádio tanto produz conteúdo como conta com algumas emissões de caráter colaborativo, feitas a partir de áudios enviados por lideranças, educadores, membros de organizações e jornalistas indígenas que estão por todo o Brasil. Os colaboradores se comunicam com os produtores da rádio pelo grupo da rádio no Whatsapp, que tem em torno de 200 membros.

Há também os correspondentes indígenas, que estão no Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Bahia.  A grade de programação tem transmissões musicais, que servem de incentivo aos artistas indígenas. Segundo Renata Machado, 80% das músicas tocadas são cantadas em línguas indígenas brasileiras. O restante se divide entre as que são interpretadas em português, também por artistas indígenas, e em línguas indígenas de outros países. Há tanto canções tradicionais quanto contemporâneas, em que diferentes etnias se apropriam de gêneros da música popular, como forró na língua kayapó ou heavy metal em tupi.

Entre os programas, há dois destaques: o “Papo na Rede”, em que indígenas de diferentes etnias e até de outros países conversam sobre variedades e seu cotidiano, via Google Hangouts, com correspondentes, coordenadores e colaboradores da rádio o programa “Yandê Connection”, que conecta indígenas de diferentes países para trocarem experiências e informar sobre a situação de seus respectivos países.

É transmitido ao vivo pelo YouTube e pelo site da rádio, em espanhol e inglês Por notarem os acessos ao site vindos de dezenas de países, os produtores da Yandê passaram a aceitar também conteúdos de colaboradores indígenas de outros países, sobretudo latino-americanos. Contam hoje com um primeiro correspondente indígena estrangeiro, Pablo Perez, no México. Acesso à internet A comunicação autônoma proposta pela rádio, no entanto, pode não estar sendo tão disseminada entre algumas populações por conta de limitações de conexão das aldeias.

Em 2015, o governo federal anunciou que levaria banda larga a comunidades indígenas, quilombolas e rurais com a instalação de 167 antenas. O programa, chamado de Gesac, Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão, pretende oferecer conexão gratuita nesses locais por via terrestre e satélite. Embora o acesso tenha se ampliado – segundo dados de 2016 do programa, havia 33 pontos ativados em comunidades indígenas e 8 em ativação –, a qualidade da conexão ainda é ruim, segundo dois relatos ouvidos pelo Nexo.

O primeiro deles é de Ray Baniwa, comunicador indígena do Alto Rio Negro e assessor da Federação das Organizações Indígenas em São Gabriel da Cachoeira. Segundo Baniwa, o acesso é restrito e ruim na região. “Esse ano foi instalado apenas um ponto de internet via programa Gesac [na região]. A maioria desses pontos estão nos pelotões de fronteira do exército, que nem sempre são acessíveis pelas comunidades indígenas, por serem distantes”, disse em entrevista. Já as colaborações de diferentes aldeias que chegam diariamente pelo Whatsapp, segundo Renata Machado, tornaram-se possíveis com o acesso à internet. Mas ele é precário. “Em alguns lugares não tem sinal de telefone, mas às vezes tem sinal de internet, via satélite.

É lento mas às vezes funciona. Tem momentos em que eles conseguem mandar as coisas, mesmo sendo um sinal não muito forte”, disse. “Isso é uma coisa que tem atrapalhado. Às vezes as pessoas têm que ir à cidade, baixar conteúdos no formato de podcast ou via Whatsapp e escutar na aldeia”. Embora ainda haja problemas no acesso, a produção e audição de conteúdos como os da Rádio Yandê é possível por haver uma “juventude indígena conectada”.

Este é o título de uma dissertação de mestrado, defendida em 2017 pela pesquisadora Letícia Maria de Freitas Leite, na Universidade de Brasília. A pesquisa trata do acesso na região, do encontro e da mobilização das populações pelas redes sociais e da produção de vídeos políticos, com foco na nova geração do território indígena do Xingu, ao norte do Mato Grosso.

Fonte: Juliana Domingos de Lima / /www.nexojornal.com.br

 



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Educação realiza encontro focado na formação continuada de profissionais da educação


O encontro foi realizado em parceria com o Projeto Mundo do Theo e teve como foco as Auxiliares Educacionais e os Profissionais de Apoio

A Secretaria Municipal de Educação de Primavera do Leste realizou nos últimos dias 1 e 2 de julho a ação formativa “Primavera do Leste Investe na Inclusão: Formação Especializada para Profissionais da Educação” marcou um importante passo rumo a uma educação mais acolhedora, sensível e preparada para os desafios da inclusão. O encontro foi realizado em parceria com o Projeto Mundo do Theo e teve como foco as Auxiliares Educacionais e os Profissionais de Apoio que acompanham estudantes com deficiência nas unidades escolares, especialmente os alunos com transtorno do espectro autista.

 

De acordo com secretária de Educação Luciani Cunha, essa edição do encontro trouxe uma nova abordagem, mais prática, sensível e voltada à realidade vivenciada nas escolas e foram recebidas as formadoras Juliana Bomfim, psicóloga, e neuropsicopedagoga Fabiana Cáceres. “Parabenizamos todos os participantes pelo sucesso do evento realizado na Secretaria Municipal de Educação e durante os dois dias foram discutidos temas fundamentais, como manejo de comportamentos, estratégias inclusivas, noções de análise do comportamento e práticas pedagógicas mais eficazes. As rodas de conversa enriqueceram ainda mais o processo, promovendo trocas de experiências e reflexões coletivas”, externou.

 

Ela conta ainda que o momento especial foi direcionado aos professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a docentes do ensino regular que atendem aos estudantes, promovendo estudos de caso e construção de estratégias pedagógicas inclusivas. “A iniciativa  inovadora e necessária reflete o compromisso da atual gestão com a formação continuada e a valorização dos profissionais da educação, em especial os cuidadores e apoiadores que atuam diretamente no dia a dia escolar. Após a formação presencial, a continuidade será garantida por meio de lives interativas, ampliando o alcance do conhecimento e fortalecendo a rede de apoio”, compleotu a secretária.

 

Luciani Cunha reforçou o seu contentamento com todos os participantes pela dedicação e engajamento, e reforçou a sua convicção de que a verdadeira inclusão se constrói com formação contínua, diálogo e sensibilidade, reconhecendo o papel fundamental dos cuidadores na promoção de uma escola mais humana, acessível e transformadora. “Primavera do Leste segue investindo em uma educação que acolhe, respeita e inclui”, concluiu.

 Coordenadoria de Comunicação


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cidade

Prefeitura fará mutirão de limpeza no Padre Onesto Costa na próxima terça (8)


A ação é uma iniciativa da Prefeitura de Primavera do Leste e atende a uma reivindicação da população local

Na próxima terça-feira (8) o bairro Padre Onesto Costa receberá o primeiro mutirão de limpeza e recuperação liderado pela administração do prefeito Sérgio Machnic. A ação é uma iniciativa da Prefeitura de Primavera do Leste e atende a uma reivindicação da população local, que há tempos aguardava medidas efetivas para a limpeza e conservação do espaço urbano.

 

Segundo o secretário municipal de Infraestrutura do município Victor Diniz, o mutirão  foi resultado de um planejamento cuidadoso que durou cerca de seis meses por conta da necessidade de reunir uma equipe qualificada e disponibilizar o maquinário adequado para a realização do serviço. “No início, nossa execução foi morosa, mas agora estamos prontos. Temos o maquinário e a equipe completa para iniciar os trabalhos de qualidade”, afirmou.

 

Ainda segundo o secretário, o mutirão incluirá a remoção de entulhos das calçadas e quintais, restos de poda de árvores, limpeza de gramas e retirada de móveis velhos. A recomendação é que os moradores coloquem sofás, armários e outros objetos indesejados em suas calçadas, pois a equipe responsável passará recolhendo esses itens.

 

Além da limpeza, o mutirão também prevê a operação de tapa-buraco e a troca de luminárias queimadas e danificadas, visando deixar o bairro em melhores condições, além da pintura dos meio-fios.

 

Victor Diniz explica que o objetivo não é apenas a limpeza imediata, mas a conscientização da população sobre a importância do cuidado contínuo com o ambiente. “Queremos que a comunidade se engaje no processo de manter o bairro limpo. Estamos cientes de que cerca de 10% dos moradores ainda jogam lixo nas ruas, e isso precisa mudar”, comentou.

 

O secretário enfatiza ainda que o mutirão de limpeza não é apenas uma ação pontual, mas que visa criar um senso de pertencimento e responsabilidade entre os moradores. “A expectativa é de que com a execução dessa ação a cidade de Primavera se torne um lugar mais bonito e limpo. Isso contribui não somente com saúde pública, mas também cria um ambiente mais bonito e arejado, elevando a auto-estima dos moradores. Queremos que todos que amam nossa cidade nos ajude nessa missão”, complementou Diniz.

 

“E também queremos pedir a colaboração de todos os moradores no sentido de entender que vamos executar o serviço em um bairro por vez, sendo que dessa vez será no Onesto Costa, mas não vamos parar por aí. Então, pedimos encarecidamente que os moradores dos bairros próximos e até os dos bairros mais distantes que aguardem sua vez, pois vamos fazer esse mutirão de limpeza em toda a cidade”, finalizou Victor Diniz.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação


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Região

Primavera do Leste receberá Encontro Nacional de CTGs


A realização do evento, conhecido como Nacional 2027, foi debatido na manhã dessa quinta-feira (3) com o prefeito Sérgio Machnic, que se comprometeu a buscar meios para viabilizar a estrutura necessária

O município de Primavera do Leste irá sediar o Encontro Nacional dos Centros de Tradição Gaúcha (CTGs) em 2027. A realização do evento, conhecido como Nacional 2027, foi debatido na manhã dessa quinta-feira (3) com o prefeito Sérgio Machnic, que se comprometeu a buscar meios para viabilizar a estrutura necessária para a realização do encontro.

 

Para o gestor municipal, a realização do Nacional 2027 é muito importante para a cidade em vários aspectos. “Serão cerca de 7 a 8 mil participantes mais as suas famílias. Isso é muito importante porque além de colocar o nome de Primavera do Leste em evidência nacional e até internacionalmente, prestigia o comércio local. É uma honra para nós receber esse evento e vamos trabalhar junto com o CTG para fazer o melhor Encontro Nacional que já existiu”, afirmou Sérgio Machnic.

 

O prefeito destaca ainda que além de movimentar o comércio primaverense, o Nacional 2027 também vai gerar receitas para os municípios vizinhos. “Nós vamos ter um aumento aí de 20 a 30 mil pessoas nos quatro dias do evento. Nós não vamos ter hoteis suficientes para todas essas pessoas. A festa vai ser aqui, mas muita gente vai dormir nas cidades vizinhas. Então não será bom somente para Primavera, mas para toda a nossa região”, complementou Machnic.

 

O vice-presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho em Mato Grosso e diretor-geral da Confederação da Tradição Gaúcha (CBTG) Mauro Geraldo explica que os encontros nacionais dos CTGs acontecem a cada dois anos e são os maiores eventos brasileiros voltados à difusão e preservação da cultura gaúcha. “Ele representa hoje o ápice da tradição gaúcha na parte cultural, artística  e esportiva. A cada dois anos os CTGs e os MTGs se preparam para enviarem os melhores de cada modalidade para irem para esse Nacional e competir entre si para escolher os campeões das suas modalidades em nível nacional. Mas muito mais do que a competição, é o grande reencontro dos tradicionalistas do Brasil”, afirmou.

 

Ele explica ainda que os pilares da tradição gaúcha na arte são a dança de salão, a dança tradicional, a campesina e a chula, por exemplo, além da música e da poesia, assim como no esporte há a bocha mundial e campesina, e outras modalidades, além de provas de laço.

 

Já o presidente do MTG de Mato Grosso Francisco de Sousa conta que a cidade de Primavera do Leste foi escolhida para sediar o Encontro Nacional por conta da importância da cultura gaúcha na sua formação. “A cidade foi escolhida a dedo por conta do seu potencial econômico, do seu potencial de crescimento e pela população que tem pessoas inovadoras, pessoas empreendedoras que falam muito sobre o desenvolvimento que ocorre em Mato Grosso. E é uma cidade aonde a família tem um valor fundamental e o pilar do tradicionalismo é a família”, contou.

 

O Patrão do CTG de Primavera do Leste Jerri Bica também reforçou a importância para a cidade da realização do evento nacional. “Acredito que isso vem somar muito em termos de turismo, de cultura e de visibilidade em nível do Brasil, vai levar o nome de Primavera do Leste em nível nacional”, declarou.

 

A reunião que sacramentou a realização do Nacional 2027 em Primavera do Leste também contou com a presença da vice-prefeita Iva Viana, do Chefe de Gabinete Joélio Moraes, do secretário de Cultura, Turismo Lazer e Juventude Leopoldino André, do secretário de Desenvolvimento Econômico Fábio Parente, do secretário de Esportes Márcio Lélis, do vereador Marco Aurélio, presidente da Câmara, e do vereador Marcondes Martignago.

 

O Encontro Nacional de CTGs acontecerá entre os dias 22 a 25 de julho de 2027 e a previsão é que traga entre 25 a 30 pessoas para a cidade durante os 4 dias do evento, trazendo cultura e renda para a cidade.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação / Autor: Denilson Paredes


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