Primavera do Leste / MT - Sexta-Feira, 15 de Novembro de 2024

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Região

Morre aos 94 anos o empresário Ueze Elias Zahran



Morreu nesta quinta-feira (27), em São Paulo, aos 94 anos, o empresário Ueze Elias Zahran.

Filho de imigrantes libaneses, o fundador do Grupo Zahran nasceu em Bela Vista (MS), em 1924, e deixa um legado de empreendedorismo aliado à responsabilidade social e ambiental e ficará na história pela contribuição para o desenvolvimento da região Centro-Oeste.

Ele deixa a esposa, dona Lucila Zahran, quatro filhos: Márcia, Ana Karla, Simone e Carlos Eduardo, os irmãos Jeannete e Nagib, netos, bisnetos e sobrinhos.

O velório acontece nesta sexta-feira (28), a partir das 9h no hospital Albert Einstein em São Paulo. O corpo será cremado no início da tarde.

Ueze é o segundo de seis irmãos. Além dele, os pais tiveram Eduardo, Jorge, João, Nagib e Jeannette.

Sentados, dona Laila e seu Elias, e em pé, ao fundo, da esquerda para a direita, Eduardo, Ueze, Nagib, Jorge e Jeannette e, entre o casal, João — Foto: Arquivo

Sentados, dona Laila e seu Elias, e em pé, ao fundo, da esquerda para a direita, Eduardo, Ueze, Nagib, Jorge e Jeannette e, entre o casal, João — Foto: Arquivo

Homem de negócios

O sustento da família Zahran vinha do comércio. Ueze trabalhava com o pai, Elias Zahran, em um bar, cuja maior renda era proveniente de uma torrefação de café. No início da década de 1940, instalou-se em Campo Grande uma torrefação de café de grande porte e, com isso, a família se desfez do bar e abriu uma padaria.

Desde jovem, Ueze Zahran cuidava dos negócios da família e sempre quis empreender — Foto: TVCA/Reprodução

Desde jovem, Ueze Zahran cuidava dos negócios da família e sempre quis empreender — Foto: TVCA/Reprodução

Ueze sempre quis ser comerciante e ter o próprio negócio, até que comprou uma empresa de torrefação e conseguiu autorização do governo brasileiro para exportar o café de Campo Grande para a Argentina. Porém, por uma questão comercial entre Brasil e Argentina, teve de encerrar as atividades.

Ueze quando criou a Copagaz, que se tornaria uma das maiores companhias de gás do Brasil — Foto: Arquivo

Ueze quando criou a Copagaz, que se tornaria uma das maiores companhias de gás do Brasil — Foto: Arquivo

Primeiro grande negócio

Nesse período, em 1954, em uma viagem a São Paulo com a mãe, dona Laila Jorge Zahran, que se encantou com as facilidades de um fogão a gás e pediu ao filho a novidade da época. Isso deu uma ideia ao empreendedor.

“Ela (a mãe, Laila Zahran) riu quando viu aquela chama azul embaixo da panela. Imaginei tantas mães felizes vendo aquela chama azul embaixo da panela”, lembrou, em uma entrevista concedida à Rede Matogrossense de Comunicação (RMC).

Após muitas pesquisas sobre o assunto, se convenceu de que era um grande negócio.

Dois anos depois da criação da Petrobras, quando surgiam as primeiras refinarias de petróleo no país, o processo de distribuição de GLP aumentava com o crescimento do mercado de fogão a gás e, em 1955, Ueze Zahran criou a Copagaz.

Ueze e dona Lucila se casaram na década de 50 — Foto: TVCA/ Reprodução

Ueze e dona Lucila se casaram na década de 50 — Foto: TVCA/ Reprodução

Sessenta anos após a instalação, a Copagaz é a quinta maior distribuidora de GLP do Brasil.

TV Centro América foi fundada por Ueze Zahran em 1967 — Foto: TVC/Reprodução

TV Centro América foi fundada por Ueze Zahran em 1967 — Foto: TVC/Reprodução

Comunicação

A carreira empresarial de Ueze Zahran não se limitou ao ramo do GLP.

Naquela época, o país tinha 26 emissoras de televisão. Ueze entrou na concorrência para a concessão de canais de televisão e ganhou o direito para montar três emissoras geradoras em Campo Grande, Cuiabá e Corumbá.

TV Morena, 1° emissora de MS, foi fundada por Ueze Zahran em 1965 — Foto: TV Morena/Reprodução

TV Morena, 1° emissora de MS, foi fundada por Ueze Zahran em 1965 — Foto: TV Morena/Reprodução

Em 1965, junto com os irmãos, inaugurou a TV Morena, em Campo Grande, primeira emissora de Mato Grosso, antes da divisão do estado, e, dois anos depois, a TV Centro América, em Cuiabá, dando início à Rede Matogrossense de Televisão, hoje Rede Mato Grossense de Comunicação.

“Eu trabalhava dia e noite. Meu descanso era a Jovem Guarda. Achava aquilo tão bonito que não podia ficar restrito às grandes cidades somente. Eu achava que meu povo do estado de Mato Grosso tinha o direito de ver aquela beleza, da Jovem Guarda, Roberto Carlos e a turma dele”, contou, em entrevista.

A princípio, a programação era gerada por outras emissoras de TV e em janeiro de 1976 a então Rede Matogrossense de Televisão se tornou afiliada da Rede Globo.

Hoje, com sete emissoras de TV, rádios e sites, a Rede Mato-grossense de Comunicação é uma das maiores empresas do setor do país.

Fundação Ueze Zahran. inaugurada em 1999 — Foto: TVCA/ Reprodução

Fundação Ueze Zahran. inaugurada em 1999 — Foto: TVCA/ Reprodução

Ações sociais

Ao longo da vida empresarial, Ueze investiu nos mais diversos ramos da economia, como comercio, agronegócio, alimentação, telecomunicação, indústria e energia. Sempre priorizou a responsabilidade social e, em 2015, recebeu da ONU o título de Guardião dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Ele fundou em 1999 a Fundação Ueze Zahran, que provê, entre outras ações sociais, educação para adultos, curso de computação para idosos e promoção cultural para jovens e crianças.

Empresa ajudou famílias por meio do programa SOS Crianças Desaparecidas — Foto: Arquivo

Empresa ajudou famílias por meio do programa SOS Crianças Desaparecidas — Foto: Arquivo

Em 1996, Ueze Zahran foi convidado pela Secretaria do Bem Estar do Menor de São Paulo a fazer uma parceria entre a Copagaz e o governo daquele estado na campanha “SOS Crianças Desaparecidas”.

O programa ajuda famílias a encontrar crianças desaparecidas, por meio da publicação e divulgação de fotos de crianças desaparecidas nas etiquetas dos botijões de gás distribuídos pelo país.

Dezenas de crianças foram encontradas e voltaram para suas famílias a partir da campanha.

Ueze Zahran em um momento de descontração com Ballut — Foto: Arquivo

Ueze Zahran em um momento de descontração com Ballut — Foto: Arquivo

Paixão por cavalos

Apaixonado por cavalos árabes, Ueze Zahran montou em 1988 um haras, na fazenda dele, em Campo Grande. Na propriedade começou a criação de cavalos e, posteriormente, se tornou um dos mais expressivos criadores da raça.

Fonte: G1 Mato Grosso



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política

Veja organograma de como funcionava esquema de fraude e desvio de recursos em prefeitura de MT


Por g1 MT

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) apresentou um organograma com os seis presos na Operação Gomorra, que foi deflagrada nessa quinta-feira (7)mostrando como funcionava o esquema entre os investigados por fraude de licitações e desvio de recursos em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá. De acordo com o MP, esse mesmo grupo tem contratos, que agora são investigados, com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais .

No documento apresentado pelo MP, em conjunto com a Polícia Civil, é possível identificar que Edézio Corrêa, líder do grupo, contava com a ajuda e apoio da convivente: Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição, dos sobrinhos: Roger Corrêa da Silva, Waldemar Gil Corrêa Barros e Jânio Corrêa da Silva, da irmã: Eleide Maria Correa, e da sócia: Karoline Quatti Moura (veja abaixo a ligação entre eles).

Para viabilizar o esquema, quatro empresas foram criadas com o objetivo de firmar contratos fraudulentos com as prefeituras e câmaras municipais. Cada integrante da organização ficou responsável pela administração de uma dessas empresas, garantindo o funcionamento do esquema e a manipulação dos processos licitatórios.

Organograma mostrando como funcionava o esquema de desvio — Foto: MPMT

Organograma mostrando como funcionava o esquema de desvio — Foto: MPMT

O que cada integrante fazia:

  • Tayla: sócia da Pontual Comércio e Serviços de Terceirizações LTDA;
  • Roger: sócio da Pantanal Gestão e Tecnologia LTDA;
  • Eleide: sócia da Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática LTDA e foi sócia da Centro América Frotas LTDA de janeiro a março de 2020;
  • Waldemar: foi sócio da Saga Comércio de 2017 a 2020;
  • Jânio: sócio ativo da Centro América desde 2007
  • Karoline: proprietária da Karoline Quatti Moura e PP

O g1 tenta localizar a defesa dos investigados.

De acordo com o MP, Karoline fazia movimentações desde o ano de 2019 e, até 2020, movimentou mais de R$ 8,3 milhões para a Saga Comércio, durante esse período.

Além disso, a investigação constatou que o esquema de fraude consistia em manipular processos licitatórios para garantir contratos fraudulentos entre a administração pública e empresas de fachada. O modus operandi envolvia a participação ativa de prefeitos municipais, que, como ordenadores de despesa, facilitavam a fraude e garantiam a continuidade do esquema, mesmo após a prisão de alguns dos investigados. Até o momento, não foi divulgado o nome de prefeitos ou vereadores envolvidos na organização criminosa.

As investigações também revelaram que o grupo atuava principalmente em prefeituras do interior de Mato Grosso, sendo o município de Barão de Melgaço, um dos principais alvos das fraudes.

A investigação identificou quatro empresas que, embora legalmente registradas, eram utilizadas de maneira indevida para viabilizar as fraudes. No caso específico de Barão de Melgaço, o esquema se tornava ainda mais evidente, com as empresas sendo contratadas para fornecer serviços e produtos que, na prática, nunca eram entregues, ou eram entregues de forma inadequada e superfaturada.

Diante às fraudes, o Ministério Público solicitou à Justiça uma série de medidas cautelares para impedir que o grupo siga atuando. Entre as medidas requeridas, estão a suspensão das atividades econômicas das empresas envolvidas no esquema e o afastamento do sigilo de dados eletrônicos. A Justiça manteve a prisão temporária dos integrantes do grupo.

Além disso, o MP e a Polícia Civil também solicitaram a busca e apreensão de computadores, notebooks, celulares e documentos nos endereços residenciais e profissionais dos investigados, para coletar mais provas que possam esclarecer o papel de cada envolvido e detalhar a atuação do grupo criminoso.

Entenda o caso

 

Nesta quinta-feira, após a prisão dos envolvidos, o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) divulgou uma lista com supostos contratos firmados pelo grupo com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais de Mato Grosso (veja lista no final da matéria).

Conforme a investigação, em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá, os suspeitos utilizaram ‘cartões coringa’ como mecanismo para desvio de combustível e prática de sobrepreço — valor cobrado acima do preço justo de forma abusiva.

De acordo com o Naco, a identificação do esquema ocorreu após a análise de todos os processos licitatórios homologados pela Prefeitura de Barão de Melgaço com uma empresa, desde o período de 2020 até a atualidade.

A investigação

 

Durante a investigação, foi constatado que outras empresas que participaram desses processos tinham sócios pertencentes à mesma família do proprietário da empresa. Além disso, algumas dessas empresas nem sequer estavam em operação.


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cidade

Servidores são alvos de operação que investiga aliciamento de eleitores indígenas para influenciar resultado de eleição em município de MT


Envolvidos teriam coagido indígenas a transferirem os títulos eleitorais para o município, com o intuito de votarem em determinados candidatos durante as eleições municipais de 2024.

Dois servidores públicos foram alvos de uma operação deflagrada pela Polícia Federal, nesta sexta-feira (8), que investiga um esquema de aliciamento de eleitores indígenas da etnia Enawene Nawe, em Brasnorte, a 580 km de Cuiabá, para influenciar no resultado das eleições municipais deste ano.

A suspeita é que os envolvidos teriam coagido indígenas a transferirem os títulos eleitorais para o município, com o intuito de votarem em determinados candidatos a vereador e a prefeito.

Conforme a investigação da polícia, servidores estariam envolvidos no fretamento de dois ônibus para transportar eleitores indígenas ao município durante o período eleitoral. Segundo a PF, os votos arrecadados seriam para atual prefeito do município, Edelo Ferrari (União), reeleito nas eleições municipais de 2024, com 4.634 dos votos válidos.

g1 entrou em contato com a Prefeitura de Brasnorte, que informou não ter conhecimento oficial dos fatos apurados pela operação e que, assim que tiverem acesso às informações, prestarão os esclarecimentos necessários. Já Edelo não deu retorno até esta publicação.

Prefeito de Brasnorte, Edelo Ferrari, afirma que Brasnorte é o futuro celeiro de Mato Grosso. — Foto: Prefeitura de Brasnorte - MT

Prefeito de Brasnorte, Edelo Ferrari, afirma que Brasnorte é o futuro celeiro de Mato Grosso. — Foto: Prefeitura de Brasnorte – MT

Outros crimes eleitorais

 

Uma outra operação deflagrada também nesta sexta, em Brasnorte, investiga a divulgação de vídeos íntimos, envolvendo outro candidato a prefeito nas eleições 2024.

A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão, com o objetivo de coletar provas que possam identifiquem os responsáveis pela produção e divulgação das imagens.

Policiais apreenderam uma quantia de R$ 100 mil em espécie — Foto: Reprodução

Policiais apreenderam uma quantia de R$ 100 mil em espécie — Foto: Reprodução

Durante as buscas, os policiais apreenderam três celulares, uma pistola, várias munições e uma quantia de R$ 100 mil em espécie.

Em decorrência da posse ilegal de arma de fogo, o suspeito foi preso em flagrante e uma nova investigação foi instaurada para apurar a origem do dinheiro apreendido.

Fonte: G1 MT


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