Primavera do Leste / MT - Domingo, 18 de Maio de 2025

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Como uma rádio indígena na web quer combater estereótipos



EVELYN TERENA, REPÓRTER DA YANDÊ EM ASSEMBLEIA DO POVO TERENA

A Rádio Yandê é a primeira rádio indígena on-line brasileira. Ela iniciou seu streaming em novembro de 2013 e, além da programação 24 horas do site, também está presente nas redes sociais, como Facebook e  Instagram, e disponibiliza conteúdos em vídeo no YouTube e em áudio pelo Soundcloud.

Está sediada no Rio de Janeiro, mas conta com programação feita por gente de todo o território nacional. Sua equipe fixa, assim como colaboradores e correspondentes, são todos indígenas. A palavra “yandê”, de acordo com uma das fundadoras, Renata Machado, jornalista da etnia tupinambá, vem da língua tupi mas é muito usada em nheengatu, língua derivada do tupi. Dependendo do contexto, ela pode significar tanto “você” quanto “nosso” e “nós”. O slogan adotado é “a rádio de todos nós”.  14.012 foram as visitas ao site em outubro Segundo dados da rádio, os países com maior número de ouvintes são, respectivamente, Brasil, EUA, Colômbia e Rússia.

Em 2017, o site foi visitado por mais de 60 países. Protagonismo A difusão da cultura indígena e o fortalecimento da identidade dos diferentes povos, unidos à informação, educação e ao combate de estereótipos, são os propósitos do conteúdo produzido e veiculado pela rádio. Denúncias de violência e cobertura de conflitos, inclusive nas redes sociais, também encontram espaço.

Abaixo, o Nexo lista alguns preconceitos e equívocos que a atuação da rádio busca combater, citados em entrevista por Renata Machado:

VISÃO HOMOGÊNEA DOS POVOS INDÍGENAS Segundo Machado, há uma generalização, presente no tratamento dos veículos de comunicação e da população brasileira em geral, entre as 305 etnias que são, na verdade, muito distintas entre si em suas formas de ver o mundo, sua organização social e religião. Cada povo é um, e, segundo ela, os conteúdos da rádio buscam representar essa diferença.

VISÃO CRISTALIZADA DE SEU MODO DE VIDA A imagem dos povos indígenas perpetuada pelos livros de história e mesmo pela literatura indianista do século 19, muitas vezes estereotipada e fixa no passado, também é criticada pela fundadora da rádio. “Isso é muito ruim, porque as pessoas não sabem quem é o indígena contemporâneo, não têm ideia do que acontece dentro das comunidades nem das diferenças de uma para outra”, disse ao Nexo.  “Estamos vivos, não fomos todos mortos em 1500 – embora alguns quisessem isso. Nossa cultura está em transformação, está se adaptando.”

COBERTURA QUASE EXCLUSIVA DE FATOS NEGATIVOS O predomínio de conflitos no noticiário relacionado à questão indígena é um dos fatores responsáveis por não se saber mais sobre a cultura dos povos, como vivem hoje e quais são as realizações dos indígenas contemporâneos. A equipe da rádio também ministra oficinas de comunicação nas comunidades, em escolas indígenas e universidades.

De uma delas, no Amazonas, surgiu o primeiro boletim de áudio feito por indígenas de São Gabriel da Cachoeira. Programação A rádio tanto produz conteúdo como conta com algumas emissões de caráter colaborativo, feitas a partir de áudios enviados por lideranças, educadores, membros de organizações e jornalistas indígenas que estão por todo o Brasil. Os colaboradores se comunicam com os produtores da rádio pelo grupo da rádio no Whatsapp, que tem em torno de 200 membros.

Há também os correspondentes indígenas, que estão no Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Bahia.  A grade de programação tem transmissões musicais, que servem de incentivo aos artistas indígenas. Segundo Renata Machado, 80% das músicas tocadas são cantadas em línguas indígenas brasileiras. O restante se divide entre as que são interpretadas em português, também por artistas indígenas, e em línguas indígenas de outros países. Há tanto canções tradicionais quanto contemporâneas, em que diferentes etnias se apropriam de gêneros da música popular, como forró na língua kayapó ou heavy metal em tupi.

Entre os programas, há dois destaques: o “Papo na Rede”, em que indígenas de diferentes etnias e até de outros países conversam sobre variedades e seu cotidiano, via Google Hangouts, com correspondentes, coordenadores e colaboradores da rádio o programa “Yandê Connection”, que conecta indígenas de diferentes países para trocarem experiências e informar sobre a situação de seus respectivos países.

É transmitido ao vivo pelo YouTube e pelo site da rádio, em espanhol e inglês Por notarem os acessos ao site vindos de dezenas de países, os produtores da Yandê passaram a aceitar também conteúdos de colaboradores indígenas de outros países, sobretudo latino-americanos. Contam hoje com um primeiro correspondente indígena estrangeiro, Pablo Perez, no México. Acesso à internet A comunicação autônoma proposta pela rádio, no entanto, pode não estar sendo tão disseminada entre algumas populações por conta de limitações de conexão das aldeias.

Em 2015, o governo federal anunciou que levaria banda larga a comunidades indígenas, quilombolas e rurais com a instalação de 167 antenas. O programa, chamado de Gesac, Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão, pretende oferecer conexão gratuita nesses locais por via terrestre e satélite. Embora o acesso tenha se ampliado – segundo dados de 2016 do programa, havia 33 pontos ativados em comunidades indígenas e 8 em ativação –, a qualidade da conexão ainda é ruim, segundo dois relatos ouvidos pelo Nexo.

O primeiro deles é de Ray Baniwa, comunicador indígena do Alto Rio Negro e assessor da Federação das Organizações Indígenas em São Gabriel da Cachoeira. Segundo Baniwa, o acesso é restrito e ruim na região. “Esse ano foi instalado apenas um ponto de internet via programa Gesac [na região]. A maioria desses pontos estão nos pelotões de fronteira do exército, que nem sempre são acessíveis pelas comunidades indígenas, por serem distantes”, disse em entrevista. Já as colaborações de diferentes aldeias que chegam diariamente pelo Whatsapp, segundo Renata Machado, tornaram-se possíveis com o acesso à internet. Mas ele é precário. “Em alguns lugares não tem sinal de telefone, mas às vezes tem sinal de internet, via satélite.

É lento mas às vezes funciona. Tem momentos em que eles conseguem mandar as coisas, mesmo sendo um sinal não muito forte”, disse. “Isso é uma coisa que tem atrapalhado. Às vezes as pessoas têm que ir à cidade, baixar conteúdos no formato de podcast ou via Whatsapp e escutar na aldeia”. Embora ainda haja problemas no acesso, a produção e audição de conteúdos como os da Rádio Yandê é possível por haver uma “juventude indígena conectada”.

Este é o título de uma dissertação de mestrado, defendida em 2017 pela pesquisadora Letícia Maria de Freitas Leite, na Universidade de Brasília. A pesquisa trata do acesso na região, do encontro e da mobilização das populações pelas redes sociais e da produção de vídeos políticos, com foco na nova geração do território indígena do Xingu, ao norte do Mato Grosso.

Fonte: Juliana Domingos de Lima / /www.nexojornal.com.br

 



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política

Após comunicar saída, PSB ‘segura’ Max Russi até março


O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o deputado estadual Max Russi (PSB), afirmou que a alta cúpula nacional de seu atual partido já está ciente de que em março do ano que vem deixará a sigla para preparar sua reeleição. Conforme o próprio parlamentar, ficou acordado que ele segue no PSB até março, período de janela partidária e depois embarca para o Podemos, com quem já tem feito articulações.

 

 

 

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Em entrevista à Rádio Cultura FM, Max afirmou que o PSB tentou ajudá-lo a repensar sua saída, mas para ele, a permanência do partido é algo que pode ser prejudicial, já que a cada eleição, a agremiação diminui representatividade eleitoral.

 

 

 

Max explica que enquanto diversos partidos se unem, o PSB segue trilhando sozinho, o que pode pôr em risco seus filiados.

 

 

 

“Tive com o presidente nacional do PSB, falei desse encaminhamento. Ele me comunicou que agora eu não posso sair e pediu que eu aguardasse até o mês de março, quando existe a janela, até para rever essa posição. As federações estão sendo montadas, PSDB e Podemos, União e PP. Outros partidos conversam. O PSB caminha para nenhuma dessas possibilidades. E sair sozinho… na última eleição não tivemos um resultado positivo, fizemos bancada pequena, de apenas 15 deputados federais. Isso em Brasília impacta bastante, porque é um caminho inverso. Vejo diversas dificuldades e vários motivos”, disse o deputado.

 

 

 

De acordo com Max, mesmo estando proibido de sair, as articulações internas já estão avançadas e mesmo com o Podemos, incrementando uma fusão com o PSDB, haverá espaço para ele, seu grupo, inclusive visando a presidência dos dois partidos.

 

 

 

“Existe convite por parte de partidos, um desses é o Podemos, há quem eu sou simpático. Já estamos fazendo essa construção, há um interesse entre os dois partidos, vai ser uma construção positiva. Juridicamente falando, eu estou casado com o PSB, a separação só pode ocorrer em março. Então, até lá, precisamos fazer essa construção de bastidor par em março fazer essa migração”, emenda.

 

 

 

Questionado se na troca de partido tinha como foco uma candidatura ao Executivo Estadual, Max pontuou que é algo descartado porque seu projeto eleitoral é a reeleição.

 

 

 

“Não é esse meu projeto, o deputado Max está focado em fazer um bom mandato como presidente. Tenho me dedicado muito, gosto do que faço, tocamos pautas interessantes”, conclui.

GD

 

 


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cidade

Trânsito mais seguro: Prefeitura recupera trecho crítico da Avenida São Paulo


Trânsito mais seguro: Prefeitura recupera trecho crítico da Avenida São Paulo

Coordenadoria de Comunicação – 16/05/2025

Trânsito mais seguro: Prefeitura recupera trecho crítico da Avenida São Paulo

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura, deu início nesta semana a uma importante obra de recuperação asfáltica na Avenida São Paulo, nas proximidades do posto Aldo Locatelli. O trecho, conhecido pelo intenso fluxo de veículos pesados, é acesso principal para os bairros Tuiuiú e Guterres e há anos enfrentava sérios problemas de trafegabilidade.

Segundo o secretário de Infraestrutura, Victor Diniz, a intervenção é uma resposta a um problema crônico que já dura décadas. “Retiramos toda a camada antiga de asfalto, que já existia há mais de 20 anos, e estamos aplicando uma nova pavimentação, mais resistente e segura. Esse era um ponto crítico da cidade que precisava de atenção imediata”, explicou.

Para evitar transtornos maiores ao trânsito local, principalmente de caminhões, a obra está sendo realizada em etapas. “Optamos por não interditar completamente a via, para não prejudicar ainda mais os motoristas e a rotina da região. Essa decisão permite que o trabalho avance com responsabilidade e cuidado com a população”, destacou o secretário.

A previsão é que o trecho atualmente em obras seja concluído e entregue à comunidade já na próxima semana. Mas o trabalho não para por aí. A recuperação da Avenida São Paulo seguirá em outros pontos da via, seguindo o cronograma planejado pela pasta.

Além da Avenida São Paulo, a Prefeitura já identificou diversos outros locais da cidade que também enfrentam problemas antigos na pavimentação. Um mapeamento completo foi feito e, de acordo com Victor Diniz, as próximas etapas da recuperação asfáltica vão contemplar também os bairros. “Nosso compromisso é claro: enfrentar os desafios históricos com planejamento, seriedade e ação. A população pode ter certeza de que o trabalho está apenas começando”, afirmou.

Ele ainda reforçou que “a gestão municipal está comprometida com a melhoria da infraestrutura urbana, trabalhando de forma transparente e próxima da comunidade, para construir uma cidade mais segura, moderna e com mais qualidade de vida para todos”.


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cidade

Conscientização contra o abuso sexual de crianças e adolescentes


Assistência Social e parceiros realizam pit stop de conscientização contra o abuso sexual de crianças e adolescentes

A ação faz parte da programação do Maio Amarelo, que tem o objetivo de conscientizar a população para denunciar os casos de abusos sexuais contra crianças e adolescentes

 

Coordenadoria de Comunicação – 16/05/2025

 

Assistência Social e parceiros realizam pit stop de conscientização contra o abuso sexual de crianças e adolescentes

O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) da Secretaria Municipal de Assistência Social de Primavera do Leste realizou um pit stop com a entrega de adesivos e panfletos educativos. A ação faz parte da programação do Maio Amarelo, que tem o objetivo de conscientizar a população para denunciar os casos de abusos sexuais contra crianças e adolescentes.

 

 

 

De acordo com Natieli Machado, coordenadora do CREAS, essa foi a primeira de uma série de ações programadas para o mês de maio, todas voltadas para a conscientização da população sobre os malefícios da exploração sexual infanto-juvenil e dos meios para denunciá-los. “Essa é nossa primeira atividade e estamos fazendo a adesivação de carros e entregando panfletos educativos com os números de telefone por meio dos quais as pessoas que identificarem algum caso de abuso sexual contra alguma criança ou adolescente possam fazer a denúncia. E essa denúncia pode ser feita de forma anônima e a partir daí os órgãos que compõem a rede de proteção às crianças e adolescentes entram em ação para proteger essa vítima de abusos”, explicou.

 

 

 

Ela contou ainda que a partir da próxima semana haverá toda uma programação de palestras nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) com psicólogos e assistentes sociais voltadas para os pais e responsáveis, além das próprias crianças e adolescentes, assim como um teatro de fantoches nas escolas, novamente com objetivo de conscientizar os estudantes sobre os abusos e os meios para se fazer as denúncias. “A ideia é trabalhar a conscientização das crianças de forma lúdica, para que elas entendam o que é o abuso. E isso sempre tem dado resultados, pois após as campanhas há um aumento do número de denúncias”, afirmou.

 

 

 

A culminância da programação, que é nacional, ocorre no próximo dia 18 de maio, que é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

 

 

 

A Rede Proteção às crianças e adolescentes é formada pelo próprio CREAS, o Conselho Tutelar, o Conselho de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA) e a programação é realizada com apoio de parceiros como o Ministério Público, Polícia Militar, Câmara Municipal, da Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Saúde e da Coordenação Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos (CMTU).

 

 

 

As pessoas que identificarem algum caso de abuso sexual contra crianças e adolescentes podem ser feitas pelo telefone Disque 100 e pode ser feita de forma anônima, caso a pessoa não queira se identificar.


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Programa Acessuas transforma vidas e certifica primeiras turmas em Primavera do Leste


Coordenadoria de Comunicação – 15/05/2025

 

Programa Acessuas transforma vidas e certifica primeiras turmas em Primavera do Leste

Uma nova porta para o futuro acaba de se abrir em Primavera do Leste! A Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Assistência Social, deu início ao Programa Acessuas Trabalho, uma iniciativa que vai muito além da capacitação profissional — é sobre oportunidade, autonomia e transformação de vidas.

 

O programa tem como objetivo principal inserir os usuários do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no mundo do trabalho. Para isso, oferece oficinas gratuitas que abordam temas como empregabilidade, desenvolvimento pessoal, qualificação profissional e preparação para o mercado de trabalho. Tudo pensado para valorizar talentos, estimular a autoestima e construir caminhos reais para uma vida mais digna e cidadã.

 

“Esse é um projeto que tem alma, que olha para as pessoas. Acreditamos que todos têm potencial para crescer, e nosso papel é oferecer ferramentas e apoio para que isso aconteça. É um trabalho que começa com escuta, acolhimento e termina com conquista”, destacou a secretária de Assistência Social, Tânia Carlotto.

 

As oficinas estão sendo conduzidas pela psicóloga Lorraynne de Paula, sob a coordenação da pedagoga Irene Cofferri, com apoio de toda a equipe da Secretaria. A programação inclui dinâmicas práticas, rodas de conversa, orientação para elaboração de currículos, simulações de entrevistas de emprego, além de reflexões sobre autoestima, comunicação e projeto de vida.

 

E o compromisso com a mudança já está dando frutos! Na última quarta-feira (14), as primeiras turmas do programa foram certificadas durante um evento especial realizado em parceria com o Senai, instituição contratada pela SETASC para executar o programa Ser Família Capacita — que oferece cursos de qualificação para famílias atendidas nos Centro de Referência de Assistência Social do município.

 

A cerimônia foi marcada por emoção, reconhecimento e esperança. Para quem participou, foi mais do que um certificado — foi o primeiro passo rumo a novas possibilidades.

 

De acordo com Tânia, o “Acessuas Trabalho é um convite para que cada pessoa descubra sua força e construa um futuro diferente. E essa história está só começando”, informou.


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