Primavera do Leste / MT - Segunda-Feira, 15 de Setembro de 2025

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Polícia Militar retoma ações do programa Divvam no combate a violência doméstica



Com o intuito de diminuir casos de violência doméstica e oferecer atendimento humanizado às mulheres, o projeto Divvam busca a capacitação de policiais militares no atendimento a estas vítimas. Hoje, o projeto, também oferece uma rede de apoio as vítimas.

Uma iniciativa do 11º Comando Regional da Polícia Militar, o projeto segue em parceria com instituições de Primavera do Leste para oferecer apoio especializado às vítimas de violência doméstica. O projeto conta com apoio do Ministério Público, Secretarias de Saúde e de Assistência Social, Sala da Mulher e Conselho da Mulher. É oferecido as mulheres atendimento
psicológico, assistência social, qualificação profissional entre outros.

O projeto já existe há dois anos e, de acordo com a comandante da PM, Coronel Francyanne Siqueira, a ação dos policiais no atendimento melhora a qualidade de vida das vítimas e diminui casos de reincidência. Ela conta que em uma situação, eles foram à casa de uma das vítimas, mas só encontrava o esposo dela, “nessa oportunidade eu conversei com ele, que disse: ‘foi
uma situação aleatória, nunca tinha acontecido antes, não vai voltar a acontecer’. Então, porque a gente vai continuar vindo aqui”, relata a coronel. A Coronel Francyanne diz que o projeto tinha foco somente nos policiais para que eles tivessem maior sensibilidade no atendimento as vítimas, mas que perceberam que tinham condições e viram a necessidade de ampliar o atendimento as vítimas. “Nós fazemos essa visita pós ocorrência, verificamos como ela está, se o marido voltou a agredir, se ela conseguiu a medida protetiva, caso ela tenha requerido, se ela está
precisando de algum encaminhamento, prefeitura, assistente social, para o CRAS, para o CREAS”, relata.

No atendimento as mulheres ela fala que é importante fazer a visita para verificar qual a necessidade delas. “A gente percebe que o que falta é uma orientação. A pessoa, ela fica num estado psicológico muito abalado, aí ela não tem para onde ir, ela não sabe que caminho seguir, então é mais nesse sentido mesmo, de uma orientação, saber do que ela está precisando naquele momento”, complementou.

Francyanne ressalta que, muitas vezes, a mulher não quer largar o marido, ela somente quer que o clico de agressões pare. E muitas mulheres começam a enxergar que podem romper esse ciclo de violência. “A primeira coisa que a gente ouve delas é que ela não se sente só, que tem outras mulheres que tem a mesma situação, vivem a mesma realidade e que é possível sim a gente sair daquele ciclo, romper aquele ciclo de
violência, que tem vida após isso”.

A coronel fala que as parcerias que a PM encontra para que essas mulheres busquem uma qualificação profissional é muito importante “porque elas percebem que, realmente, tem condições, que elas podem, são capazes de viver sem aquela situação toda”. Como exemplo, em 2019, o projeto em parceria com o Senac, entregou 13 certificados do curso de Manicure e Pedicure. O curso com duração de três meses, foi oferecido as
vítimas de violência doméstica. Segundo a Coronel, muitas mulheres acabam mantendo o ciclo de violência porque ela não tem uma forma de se sustentar, de sustentar os filhos. “Então com esse curso a gente conseguiu, mostrar para ela que ela é capaz, que ela consegue ter o seu próprio
dinheiro, ter o seu ganho mensal e consegue trabalhar dentro de casa, não precisa sair”, relata Francyanne.

O projeto Divvam irá retomar as visitas às mulheres que foram vítimas de violência no período de dezembro até agora que ainda não foi possível realizar. Muitos casos são registrados toda semana, mas a Coronel Francyanne fala que não há aumento de casos, existe aumento de registro. “Não é que agora que começou a acontecer, sempre aconteceu, só que ficava dentro de casa. Agora não, a mulher está tendo coragem de ligar, ela está tendo coragem de ir atrás dos direitos dela”. O projeto Divvam acolhe todas as mulheres vítimas de violência doméstica e oferece ajuda. A coronel ressalta que, mesmo que a mulher não queira dar continuidade ao
registro da ocorrência, eles vão até a residência para ver se tudo está bem, se ela está precisando de algo, de encaminhamento para algum serviço.

Segundo a Coronel Francyanne, existe uma análise para que o programa Divvam passe a oferecer serviços para os maridos das vítimas, “é uma proposta da promotora de justiça, Nayara Scolfaro, para que, em parcerias com a prefeitura, com a câmara municipal, a gente consiga. Só que isso depende de profissionais, da contratação de psicólogo, de assistente social e, infelizmente, hoje a realidade não está ajudando muito”, relata.
Recentemente, por meio de decreto, a Prefeitura de Primavera do Leste instituiu o Programa de Desconstrução da Violência com ações que envolvem os homens. “Implantação do Projeto Homem com H, visando incluir o público masculino na reconstrução de olhares e coibir, prevenir e reduzir a reincidência da violência doméstica contra a mulher, nos grupos de PAIF (Programa de Atenção Integral a Família), SCFV (Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos) e PAEFI (Programa de Atenção
Especializada para Famílias e Indivíduos) das unidades de CRAS e CREAS”, diz texto do decreto.

A Coronel Francyanne fala da importância deste decreto. Ela ressalta que a Polícia Militar faz por boa vontade, porque vê a necessidade de se fazer algo. “A partir do momento que tem uma lei que direciona isso, até por conta de recurso também, é um ponto importante que a gente tem que apoiar”, pontua. O decreto está em vigor desde 28 de fevereiro e irá atuar no atendimento as mulheres e na prevenção de casos de violência por meio da articulação dos atendimentos especializados no âmbito da saúde, da justiça, da rede socioassistencial e da promoção da autonomia financeira.
A coronel Francyanne fala que é importante ressaltar a postura da mulher, “ela não tem que ficar aguentando aquilo, através de conversa a gente percebe que tem mulheres que, há anos, todo fim de semana apanha. Como a pessoa consegue se manter, sobreviver numa situação dessa. A gente alerta para que elas tenham essa coragem de romper essa vida de agressões, que ela, com certeza, consegue, mas tem que ter coragem e muita vontade porque, realmente, não é fácil”.

O programa Divvam está disponível a todas as mulheres vítimas de violência que necessitem de qualquer apoio. Para buscar ajuda, podem ligar no 190, por e-mail divvam@pm.mt.gov.br ou procurar o 11º Comando Regional da Polícia Militar. “Não quer vir aqui, liga aqui que a gente vai até o local, vamos até a casa para poder conversar. Estamos abertos esse público”, conclui.

Fonte: Wellington Camuci/Clique F5



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Indígenas denunciam negligência e discriminação em UPA de Primavera; 3 já morreram, segundo eles


Aldeia estaria se mobilizando para exigir providências da Prefeitura, para que resolva o problema de atendimento na UPA

Indígenas da aldeia Sangradouro, da etnia Xavante, localizada em Primavera do Leste estão denunciando as equipes médicas da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade por negligência e discriminação no atendimento oferecido a eles. Três pacientes já morreram neste ano, entre eles uma criança de 3 anos, em decorrência do descaso no atendimento.

De acordo com Elinaldo Tsereaube Tsereomorate, a UPA fica a cerca de 40 minutos de carro da aldeia deles. Ele contou que a aldeia já recebe atendimento médico de uma equipe do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante, contudo, quando há algum caso mais grave há a necessidade de buscar atendimento na UPA. Elinaldo contou que a situação piorou na atual gestão da Prefeitura. Além do bebê, apenas neste ano já morreram outras duas pessoas, um jovem chamado Dirceu Tsaire e Ermelinda Tsinho, uma mulher de 32 anos, cunhada de Elinaldo.

“A minha cunhada tinha um caso muito sério de cirrose hepática. Já chegou na UPA com a barriga cheia de água, olho azul, ficou quatro horas aguardando sentada o atendimento. Podiam muito bem ter encaminhado ela para uma cama, para receber atendimento do jeito que tinha que ser. Chamou todo mundo que estava ali, menos ela, que era um caso mais grave. Ela faleceu já no Hospital São Lucas. Teve essa falha também, atendem mal, veem que está complicando e jogaram pra outro”, contou.

Conforme o relato, quando chegavam à UPA, já em situação de emergência, a equipe que os atendia os encaminhava para a fila comum, ao invés de encaminhá-los ao atendimento de emergência. Elinaldo contou que os indígenas percebiam que recebiam um tratamento diferenciado, mas por dificuldades com a língua portuguesa ou por medo de não receberem qualquer atendimento, muitas vezes ficavam calados. Contudo, com os três casos de morte, que foram presenciados por uma enfermeira do DSEI, tiveram certeza que o atendimento que recebiam não era o devido.

“Pelo que a gente está vendo, esta sequência, repetindo as coisas, não é normal. A equipe em si, está trabalhando de uma forma discriminatória, está discriminando o meu povo. Vamos falar direto, é um preconceito. Porque a gente percebe isso, a gente chega lá com paciente, passa na triagem e demora para chamar. E quando vamos para a UPA já é situação de emergência”, disse o indígena.

Ele afirmou que sua aldeia está se mobilizando para exigir providências da Prefeitura, para que resolva o problema de atendimento na UPA. Além disso, também devem formalizar uma denúncia junto ao Ministério Público Federal.

“Tem esse caso da própria enfermeira do DSEI ser barrada e mandada para a recepção com o bebê. É porque era uma criança indígena sendo carregada. Acredito que se fosse uma criança branca, estaria passando na frente (…). Tem gente que olha para pobreza e para raça, aí acaba desconsiderando e fazendo uma desumanidade. A gente sente essa desigualdade”, afirmou.

Os casos
O primeiro episódio de negligência deste ano ocorreu quando uma criança indígena foi levada à UPA por um técnico de enfermagem da equipe que atua na aldeia. O estado dela era grave, sofria com diarreia e outros sintomas. Segundo os relatos, ela foi avaliada por um médico e então foi deixada por horas aguardando o resultado de exames e reavaliação. Neste caso a vítima não morreu.

O primeiro caso de morte foi o de uma criança com neuropatia que foi levada à UPA pela enfermeira do DSEI após ficar com os sinais vitais instáveis. A enfermeira teria tentado levar a criança para receber atendimento diretamente no box de emergência da unidade, mas foi barrada pela equipe da UPA e levada à recepção para que realizasse os procedimentos comuns e aguardasse na fila pelo atendimento médico. Ela tentou alertar que o caso da criança era grave, que estava tendo convulsões, mas foi ignorada.

Enquanto a ficha era feita a criança entrou em convulsão, mas o enfermeiro da UPA teria dito que era normal. A criança acabou morrendo nos braços da enfermeira do DSEI, na UPA. Só então o enfermeiro que fazia a ficha aceitou levá-la ao box de emergência, onde tentaram fazer a reanimação, mas sem sucesso.

Em um outro episódio a enfermeira do DSEI acompanhou a paciente Ermelinda Tsinho, a cunhada de Elinaldo, à UPA. De acordo com os relatos, elas passaram cerca de cinco horas aguardando a reavaliação, já após realizarem os exames, e segundo Elinaldo, a equipe da UPA teria olhado todos os resultados dos exames dos outros pacientes, brancos, primeiro, apesar da gravidade do caso da indígena. Após a reavaliação pelo médico, foi constatado que o caso, de fato, era grave e então houve a internação e depois encaminhamento para o outro hospital, onde ela morreu.

A última morte foi de um paciente, o jovem Dirceu Tsaire, que se queixava de dores abdominais e fraqueza. A equipe do DSEI então o encaminhou à UPA, pois ele já apresentava palidez. Horas depois a enfermeira foi à UPA com outra paciente, em situação também grave, acreditando que o outro indígena já teria recebido o devido atendimento médico.

Ao entrar na sala de soroterapia ela encontrou o indígena sentado, em estado cianótico, com a pele e lábios com coloração azulada/acinzentada. Ela verificou que ele já estava morto há algumas horas e outros pacientes da UPA confirmaram que ele estava naquela posição há bastante tempo. Disseram também que o indígena reclamava de dores para as enfermeiras, mas ninguém lhe prestava assistência. A enfermeira do DSEI então chamou a equipe da UPA para que tentassem reanimá-lo, mas o óbito apenas foi confirmado. A situação teria gerado revolta, inclusive, de outros pacientes que presenciaram o caso.

Fonte: OlharDireto

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Secretaria de Infraestrutura de Primavera do Leste conclui obra de asfalto na região da Chácara do Japonês


A obra foi executada com mão de obra da própria Sinfra e trará mais conforto e qualidade de vida para a população da região

Fonte: Coordenadoria de Comunicação  Autor: Denilson Paredes

“A obra ficou 100% e a prefeitura tem uma equipe qualificada para fazer esse tipo de serviço”, afirmou o prefeito Sérgio Machnic, que aparece na foto ao lado do secretário Vítor Diniz
A Prefeitura de Primavera do Leste, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras (Sinfra), concluiu a obra de asfaltamento da principal via de acesso da localidade rural conhecida como Chácara do Japonês. A obra foi executada com mão de obra da própria Sinfra e trará mais conforto e qualidade de vida para a população da região.

 

O prefeito Sérgio Machnic comemorou a entrega da obra para os moradores e ressaltou que a mesma foi executada pela própria prefeitura, por meio da Sinfra, dispensando a necessidade de contratar uma empresa privada para executar o asfaltamento. “A obra ficou 100% e a prefeitura tem uma equipe qualificada para fazer esse tipo de serviço. Essa é uma indicação da vereadora Maria do Super Compras e estamos felizes por poder atendê-la e aos moradores daqui, que são muitos. E temos como meta fazer tudo bem feito para não precisar refazer, pois se trata de dinheiro do povo e nós temos o maior cuidado na hora de usar esse recurso, pois é um dinheiro que não é nosso, é da população e precisa ser bem investido em obras que melhorem a  vida da população”, afirmou.

 

O secretário Vítor Diniz, titular da Sinfra, explicou que foram cerca de 500 metros de asfaltamento e que a obra foi executada por trabalhadores da própria secretaria que comanda. “É importante ressaltar que essa obra foi feita com mão de obra própria, o que diminuiu muito os custos. Hoje nós temos na Sinfra uma mão de obra qualificada para executar esse tipo de serviço e podemos ver aqui a qualidade do serviço. Era um trecho que na época da seca tinha muita poeira e na chuva era muita lama, prejudicando as pessoas que moram aqui”, expôs.

 

Diniz explicou ainda que por conta de se tratar de um trecho bastante plano, não houve a necessidade de obras de drenagem, mas já há estudos para a implantação de tubos de drenagem das águas da chuva ao final do pavimento, para evitar os estragos que a água provoca no asfalto. “A água é a principal inimiga do asfalto e essa obra de drenagem vai evitar problemas futuros. Estamos fazendo uma obra com toda a estrutura justamente para evitar esses problemas futuros”, concluiu.


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política

Presidente da Câmara pede lupa nas contas da prefeitura


O presidente da Câmara, vereador Marco Aurélio Salles (PRD), resolveu ligar o farol alto sobre as finanças da prefeitura. Durante a sessão desta segunda-feira (15), ele anunciou ter solicitado ao Executivo um relatório detalhado de todas as despesas, empenhos e arrecadação do município.

Segundo o vereador, o Legislativo nunca travou projetos do Executivo — pelo contrário, até sessões extraordinárias foram feitas para aprovar tudo em tempo recorde. Mas, ao espiar o Portal da Transparência, Marco Aurélio diz ter encontrado algo que tirou seu sono: R$ 110 milhões empenhados a mais.

“Preciso saber se até os salários dos servidores estão garantidos”, alertou. Para ele, não se trata de briga política, e sim de preocupação com o desenvolvimento da cidade.

Na metáfora do trânsito, o presidente se colocou como motorista principal:
“Se for hora de puxar o freio de mão, puxo primeiro. Se for para acelerar, também sou o primeiro a pisar fundo.”

Nos bastidores, o clima já é de tensão. Vereadores descontente com  alguns secretários não escondem o descontentamento com a gestão. Oficialmente, Marco Aurélio não fala em embate, mas o discurso abre espaço para uma possível disputa política à vista.

Redação Antenado News


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