Primavera do Leste / MT - Sexta-Feira, 12 de Setembro de 2025

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Como uma rádio indígena na web quer combater estereótipos



EVELYN TERENA, REPÓRTER DA YANDÊ EM ASSEMBLEIA DO POVO TERENA

A Rádio Yandê é a primeira rádio indígena on-line brasileira. Ela iniciou seu streaming em novembro de 2013 e, além da programação 24 horas do site, também está presente nas redes sociais, como Facebook e  Instagram, e disponibiliza conteúdos em vídeo no YouTube e em áudio pelo Soundcloud.

Está sediada no Rio de Janeiro, mas conta com programação feita por gente de todo o território nacional. Sua equipe fixa, assim como colaboradores e correspondentes, são todos indígenas. A palavra “yandê”, de acordo com uma das fundadoras, Renata Machado, jornalista da etnia tupinambá, vem da língua tupi mas é muito usada em nheengatu, língua derivada do tupi. Dependendo do contexto, ela pode significar tanto “você” quanto “nosso” e “nós”. O slogan adotado é “a rádio de todos nós”.  14.012 foram as visitas ao site em outubro Segundo dados da rádio, os países com maior número de ouvintes são, respectivamente, Brasil, EUA, Colômbia e Rússia.

Em 2017, o site foi visitado por mais de 60 países. Protagonismo A difusão da cultura indígena e o fortalecimento da identidade dos diferentes povos, unidos à informação, educação e ao combate de estereótipos, são os propósitos do conteúdo produzido e veiculado pela rádio. Denúncias de violência e cobertura de conflitos, inclusive nas redes sociais, também encontram espaço.

Abaixo, o Nexo lista alguns preconceitos e equívocos que a atuação da rádio busca combater, citados em entrevista por Renata Machado:

VISÃO HOMOGÊNEA DOS POVOS INDÍGENAS Segundo Machado, há uma generalização, presente no tratamento dos veículos de comunicação e da população brasileira em geral, entre as 305 etnias que são, na verdade, muito distintas entre si em suas formas de ver o mundo, sua organização social e religião. Cada povo é um, e, segundo ela, os conteúdos da rádio buscam representar essa diferença.

VISÃO CRISTALIZADA DE SEU MODO DE VIDA A imagem dos povos indígenas perpetuada pelos livros de história e mesmo pela literatura indianista do século 19, muitas vezes estereotipada e fixa no passado, também é criticada pela fundadora da rádio. “Isso é muito ruim, porque as pessoas não sabem quem é o indígena contemporâneo, não têm ideia do que acontece dentro das comunidades nem das diferenças de uma para outra”, disse ao Nexo.  “Estamos vivos, não fomos todos mortos em 1500 – embora alguns quisessem isso. Nossa cultura está em transformação, está se adaptando.”

COBERTURA QUASE EXCLUSIVA DE FATOS NEGATIVOS O predomínio de conflitos no noticiário relacionado à questão indígena é um dos fatores responsáveis por não se saber mais sobre a cultura dos povos, como vivem hoje e quais são as realizações dos indígenas contemporâneos. A equipe da rádio também ministra oficinas de comunicação nas comunidades, em escolas indígenas e universidades.

De uma delas, no Amazonas, surgiu o primeiro boletim de áudio feito por indígenas de São Gabriel da Cachoeira. Programação A rádio tanto produz conteúdo como conta com algumas emissões de caráter colaborativo, feitas a partir de áudios enviados por lideranças, educadores, membros de organizações e jornalistas indígenas que estão por todo o Brasil. Os colaboradores se comunicam com os produtores da rádio pelo grupo da rádio no Whatsapp, que tem em torno de 200 membros.

Há também os correspondentes indígenas, que estão no Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Bahia.  A grade de programação tem transmissões musicais, que servem de incentivo aos artistas indígenas. Segundo Renata Machado, 80% das músicas tocadas são cantadas em línguas indígenas brasileiras. O restante se divide entre as que são interpretadas em português, também por artistas indígenas, e em línguas indígenas de outros países. Há tanto canções tradicionais quanto contemporâneas, em que diferentes etnias se apropriam de gêneros da música popular, como forró na língua kayapó ou heavy metal em tupi.

Entre os programas, há dois destaques: o “Papo na Rede”, em que indígenas de diferentes etnias e até de outros países conversam sobre variedades e seu cotidiano, via Google Hangouts, com correspondentes, coordenadores e colaboradores da rádio o programa “Yandê Connection”, que conecta indígenas de diferentes países para trocarem experiências e informar sobre a situação de seus respectivos países.

É transmitido ao vivo pelo YouTube e pelo site da rádio, em espanhol e inglês Por notarem os acessos ao site vindos de dezenas de países, os produtores da Yandê passaram a aceitar também conteúdos de colaboradores indígenas de outros países, sobretudo latino-americanos. Contam hoje com um primeiro correspondente indígena estrangeiro, Pablo Perez, no México. Acesso à internet A comunicação autônoma proposta pela rádio, no entanto, pode não estar sendo tão disseminada entre algumas populações por conta de limitações de conexão das aldeias.

Em 2015, o governo federal anunciou que levaria banda larga a comunidades indígenas, quilombolas e rurais com a instalação de 167 antenas. O programa, chamado de Gesac, Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão, pretende oferecer conexão gratuita nesses locais por via terrestre e satélite. Embora o acesso tenha se ampliado – segundo dados de 2016 do programa, havia 33 pontos ativados em comunidades indígenas e 8 em ativação –, a qualidade da conexão ainda é ruim, segundo dois relatos ouvidos pelo Nexo.

O primeiro deles é de Ray Baniwa, comunicador indígena do Alto Rio Negro e assessor da Federação das Organizações Indígenas em São Gabriel da Cachoeira. Segundo Baniwa, o acesso é restrito e ruim na região. “Esse ano foi instalado apenas um ponto de internet via programa Gesac [na região]. A maioria desses pontos estão nos pelotões de fronteira do exército, que nem sempre são acessíveis pelas comunidades indígenas, por serem distantes”, disse em entrevista. Já as colaborações de diferentes aldeias que chegam diariamente pelo Whatsapp, segundo Renata Machado, tornaram-se possíveis com o acesso à internet. Mas ele é precário. “Em alguns lugares não tem sinal de telefone, mas às vezes tem sinal de internet, via satélite.

É lento mas às vezes funciona. Tem momentos em que eles conseguem mandar as coisas, mesmo sendo um sinal não muito forte”, disse. “Isso é uma coisa que tem atrapalhado. Às vezes as pessoas têm que ir à cidade, baixar conteúdos no formato de podcast ou via Whatsapp e escutar na aldeia”. Embora ainda haja problemas no acesso, a produção e audição de conteúdos como os da Rádio Yandê é possível por haver uma “juventude indígena conectada”.

Este é o título de uma dissertação de mestrado, defendida em 2017 pela pesquisadora Letícia Maria de Freitas Leite, na Universidade de Brasília. A pesquisa trata do acesso na região, do encontro e da mobilização das populações pelas redes sociais e da produção de vídeos políticos, com foco na nova geração do território indígena do Xingu, ao norte do Mato Grosso.

Fonte: Juliana Domingos de Lima / /www.nexojornal.com.br

 



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cidade - esporte

Secretaria de Assitência Social entrega novos uniformes a alunos do Centro de Referência da Juventude (CREJU)


No total, foram 230 novos uniformes entregues, o que demonstra comprometimento da gestão, com atividades sociais e esportivas

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Autor: Vilmar Kaizer

Prefeito Sérgio Machnic e vice-prefeita Iva Viana participaram entregando pessoalmente os uniformes

A Secretaria de Assistência Social do município realizou na manhã desta quarta-feira, 10, na dependências do Centro de Referência da Juventude (Creju), no bairro São José, a entrega de novos uniformes esportivos para 230 crianças e adolescentes que participam das atividades. O prefeito Sérgio Machnic ajudou pessoalmente a entregar os uniformes, acompanhado pela vice-prefeita Iva Viana, secretária de Assistência Social, Tânia Carlotto e vereadores Herbert Vianna e Gislaine Yamashita.

O prefeito parabenizou a todos pela importância do trabalho social realizado no Creju e, falando às crianças reforçou a importância de participarem das atividades, por meio das diversas modalidades esportivas oferecidas. “Estamos fazendo de tudo para dar o melhor para vocês, possibilitando que cresçam da melhor forma possível como aluno, como atleta e como cidadãos. Sintam-se à vontade para virem participar das atividades”, frisou.

Sérgio Machnic alertou ainda sobre a importância da qualidade de vida, que é um dos ingredientes principais quando se pratica esporte e cada aluno só tem a ganhar, seja em meio ao projeto, na escola ou junto aos seus familiares. Ele reforçou o compromisso da gestão de ampliar investimentos para garantir que a juventude primaverense tenha oportunidades no esporte, na educação e na cultura.

A vice-prefeita Iva Viana, ressaltou a importância do esporte como ferramenta de educação e cidadania. “Vocês têm a oportunidade de aprender valores como disciplina e convivência. O uniforme é mais do que uma roupa, é incentivo ao crescimento pessoal e social. Não fiquem na rua, não fiquem em casa, mas venham participar das atividades que são oferecidas a vocês, com muito carinho”, destacou.

A secretária Tânia Carlotto lembrou que o projeto busca afastar os jovens das ruas, oferecendo atividades esportivas e acompanhamento social. O Creju atende atualmente dezenas de crianças e adolescentes em diferentes modalidades esportivas, fortalecendo o vínculo social e incentivando hábitos saudáveis. “Os uniformes são para que vocês venham participar das atividades do projeto e são uma forma de demonstrar a importância que cada um tem aqui dentro”, pontuou.

A vereadora Gislaine Yamashita compartilhou sua experiência como ex-professora de Educação Física e destacou o trabalho do professor Elias, responsável pelo projeto esportivo.

O vereador Herbert Viana lembrou que também quando criança, estudando na escola recebeu de forma semelhante um uniforme, entregue à época pelo então prefeito do município e reforçou a todos sobre a importância das atividades esportivas.


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Polícia

Réu é condenado a 61 anos por matar e queimar ex com o namorado em Saveiro


Valdinei Silva Santana, autor do femicídio contra a ex-mulher Gleiciane de Souza, 35, e homicídio contra o então namorado dela, Vanderson Alves Ficho, 35, foi condenado a 61 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão por matar e carbonizar os corpos dos dois. O Tribunal do Júri foi realizado na terça-feira (9), na cidade de Jaciara (144 km ao sul de Cuiabá). O caso tramitou em segredo de justiça e o julgamento se deu um ano e 3 dias após o crime.

Além dos crimes de homicídio qualificado contra o casal, que contabilizaram 33 anos pela morte da mulher e 17 anos do homem, somaram as qualificadoras de crime de destruição de cadáver, vilipêndio de cadáver, duplicados em razão de serem duas vítimas, e ainda dano qualificado, crime de incêndio, posse irregular de arma de fogo de uso permitido, crime de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e concurso material de crimes. Ao todo a pena chegou a 61 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão e 1 ano, 8 meses e 19 dias de detenção.

 

Os jurados consideraram Valdinei culpado pelos referidos crimes e a sentença, bem como cálculo de pena, foi proferida pelo juiz Ednei Ferreira dos Santos, da Comarca de Jaciara. A sentença será cumprida em regime inicial fechado.

 

Na época do crime, Valdinei chegou a publicar uma série de vídeos pedindo perdão aos filhos e familiares das vítimas pelo crime. Ele matou a tiros e carbonizou os corpos de Gleiciane e Vanderson em 6 de setembro de 2024, no Distrito de Celma, zona rural de Jaciara (144 km ao sul de Cuiabá).

 

Naquela noite, o criminoso foi até a casa da ex-mulher, com quem tem dois filhos e começou as agressões no local. Ela foi arrastada pela rua e baleada várias vezes até morrer ainda no local. Em seguida, ele levou o corpo da mulher até a porta da casa de Vanderson. O réu chamou e, assim que a vítima atendeu a porta, disparou um tiro no rosto. Ele também não resistiu e morreu no local.

 

Depois do crime, arrastou o corpo de Vanderson e colocou sobre o de Gleiciane, disparando mais tiros contra os dois na rua. Os corpos foram colocados numa Saveiro, queimada em seguida. A ação criminosa foi presenciada pelos filhos de Gleiciane, que também são filhos do suspeito. Valdinei fugiu para uma região de mata e foi preso dias depois. Ele afirmou que “foi tomado pela raiva e pelo ódio”.

 

“Cara, nunca imaginei passar por isso, o tanto que a gente conversava, tantos planos que a gente tinha com nossos filhos. Peço perdão a todos vocês, aos familiares, me perdoem do fundo do meu coração”, diz em vídeo. Já em outro vídeo, ele pede perdão diretamente para os filhos. “Bom dia, meus filhos, passando aqui para pedir perdão pelo que o pai fez. Eu amava tanto a sua mãe, vocês não imaginam. Tanta raiva, o pai acabou fazendo essa cagada e se arrepende tanto”, continua.

GD


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Primavera do Leste terá Jornada Municipal de Segurança do Paciente


O evento acontece entre os dias 29 e 30 desse mês e deve contar com palestras e exposições de técnicos da área

O evento tem cunho técnico-científico e tem por objetivo reunir profissionais de saúde da rede pública e privada, gestores, coordenadores, alunos e docentes dos cursos técnicos e superiores

A Prefeitura de Primavera do Leste, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, promove a 1ª Jornada Municipal de Segurança do Paciente: Integralidade com Foco no Cuidado Seguro, que irá reunir profissionais de saúde para debater os cuidados com os usuários do sistema público de saúde. O evento acontece entre os dias 29 e 30 desse mês e deve contar com palestras e exposições de técnicos da área.

O coordenador de Educação Permanente e membro do Núcleo de Segurança do Paciente da Secretaria Municipal de Saúde Antônio Marcos Moreira Aguilar explica que o evento tem cunho técnico-científico e tem por objetivo reunir profissionais de saúde da rede pública e privada, gestores, coordenadores, alunos e docentes dos cursos técnicos e superiores do município, para discutir e acompanhar palestras, bem como debater sobre os avanços relacionados a implementação das metas internacionais do cuidado seguro em todos os serviços de saúde.

“Nós temos dentro da Secretaria de Saúde o Núcleo de Segurança do Paciente que faz parte de uma política nacional instituída com a função de implementar as metas internacionais de cuidado seguro aos pacientes, que vão desde a Atenção Primária até os hospitais. A ideia é garantir um atendimento mais qualificado e seguro aos pacientes. E esse encontro tem por objetivo reunir profissionais da saúde dos diferentes segmentos para debatermos e avançarmos no tema”,  afirmou.

“Será um espaço aberto, coletivo, para debatermos o atendimento seguro, protocolos, como garantir uma assistência mais qualificada em todos os serviços de saúde. De ouvirmos e passarmos experiências”, completou.

A 1ª Jornada Municipal de Segurança do Paciente: Integralidade com Foco no Cuidado Seguro acontecerá no auditório do Primacredi e contará com a participação da Diretoria Executiva da Santa Casa de Rondonópolis, da Coordenação do Escritório Regional de Saúde, da Coordenação Estadual da Segurança do Paciente de Cuiabá e do Setor das Redes Assistenciais de Qualidade e Segurança do Paciente do Hospital Albert Einstein.


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A Palavra - Opinião

Crônica Política – por Luis Costa: E a pré-candidata Yamashita


Crônica Política – por Luis Costa

Charge politica. Fotos Internet

A candidatura de Gislaine Yamashita continua patinando. Não decola, não empolga e, ao que tudo indica, não vai além do ensaio. E quando a situação já parecia difícil, aparece mais um na pista: o advogado Edmar de Jesus Rodrigues, ex-presidente da OAB de Primavera do Leste, decidiu se lançar pré-candidato a deputado federal. E, para surpresa geral, pelo MDB.

Edmar é amigo do prefeito Sérgio Machinic (PL). Se tivesse escolhido o PL, seria recebido de braços abertos. Mas não: preferiu o MDB e, com isso, senta à mesa ao lado de Léo Bortolin. A política, afinal, é feita dessas ironias — quem poderia estar no time do prefeito, acabou indo reforçar o adversário.

Enquanto isso, Yamashita insiste em acreditar que a proximidade com os Bolsonaro bastaria para garantir votos. Como se o eleitor fosse obrigado a apertar o número dela só porque ela tira foto sorridente ao lado da família presidencial. A realidade, porém, é cruel: o povo não engole discurso vazio. E a candidatura, que já nasceu frágil, agora patina sem freio.

Nos bastidores, comenta-se que ela teria o apoio do pastor Ary. Mas até aí, nada é tão certo: nem os fiéis parecem dispostos a obedecer dessa vez. A paciência anda curta, e a fé política, ainda menor. Yamashita coleciona mágoas dentro do próprio partido, atropela correligionários e desconsidera nomes de peso, como o deputado estadual Cattani. Resultado? Uma política de portas fechadas, alianças quebradas e promessas furadas.

No fim das contas, a cena lembra um baile mal organizado: a orquestra toca, mas a pista está vazia. Gislaine dança sozinha, sem par e sem aplausos. E como diz a velha máxima da política: quem dança sem companhia, dança para fora.

Segue o baile.


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