Primavera do Leste / MT - Quarta-Feira, 23 de Abril de 2025

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Pedido de afastamento do governador é embasado em suposta prática de “caixa 3”



A pedido de afastamento de Pedro Taques (PSDB) do cargo de governador, apresentado pela deputada estadual Janaina Riva (MDB) à Mesa Diretora nessa terça (23), cita a utilização de suposto “caixa 3” na campanha eleitoral de 2014, quando o tucano se elegeu. De acordo com a parlamentar, o “caixa 3” foi configurado na doação de R$ 900 mil feita, em tese, pelo empresário Willians Mischur à campanha do então candidato. Este seria apenas um dos supostos crimes praticados por Taques antes e durante sua gestão.

Ocorre que ao falar da doação em seu acordo de colaboração premiada (delação), o empresário Alan Malouf disse que parte dos R$ 900 mil foi destinada ao primo do governador, Paulo Taques (que comandou a Casa Civil no início dessa gestão), e que o grupo de empresários e amigos que cuidava do “caixa 2” não tomou ciência dessa doação.

Gilberto Leite

Pedro Taques

Governador Pedro Taques (PSDB) é alvo de delação premiada homologada pelo STF que relata suposto caixa 2 e caixa 3 em sua campanha de 2014

Mischur é proprietário da empresa Consignum Gestão de Margem Consignável. O objetivo da tal doação seria garantir a continuidade do contrato com o Estado para oferta de empréstimos consignados aos servidores do Executivo. O empresário chegou a ser preso na Operação Sodoma, fez acordo judicial e devolveu dinheiro ao erário.

Segundo a delação de Alan, a doação teria sido feita após o governador ter conhecimento do esquema na secretaria estadual de Gestão (Seges) em que Mischur pagava propina ao Governo de Silval Barbosa (ex-MDB, hoje sem partido) com valores entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. A manutenção do esquema teria sido intermediada por Paulo Taques, que coordenou a campanha em 2014. O delator conta que ficou sabendo através do próprio Paulo sobre a doação.

Alan descreve como o montante teria sido pago. Parte da doação, R$ 500 mil, foi entregue em espécie para Paulo. O restante, R$ 400 mil, foi repassado por meio de cheques entregues por Paulo a Dozinete Aguilera Castrillon, que fez a doação oficial em nome de sua empresa, a Aguilera Auto Peças Ltda. Donizete disputou as eleições de 2014. Foi segundo suplente na chapa de Rogério Salles (PSDB), derrotado na disputa pelo Senado. A destinação dos R$ 900 mil é desconhecida por Alan, que foi condenado a 11 anos de prisão, em ação penal derivada da Operação Rêmora, que investiga esquema de fraude a licitações na Seduc.

Trâmite do pedido de afastamento

A Procuradoria da Assembleia tem prazo de cinco dias para se manifestar sobre a admissibilidade do pedido de afastamento. O presidente do legislativo, Eduardo Botelho (DEM), foi quem recebeu o pedido e tem a prerrogativa de decidir quando será colocado em pauta para votação. Na petição, a assessoria jurídica de Janaina elenca ao menos 10 crimes supostamente cometidos por Taques e que foram relatados por Alan na delação.

Taques nega envolvimento em qualquer irregularidade e diz que se manifestará nos autos. Mischur, por sua vez, comenta que lhe causa estranheza e indignação o surgimento de seu nome na delação premiada do empresário. Ele nega ter feito a doação e afirma ainda que a verdade prevalecerá.

Fonte: RD News/ Eduarda Fernandes



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Polícia

Polícia investiga esquema que já desviou mais de R$ 2 bi do FGTS


Quadrilha sacava dinheiro de trabalhadores com a ajuda de funcionários da Caixa; banco afirma ter devolvido dinheiro às vítimas.

A Polícia Federal descobriu um esquema que já movimentou pelo menos R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos, em todo o país. O golpe contava com a participação de funcionários da Caixa Econômica e tinha como vítimas, beneficiários de programas sociais e pessoas com direito ao FGTS e ao seguro-desemprego.

 

Eles não arrombam portas. Nem usam armas. São bandidos cruéis, que roubam de quem mais precisa. A maioria das vítimas é de beneficiários de programas sociais do governo federal, que fazem as movimentações pelo aplicativo Caixa Tem. Mas a fraude atinge também trabalhadores com saldo no FGTS e valores a receber do seguro-desemprego. Os criminosos ainda fazem deboche com o dinheiro das vítimas.

 

A Polícia Federal não revelou o nome do chefe da quadrilha. O Fantástico apurou que o golpista é conhecido como Careca. Os investigadores afirmam que ele organizava as operações de invasão das contas de beneficiários.

 

Careca foi preso ao lado de um comparsa, no Rio, em 2022, perto de uma agência da Caixa Econômica. A dupla conseguiu responder ao processo em liberdade, mas o notebook apreendido com eles revelou o esquema.

 

Era uma fraude sofisticada, movida por mecanismos digitais e acessos oficiais. A quadrilha só conseguiu aplicar o golpe tantas vezes por tanto tempo porque teve ajuda de gente de dentro.

A investigação mostrou que funcionários da Caixa repassavam dados sigilosos e fundamentais para que os criminosos invadissem o sistema do Caixa Tem e teve servidor envolvido que foi além: sacou dinheiro pessoalmente na boca do caixa a mando do grupo.

 

Pra montar a fraude, os criminosos acessavam – em páginas ilegais na internet – milhares de CPFs e passavam a identificar quem tinha benefícios ativos. Esses dados eram repassados aos funcionários da Caixa envolvidos no crime, que alteravam os cadastros das vítimas no aplicativo ‘Caixa Tem’, substituindo os e-mails dos beneficiários por outros controlados pela quadrilha.

 

Assim, eles conseguiam gerar novas senhas. Com isso, os criminosos passavam a ter controle total sobre as contas. Faziam transferências por PIX, pagavam boletos ou sacavam o dinheiro.

 

Como os valores dos benefícios não são tão altos, para conseguir mais dinheiro, a quadrilha ficava sempre repetindo o golpe. Precisava acessar o sistema do ‘Caixa Tem’ centenas de vezes por dia. Para isso, usava um software que faz um computador funcionar como se fosse um celular. Neste caso, muitos celulares. O que permitia acessar e controlar muitas contas ao mesmo tempo.

 

Desde 2010, a Polícia Federal tem um serviço especializado no combate a esse tipo de crime. Esta semana, os agentes fizeram uma nova operação em 14 cidades do Rio de Janeiro e apreenderam celulares e computadores. A PF diz que muitas quadrilhas praticam esse golpe em todo o país.

“ A gente acredita que o fortalecimento dos setores de combate à fraude das instituições bancárias, notadamente da Caixa, é fundamental para isso. Esses setores, eles conseguem, de maneira online, identificar as fraudes e as incorreções que estão sendo feitas nas agências”, afirma o delegado da PF-RJ Pedro Bloomfield Gama Silva, que investiga o caso”.

“Nós estamos implementando mais sistemas, tanto de biometria quanto de monitoramento via inteligência artificial também, pra que faça um monitoramento preditivo das ações, pra que se diminua e que a gente possa chegar ao menor número possível de fraudes”, disse Anderson Possa, vice-presidente de Logística, Operações e Segurança da Caixa.

 

A Caixa reconhece que esses criminosos já conseguiram sacar R$ 2 bilhões de beneficiários nos últimos cinco anos e diz que o valor já foi devolvido às vítimas.

 

Quem sofre o golpe pode procurar uma agência da Caixa ou entrar em contato pelo telefone de atendimento ao consumidor: 0800 726 0101.

 

Mesmo depois de desviar dinheiro de quem mais precisa, muitos criminosos seguem em liberdade. A Caixa afirma que os funcionários envolvidos no golpe foram demitidos. A polícia disse que eles e o restante da quadrilha estão respondendo em liberdade.

 


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