Primavera do Leste / MT - Segunda-Feira, 25 de Novembro de 2024

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Pastoral da AIDS realizou seminário Nacional de Incidência Política



Com o tema, Que País é Esse? O Seminário Nacional de Incidência Política teve como objetivo uma tentativa de compreender o momento atual do Brasil e os possíveis rumos que se desenham com o atual cenário político. Uma realização da Casa Fonte Colombo, Instituição mantida pelos Freis Capuchinhos, em parceira com a Pastoral da AIDS, CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e com apoio do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, HIV/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, participaram do seminário agentes da Pastoral da AIDS de todo País.

O seminário foi realizado nos dias 3, 4 e 5 de Agosto em Porto Alegre-RS. Estiveram cerca de 100 agentes da Pastoral da AIDS e integrantes de Pastorais, profissionais de saúde e gestores de diversos municípios que representaram 20 Estados do Brasil. O intuito foi  de qualificar lideranças que participam nas instâncias de controle social, de forma especial, os membros que participam nos Conselhos de Saúde ou coordenam ações pastorais nas Dioceses do Brasil.

O evento contou com a assessoria de palestrantes renomados, como Cesar Goes, sociólogo e professor na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc); Marcelo Kunrath Silva, sociólogo, pós-doutor pela Brown University (EUA) e professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Doutor Ivo Brito, colaborador da Área de Ações Estratégicas do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde; e o exGovernador do Estado do Rio Grande do Sul e ex-ministro das Cidades, senhor Olívio de Oliveira Dutra.

Para o Doutor Ivo Brito, que é colaborador da Área de Ações Estratégicas do Departamento de Vigilância, os Centros de Testagem e Acolhimento (CTA), estão hoje passando por uma reestruturação e possivelmente vai sair uma portaria que vai reorganizar a rede de atenção dos CTAs. “Os CTAs vão deixar de ser uma estrutura que só faz teste aconselhamento para acolher dentro do CTA um conjunto de outras estratégias de prevenção e ampliar o atendimento do CTA. Possivelmente essa reestruturação será induzida por um mecanismo de financiamento. Vai ter algum tipo de recurso que vai ser destinado aos estados e municípios, para que os CTAs possam ser reestruturados, reaparelhados e redefinidos, para que possam dar uma nova abordagem no campo de prevenção no campo da HIV/AIDS”.

Em relação às demandas existentes hoje pelos estados brasileiros aos CTAs, principalmente o Estado de Mato Grosso, Ivo informou que o estado passou por um enorme processo de desenvolvimento econômico na área estrutural, com a expansão agrícola, e isso impactou na estrutura de serviços.  “Como foram serviços que foram organizados em um período que não havia esse crescimento da agricultura de exportação, agora esses serviços precisam redimensionar”.

A Secretária Executiva da Pastoral da AIDS Nacional, Ana Carolina Barbosa de Souza, de Nova Friburgo – RJ, disse que a Igreja é apartidária, e assim trabalha com todos representantes políticos e comissões políticas. “Temos que fazer parcerias, para que assim possamos lutar pelos direitos das pessoas. Os agentes da pastoral a nível nacional ficam na retaguarda, proporcionando formação a cada regional, com exemplos e direcionando as mais diversas realidades. Este oitavo seminário teve uma participação expressiva e nas discussões tivemos avanços. Continuaremos lutando pelas questões sociais, por aqueles que assistimos, e temos que lutar pelo que é certo, o direito de cada um”. Explana.

Incentivador e um dos organizadores do seminário, o Frei  Luiz Carlos Lunardi, da região da Serra Gaúcha, Porto Alegre – RS , está na pastoral desde a fundação em 2002, foi pároco com várias frentes de trabalho, e salienta que a caminhada de incidência Política é uma caminhada de busca de direitos. “Vivemos em uma sociedade, que não respeita direitos de forma igualitária, a pesar de dizer que somos uma sociedade democrática, mas nem sempre todas as pessoas têm acesso aos direitos mínimos fundamentais que a constituição garante para cada um de nós e o seminário de incidência política, é uma forma de nós lutarmos juntos para que possamos garantir especificamente no caso da AIDS acesso ao medicamento, ao cuidado, as condições de vida que as pessoas necessitam para poder sobreviver. Então fizemos essa caminhada de 8 anos evoluindo nesta visão de que cada vez, analisamos a realidade atual de cada ano e assim pautando e definindo estratégia que a gente precisaria lutar para conquistar” Explica.

Ludarni ressalta que o diferencial neste 8º seminário é a conjuntura nacional, um pouco confusa em relação à crise e transição política, neste momento, não se enxerga claramente o que vai acontecer, mas os sintomas em que se observa são sintomas de retrocesso em algumas conquistas que já tinham feitas, tanto na área de medicamento do HIV, como na área social, esse seminário quer trazer de volta à centralidade da garantia de direitos as pessoas que vivem e convivem e para as pessoas que mais precisam.

“O que é comum a todos nós, se nós fossemos tirar preferências partidárias ou de disputa políticas, na verdade fica no fundo algo que é comum a todos nós, que é uma vida com validade, plena de direito que todos nós tenhamos, uma vida que sejamos respeitamos em nossa humanidade tendo aquilo que necessitamos. Isso é o que nos une e faz com que essas lutas todas, das pastorais, movimentos sociais, organizações, tenham em comum. Esse seminário também tem esse foco, de trazer várias representações do Brasil, juntamente com a pastoral para refletir quais são os limites que a gente percebe nesse retrocesso de direitos e quais os direitos que a gente quer priorizar, para que não se perda, seja o que tenhamos e se conquiste se ainda não temos. Essa seria a grande visão. Tudo na verdade tem uma visão de gerenciamento da coisa pública, os benefícios sociais vem através das contribuições que fazemos para o poder público e essa contribuição que a gente faz, através de impostos, ela tem que ser revertida através de direito, através de benefícios, que são obviamente obrigação do estado com a população aonde não houver respeito a este retorno dos impostos nos direitos a gente enquanto população e sociedade organizada, tem que lutar para que o poder público exerça  seu papel de gerenciamento do bem comum”. Esboça Lunardi.

A vereadora Carmem Betti Borges, de Primavera do Leste –MT, ficou  maravilhada em conhecer o trabalho da pastoral, os agentes da pastoral envolvidos, com muito amor e dedicação. “Esse trabalho é diferencial, tanto na questão humana, e na questão social. Algo muito lindo e quando tomei conhecimento decidi participar e me tornei uma agente da pastoral. Quando eu recebi o convite para participar do seminário, senti uma paz muito grande e fiz o propósito de estar neste seminário, e sei que vai ser o divisor de águas na minha vida,  como representante política, os dados em relação a saúde são alarmantes, e eu como representante do povo, quero fazer minha parte, minha contribuição para ajudar para a saúde não retroceder.

O vereador Luis Costa, que também é um agente pastoral, esteve no seminário, e pontuou a importância de participar de uma frente de trabalho independente da religião. “A luta contra a AIDS vai de encontro ao amor ao próximo, fico feliz em participar. Quando você se doa a projetos como este, da pastoral da AIDS, está cumprindo o verdadeiro evangelho de Jesus, que é amar o próximo como a ti mesmo, e Jesus não tem religião. Como representante político do povo, fiquei contente pela troca de experiências com os colegas, e agora devemos aplicar esse aprendizado com ações e na luta pelo bem comum”.

Para finalizar, a coordenadora do Regional Oeste 2, em Mato Grosso, pela Diocese de Primavera do Leste/Paranatinga, Maviane Damitz, ficou num contentamento por ter vários agentes da pastoral do regional no seminário. “Estou agradecida a cada participante de nossa Regional, pois estiveram comprometidos, somaram e contribuíram com suas experiências e idéias. Tenho certeza que com a volta destes agentes seremos uma pastoral ainda mais forte e preparada para que nossa caminhada seja mais florida. Continuaremos firmes na luta por uma pastoral em saída, por uma igreja que luta pelos direitos do próximo”.

CARTA DE PORTO ALEGRE 2018

Nós, agentes da Pastoral da Aids, vindos de 20 estados do Brasil, participantes do VIII Seminário Nacional de Incidência Política, realizado de 03 a 05 de agosto de 2018, em Porto Alegre/RS, preocupados com os rumos que está tomando nosso país, debruçamo-nos, com ajuda de pesquisadores, intelectuais e militantes, sobre o atual momento pelo qual passa nossa sociedade e queremos compartilhar com nossos irmãos e irmãs de fé, com os membros de outras comunidades religiosas, com os participantes dos movimentos sociais e com todos os que defendem uma sociedade justa, igualitária e inclusiva, nossas preocupações e compromissos, conscientes de que o tempo presente é tempo de resistência.

Em nossos debates, percebemos que o capitalismo passa por um processo de reestruturação mundial, cujas características são a concentração da riqueza, precarização das relações de trabalho e redução do Estado, que aprofundam a desigualdade social e política e ampliam a exclusão de grande parte da população do acesso aos direitos e às condições mínimas para uma vida digna. Na mesma lógica, no Brasil, as elites econômicas com seus aliados políticos, reorganizam a economia e o Estado para garantir seus privilégios e reproduzir o capital de forma concentrada, destruindo estratégias que apontavam para garantia de renda mínima e alguma perspectiva de diminuição das desigualdades.

Conquistas históricas que beneficiam as populações secularmente excluídas estão em franco retrocesso. Diante deste quadro, nos comprometemos a: – continuar aprofundando nossa participação nos espaços de controle social das políticas públicas, buscando ampliar o conhecimento e as parcerias para a manutenção das conquistas e impedir o retrocesso; – participar do processo de construção da XVI Conferência Nacional de Saúde de 2019, em âmbito municipal, estadual e federal, defendendo o SUS com todos os seus princípios e componentes, impedindo que os interesses econômicos se sobreponham ao direito humano à saúde e evitando o desmonte do SUS; – participar ativamente das eleições 2018, evitando abstenção ou voto em branco ou nulo, fazendo bom uso deste instrumento democrático que é a eleição; debater e conhecer as propostas dos partidos e dos candidatos, votando e apoiando aqueles que se comprometem com a defesa da justiça social e divulgando meios que possam ajudar na seleção de partidos e candidatos (ex.: www.politicos.org.br); – reforçar a participação em espaços eclesiais, em comunhão com nossos pastores e com outras pastorais, efetivando uma igreja em saída, como propõe o Papa Francisco, colaborando na efetivação da VI Semana Social, no Grito dos Excluídos e na Campanha da Fraternidade que, em 2019, debaterá o tema “Fraternidade e Políticas Públicas”, aproveitando a experiência acumulada nestes anos de caminhada da Pastoral da AIDS. Queremos também nos dirigir ao Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/AIDS e das Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, responsável pelo enfrentamento da epidemia em nosso país, reassumindo nosso trabalho em parceria e colaboração e insistindo que: – é necessário o engajamento do Departamento para garantir as conquistas e evitar retrocessos; – é importante o protagonismo das pessoas que vivem e convivem com HIV/AIDS na implementação das estratégias de prevenção; – as determinantes sociais em saúde devem ser consideradas como elementos indispensáveis na elaboração das políticas de enfrentamento da AIDS; – a resposta ao HIV deve também considerar as demais IST por sua relevância epidemiológica; – cabe ao Departamento vigiar para que os elementos indispensáveis para a prevenção e tratamento (insumos, medicamentos, exames, profissionais) sejam acessíveis a todos que deles necessitam; – sejam retomadas campanhas amplas de prevenção que englobem a importância do cuidado, da superação do estigma e a defesa dos direitos humanos como elementos constitutivos do enfrentamento da AIDS em nosso país.

Por fim, como pessoas de fé, queremos expressar nossa confiança de que “haveremos de ver qualquer dia chegando a vitória, o povo na rua fazendo a história, crianças sorrindo em cada nação” (Zé Vicente). Com este verso do poeta, manifestamos nosso compromisso em manter acesa a chama e espalhar essa esperança para todos aqueles e aquelas que desejam uma sociedade justa e democrática. Porto Alegre, 05 de agosto de 2018.



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Região

Polícia ‘caça’ feminicida que matou companheira a golpes de picareta, em Rondonópolis,


Autor usou uma marreta e picareta para golpear a vítima, que chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos


A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Rondonópolis realiza buscas pelo paradeiro do homem que matou a companheira a golpes de marreta, na noite desta quarta-feira (20.11), na cidade | PC-MT
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Rondonópolis realiza buscas pelo paradeiro do homem que matou a companheira a golpes de marreta, na noite desta quarta-feira (20), na cidade.

Francisca Pereira da Silva, de 38 anos, foi agredida dentro de casa, no bairro Jardim Vetorasso, no final da noite de quarta-feira, pelo companheiro, Antônio Sousa de Jesus, 57 anos. Ele usou uma marreta e depois uma picareta para desferir os golpes contra Francisca.

A vítima chegou a ser socorrida pelo Samu ao Hospital Regional de Rondonópolis, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu logo após dar entrada na unidade de saúde.

Francisco fugiu em uma motocicleta Honda CG 125, logo após o crime.

A equipe da DHPP está com as diligências para localizar o pedreiro. Quem tiver informações que possam levar ao paradeiro de Francisco, pode entrar em contato com o disque denúncia da Polícia Civil, pelo 197, ou no telefone da DHPP: (66) 98156-0028.


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Polícia

PF prende 3 e destrói máquinas usadas em garimpo ilegal em MT


A Polícia Federal, em ação conjunta com o IBAMA, a FUNAI e com a Polícia Civil, encerrou, nesta sexta-feira (22/11), uma ação de repressão a crimes ambientais e à ordem econômica nas Terras Indígenas Nambikwara e Vale do Guaporé, em Mato Grosso. A ação visou combater a extração ilegal de ouro e realizar a desintrusão de áreas atingidas pelos garimpeiros, inutilizando instrumentos e maquinários empregados na atividade de garimpagem ilegal.

A operação foi desencadeada a partir de uma informação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), relatando a presença de garimpeiros ilegais na região. Os suspeitos estariam usurpando matéria-prima da União, por meio da extração ilegal de minério de ouro e desmate de madeira.

Ao chegar no local, a equipe policial flagrou caminhões e tratores utilizados para realizar o desmate e transporte da madeira extraída, bem como, grande quantidade de madeira pronta para ser retirada da Terra Indígena.

Durante as ações de repressão à extração ilegal de madeira, foram apreendidos dois tratores, dois caminhões e cinco motos, sendo ainda inutilizados três tratores. Sete pessoas foram autuadas por infração ambiental.

Em continuidade aos trabalhos em campo, as equipes localizaram uma frente de garimpo ilegal no interior da TI Nambikwara. A polícia prendeu em flagrante três pessoas por porte ilegal de arma de fogo, extração ilegal de minério e usurpação de matéria prima da União. Outras 14 pessoas foram autuadas pelo Ibama por infrações ambientais.

Quanto aos instrumentos utilizados pelos criminosos, foram apreendidos seis veículos, uma escavadeira hidráulica e uma arma de fogo. Também foram inutilizadas no local outras quatro escavadeiras hidráulicas.

Após o encerramento das atividades em campo, todos os autuados serão relacionados na investigação em curso, cujo objetivo é identificar os financiadores das atividades ilegais.

Midia Jur


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política

Veja organograma de como funcionava esquema de fraude e desvio de recursos em prefeitura de MT


Por g1 MT

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) apresentou um organograma com os seis presos na Operação Gomorra, que foi deflagrada nessa quinta-feira (7)mostrando como funcionava o esquema entre os investigados por fraude de licitações e desvio de recursos em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá. De acordo com o MP, esse mesmo grupo tem contratos, que agora são investigados, com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais .

No documento apresentado pelo MP, em conjunto com a Polícia Civil, é possível identificar que Edézio Corrêa, líder do grupo, contava com a ajuda e apoio da convivente: Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição, dos sobrinhos: Roger Corrêa da Silva, Waldemar Gil Corrêa Barros e Jânio Corrêa da Silva, da irmã: Eleide Maria Correa, e da sócia: Karoline Quatti Moura (veja abaixo a ligação entre eles).

Para viabilizar o esquema, quatro empresas foram criadas com o objetivo de firmar contratos fraudulentos com as prefeituras e câmaras municipais. Cada integrante da organização ficou responsável pela administração de uma dessas empresas, garantindo o funcionamento do esquema e a manipulação dos processos licitatórios.

Organograma mostrando como funcionava o esquema de desvio — Foto: MPMT

Organograma mostrando como funcionava o esquema de desvio — Foto: MPMT

O que cada integrante fazia:

  • Tayla: sócia da Pontual Comércio e Serviços de Terceirizações LTDA;
  • Roger: sócio da Pantanal Gestão e Tecnologia LTDA;
  • Eleide: sócia da Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática LTDA e foi sócia da Centro América Frotas LTDA de janeiro a março de 2020;
  • Waldemar: foi sócio da Saga Comércio de 2017 a 2020;
  • Jânio: sócio ativo da Centro América desde 2007
  • Karoline: proprietária da Karoline Quatti Moura e PP

O g1 tenta localizar a defesa dos investigados.

De acordo com o MP, Karoline fazia movimentações desde o ano de 2019 e, até 2020, movimentou mais de R$ 8,3 milhões para a Saga Comércio, durante esse período.

Além disso, a investigação constatou que o esquema de fraude consistia em manipular processos licitatórios para garantir contratos fraudulentos entre a administração pública e empresas de fachada. O modus operandi envolvia a participação ativa de prefeitos municipais, que, como ordenadores de despesa, facilitavam a fraude e garantiam a continuidade do esquema, mesmo após a prisão de alguns dos investigados. Até o momento, não foi divulgado o nome de prefeitos ou vereadores envolvidos na organização criminosa.

As investigações também revelaram que o grupo atuava principalmente em prefeituras do interior de Mato Grosso, sendo o município de Barão de Melgaço, um dos principais alvos das fraudes.

A investigação identificou quatro empresas que, embora legalmente registradas, eram utilizadas de maneira indevida para viabilizar as fraudes. No caso específico de Barão de Melgaço, o esquema se tornava ainda mais evidente, com as empresas sendo contratadas para fornecer serviços e produtos que, na prática, nunca eram entregues, ou eram entregues de forma inadequada e superfaturada.

Diante às fraudes, o Ministério Público solicitou à Justiça uma série de medidas cautelares para impedir que o grupo siga atuando. Entre as medidas requeridas, estão a suspensão das atividades econômicas das empresas envolvidas no esquema e o afastamento do sigilo de dados eletrônicos. A Justiça manteve a prisão temporária dos integrantes do grupo.

Além disso, o MP e a Polícia Civil também solicitaram a busca e apreensão de computadores, notebooks, celulares e documentos nos endereços residenciais e profissionais dos investigados, para coletar mais provas que possam esclarecer o papel de cada envolvido e detalhar a atuação do grupo criminoso.

Entenda o caso

 

Nesta quinta-feira, após a prisão dos envolvidos, o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) divulgou uma lista com supostos contratos firmados pelo grupo com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais de Mato Grosso (veja lista no final da matéria).

Conforme a investigação, em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá, os suspeitos utilizaram ‘cartões coringa’ como mecanismo para desvio de combustível e prática de sobrepreço — valor cobrado acima do preço justo de forma abusiva.

De acordo com o Naco, a identificação do esquema ocorreu após a análise de todos os processos licitatórios homologados pela Prefeitura de Barão de Melgaço com uma empresa, desde o período de 2020 até a atualidade.

A investigação

 

Durante a investigação, foi constatado que outras empresas que participaram desses processos tinham sócios pertencentes à mesma família do proprietário da empresa. Além disso, algumas dessas empresas nem sequer estavam em operação.


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cidade

Servidores são alvos de operação que investiga aliciamento de eleitores indígenas para influenciar resultado de eleição em município de MT


Envolvidos teriam coagido indígenas a transferirem os títulos eleitorais para o município, com o intuito de votarem em determinados candidatos durante as eleições municipais de 2024.

Dois servidores públicos foram alvos de uma operação deflagrada pela Polícia Federal, nesta sexta-feira (8), que investiga um esquema de aliciamento de eleitores indígenas da etnia Enawene Nawe, em Brasnorte, a 580 km de Cuiabá, para influenciar no resultado das eleições municipais deste ano.

A suspeita é que os envolvidos teriam coagido indígenas a transferirem os títulos eleitorais para o município, com o intuito de votarem em determinados candidatos a vereador e a prefeito.

Conforme a investigação da polícia, servidores estariam envolvidos no fretamento de dois ônibus para transportar eleitores indígenas ao município durante o período eleitoral. Segundo a PF, os votos arrecadados seriam para atual prefeito do município, Edelo Ferrari (União), reeleito nas eleições municipais de 2024, com 4.634 dos votos válidos.

g1 entrou em contato com a Prefeitura de Brasnorte, que informou não ter conhecimento oficial dos fatos apurados pela operação e que, assim que tiverem acesso às informações, prestarão os esclarecimentos necessários. Já Edelo não deu retorno até esta publicação.

Prefeito de Brasnorte, Edelo Ferrari, afirma que Brasnorte é o futuro celeiro de Mato Grosso. — Foto: Prefeitura de Brasnorte - MT

Prefeito de Brasnorte, Edelo Ferrari, afirma que Brasnorte é o futuro celeiro de Mato Grosso. — Foto: Prefeitura de Brasnorte – MT

Outros crimes eleitorais

 

Uma outra operação deflagrada também nesta sexta, em Brasnorte, investiga a divulgação de vídeos íntimos, envolvendo outro candidato a prefeito nas eleições 2024.

A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão, com o objetivo de coletar provas que possam identifiquem os responsáveis pela produção e divulgação das imagens.

Policiais apreenderam uma quantia de R$ 100 mil em espécie — Foto: Reprodução

Policiais apreenderam uma quantia de R$ 100 mil em espécie — Foto: Reprodução

Durante as buscas, os policiais apreenderam três celulares, uma pistola, várias munições e uma quantia de R$ 100 mil em espécie.

Em decorrência da posse ilegal de arma de fogo, o suspeito foi preso em flagrante e uma nova investigação foi instaurada para apurar a origem do dinheiro apreendido.

Fonte: G1 MT


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