Primavera do Leste / MT - Quinta-Feira, 20 de Novembro de 2025

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Ministério da Saúde lança campanha para doação de leite materno



O Ministério da Saúde, em parceria com a Rede Global de Bancos de Leite Humano e o Programa Iberoamericano de Bancos de Leite Humano, lançou hoje (18), em São Paulo, a campanha nacional Doe Leite Materno, Ajude quem Espera por Você.

O objetivo é incentivar mães que amamentam a serem doadoras, ajudando a ampliar o volume de leite humano coletado e distribuído a recém-nascidos prematuros e de baixo peso. Com o leite materno, o bebê fica protegido de infecções e diarreias, além de se desenvolver melhor, diminuindo o tempo de internação.

 

Brasília - Na 15ª Semana Mundial de Amamentação, grupo de mães se reúne em Brasília para amamentar seus bebês simultaneamente em público e, com isso, chamar a atenção para a importância de amamentar (Valter Campanato/Agência Brasil)
Qualquer quantidade doada aos bancos de leite é válidaQ- Valter Campanato/Agência Brasil

A iniciativa celebra o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, a ser comemorado neste sábado (19). A madrinha da campanha é a atriz Sheron Menezzes.

“Estaremos com a campanha na mídia até o mês que vem, mas essa é uma campanha para durar o ano inteiro e até mais. As crianças nascem, as mães amamentam, e é muito provável que, no início, haja uma sobra de leite. A mãe pode ter muito mais leite do que o filho precisa. Estamos trabalhando com essa visão, a de compartilhar e salvar vidas. Temos cerca de 330 mil crianças que nascem prematuramente no brasil, por ano, e com necessidade de leite e a mãe, às vezes, ainda não tem leite para amamentar”, disse o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.

“Temos que ampliar isso [a doação de leite materno], porque salva vidas, protege os recém-nascidos e, principalmente, os que nascem prematuramente”, ressaltou Occhi, no lançamento do programa.

Segundo o ministro, qualquer quantidade doada aos bancos de leite é válida. “Qualquer miligrama é importante. Se vocês entrarem no site do Ministério da Saúde, vão encontrar os locais de coleta em todo o Brasil. Qualquer mulher que esteja amamentando pode tirar seu leite em um frasco e levá-lo para doar. Guarde na geladeira ou no freezer e leve para o local de coleta, que isso será muito bem-vindo”, disse o ministro. Dependendo do tamanho do bebê prematuro, 1 ml de leite humano pode ser suficiente para nutri-lo.

O leite materno coletado nos bancos passa por controle de qualidade antes de ser distribuído, de acordo com o Ministério da Saúde.

Entre os anos de 2009 e 2017, o Banco de Leite Humano do Brasil já beneficiou dois milhões de recém-nascidos. No ano passado, o volume coletado em todo o país atingiu 212 mil litros, beneficiando 198 mil bebês prematuros. Apesar disso, o número de doações no país ainda é baixo em relação à demanda, atingindo, aproximadamente, 60% do público a que se destina.

Doações

Em São Paulo, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, houve crescimento de 10,5% no número de doadoras de leite materno entre os anos de 2016 e 2017 e de 8,9% na quantidade de litros captados na rede de bancos de leite humano do estado. No ano passado, os bancos paulistas contaram com a ajuda de 39.729 doadoras, que contribuíram para a coleta de 51.225 litros. Segundo a secretaria, para ser doadora de leite materno, a mãe precisa ser saudável, estar amamentando, produzindo leite em excesso e não fazer uso de nenhum medicamento que impeça a doação.

Para doar, basta que a mãe compareça a um banco de leite, onde vai receber as orientações necessárias. As interessadas devem preencher um cadastro e apresentar exames laboratoriais de sorologia realizados nos últimos seis meses. Alguns bancos oferecem serviços de busca em domicílio e kits [como gorros, máscaras e frascos de armazenamento] para garantir a qualidade do alimento doado.

Fonte: Agência Brasil



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política

Demarcação de terras indígenas em MT: após novos decretos, AMM e entidades vão ao STF cobrar segurança jurídica


Preocupados com o impacto das novas demarcações de terras indígenas em Mato Grosso, o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Léo Bortolin, levou a Brasília uma pauta de emergência em defesa dos municípios. Ao lado de representantes do agro e do Legislativo estadual, ele participa de reunião com o ministro Gilmar Mendes, nesta quinta-feira (20/11), feriado da Consciência Negra, no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a comitiva, os decretos publicados nesta semana geram insegurança jurídica para prefeituras, produtores rurais e para a economia de Mato Grosso.

 

As entidades questionam decretos assinados nesta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que homologam a demarcação das terras indígenas Manoki, Uirapuru, Estação Parecis e Kaxuyana-Tunayana. Ao todo, são cerca de 2,45 milhões de hectares distribuídos entre Pará, Amazonas e Mato Grosso. Com essas homologações, chega a 20 o número de territórios indígenas confirmados desde 2023, de acordo com a Casa Civil.

 

Em Mato Grosso, as novas demarcações atingem diretamente áreas produtivas nos municípios de Diamantino, Campos de Júlio, Nova Lacerda, Conquista D’Oeste e Brasnorte. Prefeitos e produtores já vinham manifestando preocupação com o avanço de processos de demarcação e revisão de limites territoriais. “O que está em jogo em Mato Grosso não é um debate abstrato. São prefeituras que podem perder parte importante da receita de uma hora para outra, sem tempo de adaptação e sem diálogo. Os prefeitos estão inseguros, os produtores apreensivos. Nosso pedido é por segurança jurídica e previsibilidade”, afirma o presidente da AMM, Léo Bortolin.

 

Em cidades como Brasnorte, a ampliação da Terra Indígena Manoki atinge propriedades rurais consolidadas e pode reduzir de forma significativa a base de arrecadação do município. O prefeito de Brasnorte, Edelo Ferrari, destaca o impacto direto nas contas públicas e nos serviços prestados à população. “Se essa ampliação for mantida, o município vai perder arrecadação e ter que cortar serviço. Não estamos falando só de fazenda, estamos falando de escola, saúde, estrada. Para Brasnorte, o prejuízo é enorme e muito difícil de reverter”, aponta o prefeito.

 

Para o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, muitos produtores rurais foram pegos de surpresa pelos decretos de demarcação. “Tem assentamento, área com CAR e famílias que estão há muitos anos na mesma região. O produtor olha para o decreto e pensa: tudo o que construí está em risco? Isso é uma insegurança jurídica enorme”, avalia.

 

Vilmondes Tomain, presidente da Famato, ressalta que a pressão não recai apenas sobre o setor produtivo, mas também sobre os gestores municipais. “Essas áreas não são só números em mapa. São municípios inteiros tentando manter serviço público funcionando, enquanto produtores se sentem vulneráveis com medo de perder o patrimônio de uma vida. Precisamos de responsabilidade e equilíbrio”, diz.

 

A deputada estadual Janaína Riva avalia que o diálogo com o ministro Gilmar Mendes é essencial para levar a realidade mato-grossense ao centro do debate no STF. “O ministro foi receptivo e conhece o estado. Quando explicamos que um município pode perder até 20% de receita, fica claro que não se trata apenas de discutir limites, mas de discutir a continuidade dos serviços para a população”, afirma a parlamentar.

 

Como encaminhamento, ficou definido que, já na próxima segunda-feira, a AMM e as demais entidades envolvidas irão se reunir para protocolar uma ação com o objetivo de suspender todos os processos que tratem de novas demarcações ou remarcações de terras indígenas envolvendo Mato Grosso, tanto na esfera administrativa quanto na judicial. A intenção é garantir segurança jurídica até que haja maior clareza sobre critérios, procedimentos e impactos para os municípios e para a economia do estado.

 

Participaram da reunião com o ministro Gilmar Mendes o presidente da AMM, Léo Bortolin, o deputado estadual Eduardo Botelho, a deputada estadual Janaína Riva, o prefeito de Brasnorte, Edelo Ferrari, o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, e o presidente da Famato, Vilmondes Tomain.

Assessoria


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