Primavera do Leste / MT - Sexta-Feira, 21 de Novembro de 2025

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Secretaria Estadual de Saúde confirma caso de febre amarela em Primavera do Leste



Secretaria Estadual de Saúde (SES) registrou o primeiro caso de febre amarela em humano em Mato Grosso desde 2009. O paciente é de Primavera do Leste, e trabalha como classificador de grãos. Segundo a pasta, ele reage bem ao tratamento.

A suspeita do caso na cidade já havia sido divulgada pela Secretaria de Saúde do Município no inícIo deste mês. Devido a esse caso, de acordo com a secretaria, a Gerência de Doenças e Agravos Endêmicos e Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica apura a existência de macacos infectados na região e realiza a busca ativa de pacientes com possíveis sintomas da febre amarela nas unidades de saúde do município e bloqueio vacinal da
população sem registro de vacina.

O caso continua sendo investigado, pois o paciente relatou que no período que antecedeu o surgimento dos sintomas da doença havia percorrido várias áreas rurais dos municípios de Primavera do Leste, Itiquira, Campo Verde e Alto Taquari. Nos quatro municípios há previsão da realização de um “Dia D” para o repasse de informações à população e imunização daqueles que ainda não foram vacinados. Para isso, a SES disse ter solicitado ao Programa Nacional de Imunização (PNI) doses suficientes de vacina para os quatro municípios.

De 2010 a 2017 foram notificados 44 casos suspeitos, mas nenhum foi confirmado. O último caso confirmado no estado tinha sido em 2009, no município de Feliz Natal, a 538 km de Cuiabá. No início do mês de junho a Secretaria Municipal de Saúde de Primavera do Leste informou que havia um caso sob investigação na cidade e orientou que os habitantes
que não haviam se imunizado contra a doença para que procurassem o posto de saúde mais próximo.

Conforme as normativas do Ministério da Saúde, a vacina é oferecida em dose única, a partir dos nove meses, e garante imunidade por toda a vida.
Algumas recomendações devem ser observadas antes de receber a vacina:
* A vacina é contraindicada para pessoas com alergia severa ao ovo, portadores de doenças autoimunes e imunodeprimidos.
* A vacinação em gestantes não é recomendada.
* Recomenda-se que pessoas com mais de 60 anos passem por avaliação médica antes de tomar a vacina.
* Orienta-se que as mulheres que estejam amamentando adiem a vacina até a criança completar seis meses de vida.
*A vacinação é uma ação exclusivamente preventiva, com foco em pessoas ainda não vacinadas.
*A secretaria reforça que não há riscos de iminente transmissão, por isso, também não há motivos para preocupações.

FIQUE ATENTO AOS SINTOMAS, TRANSMISSÃO E RECOMENDAÇÕES
TRANSMISSÃO
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus
transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.
O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A febre amarela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.

SINTOMAS
Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais.

No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer. Em caso de sintomas, procurar a unidade de saúde mais próxima de casa. Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença.

RECOMENDAÇÃO
Em março deste ano, o Ministério da Saúde anunciou que a vacina da febre amarela passa a ser recomendada para todo o Brasil, após o segundo ano de alta no número de casos da doença e com a maior proximidade do vírus nas zonas urbanas.

A vacinação contra a febre amarela é ofertada na rotina dos municípios com
recomendação de vacinação nos seguintes estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Além das áreas com recomendação, neste momento, também está sendo vacinada a população do Espírito Santo.

Fonte: Jaqueline Hatamoto/ Clique F5



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Demarcação de terras indígenas em MT: após novos decretos, AMM e entidades vão ao STF cobrar segurança jurídica


Preocupados com o impacto das novas demarcações de terras indígenas em Mato Grosso, o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Léo Bortolin, levou a Brasília uma pauta de emergência em defesa dos municípios. Ao lado de representantes do agro e do Legislativo estadual, ele participa de reunião com o ministro Gilmar Mendes, nesta quinta-feira (20/11), feriado da Consciência Negra, no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a comitiva, os decretos publicados nesta semana geram insegurança jurídica para prefeituras, produtores rurais e para a economia de Mato Grosso.

 

As entidades questionam decretos assinados nesta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que homologam a demarcação das terras indígenas Manoki, Uirapuru, Estação Parecis e Kaxuyana-Tunayana. Ao todo, são cerca de 2,45 milhões de hectares distribuídos entre Pará, Amazonas e Mato Grosso. Com essas homologações, chega a 20 o número de territórios indígenas confirmados desde 2023, de acordo com a Casa Civil.

 

Em Mato Grosso, as novas demarcações atingem diretamente áreas produtivas nos municípios de Diamantino, Campos de Júlio, Nova Lacerda, Conquista D’Oeste e Brasnorte. Prefeitos e produtores já vinham manifestando preocupação com o avanço de processos de demarcação e revisão de limites territoriais. “O que está em jogo em Mato Grosso não é um debate abstrato. São prefeituras que podem perder parte importante da receita de uma hora para outra, sem tempo de adaptação e sem diálogo. Os prefeitos estão inseguros, os produtores apreensivos. Nosso pedido é por segurança jurídica e previsibilidade”, afirma o presidente da AMM, Léo Bortolin.

 

Em cidades como Brasnorte, a ampliação da Terra Indígena Manoki atinge propriedades rurais consolidadas e pode reduzir de forma significativa a base de arrecadação do município. O prefeito de Brasnorte, Edelo Ferrari, destaca o impacto direto nas contas públicas e nos serviços prestados à população. “Se essa ampliação for mantida, o município vai perder arrecadação e ter que cortar serviço. Não estamos falando só de fazenda, estamos falando de escola, saúde, estrada. Para Brasnorte, o prejuízo é enorme e muito difícil de reverter”, aponta o prefeito.

 

Para o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, muitos produtores rurais foram pegos de surpresa pelos decretos de demarcação. “Tem assentamento, área com CAR e famílias que estão há muitos anos na mesma região. O produtor olha para o decreto e pensa: tudo o que construí está em risco? Isso é uma insegurança jurídica enorme”, avalia.

 

Vilmondes Tomain, presidente da Famato, ressalta que a pressão não recai apenas sobre o setor produtivo, mas também sobre os gestores municipais. “Essas áreas não são só números em mapa. São municípios inteiros tentando manter serviço público funcionando, enquanto produtores se sentem vulneráveis com medo de perder o patrimônio de uma vida. Precisamos de responsabilidade e equilíbrio”, diz.

 

A deputada estadual Janaína Riva avalia que o diálogo com o ministro Gilmar Mendes é essencial para levar a realidade mato-grossense ao centro do debate no STF. “O ministro foi receptivo e conhece o estado. Quando explicamos que um município pode perder até 20% de receita, fica claro que não se trata apenas de discutir limites, mas de discutir a continuidade dos serviços para a população”, afirma a parlamentar.

 

Como encaminhamento, ficou definido que, já na próxima segunda-feira, a AMM e as demais entidades envolvidas irão se reunir para protocolar uma ação com o objetivo de suspender todos os processos que tratem de novas demarcações ou remarcações de terras indígenas envolvendo Mato Grosso, tanto na esfera administrativa quanto na judicial. A intenção é garantir segurança jurídica até que haja maior clareza sobre critérios, procedimentos e impactos para os municípios e para a economia do estado.

 

Participaram da reunião com o ministro Gilmar Mendes o presidente da AMM, Léo Bortolin, o deputado estadual Eduardo Botelho, a deputada estadual Janaína Riva, o prefeito de Brasnorte, Edelo Ferrari, o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, e o presidente da Famato, Vilmondes Tomain.

Assessoria


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