Grupo suspeito de monopolizar saúde em MT é alvo de 2ª fase de operação
Segunda fase da Operação Sangria — Foto: Tiago Terciotty/TV Centro América
Oito integrantes da organização criminosa que montou um esquema para monopolizar a saúde em Mato Grosso, por meio de serviços médicos hospitalares, são alvos da segunda fase da operação ‘Sangria’, deflagrada na manhã desta terça-feira (18), pela Polícia Civil de Mato Grosso.
De acordo com a Polícia Civil, devem ser cumpridos oito mandados de prisão preventiva e quatro buscas e apreensão.
Os alvos da segunda fase, entre eles três médicos, um gerente de licitação, um coordenador financeiro e funcionários das empresas prestadoras de serviços médicos hospitalares, são investigados em crimes de obstrução à justiça praticada por organização criminosa e coação no curso do processo.
A operação, feita a partir de investigação da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), é desdobramento do cumprimento de onze mandados de busca e apreensão da primeira fase da operação, no dia 4 de dezembro.
Segunda fase da Operação Sangria é realizada em Mato Grosso pela Polícia Civil — Foto: Tiago Terciotty/TV Centro América
A operação apura irregularidades em licitações e contratos firmados com as empresas Proclin, Qualycare e a Prox Participações, firmados com o município de Cuiabá e o governo estadual.
Um segundo inquérito policial foi aberto no dia 14 de dezembro depois que a Polícia Civil detectou que os investigados estavam obstruindo o trabalho da Justiça.
A delegada da Defaz, Maria Alice Barros Martins Amorim, disse que os investigados destruíram, ocultaram e coagiram testemunhas, além de usar força política para atrapalhar a operação. Outros suspeitos, ainda, fizeram pagamentos pendentes para encobrir as fraudes.
Ainda conforme a Polícia Civil, ficou constatado que o grupo criminoso teria destruído provas e apagado arquivos de computadores para dificultar as investigações, além de ameaças feitas às testemunhas.
A investigação da operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos, administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização.
Segundo a apuração, a organização mantém influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencentes a eles possam atuar livremente no mercado.
A investigação demonstra que a organização criminosa, chefiada por médicos, estão deteriorando a saúde pública de Cuiabá e de Mato Grosso.
Levantamento feito pela Central de Regulação de Cuiabá, em 2017, aponta que 1.046 pessoas aguardavam por uma cirurgia cardíaca de urgência e outras 390 por um procedimento cardíaco eletivo.
Huark Douglas foi afastado e exonerado após a 1ª fase da Operação Sangria — Foto: Luis Alves/Prefeitura de Cuiabá
Primeira fase
Na primeira fase da operação, o secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correia, foi alvo da polícia. Ele acabou afastado e exonerado do cargo um dia depois da operação.
Em setembro deste ano, os vereadores de Cuiabá fizeram uma denúncia contra o secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correa, por improbidade administrativa.
Nome da Operação
O nome da operação ‘Sangria’ remete a uma modalidade de tratamento médico que estabelece a retirada de sangue do paciente como tratamento de doenças, que pode ser de diversas maneiras, incluindo o corte de extremidades, o uso de sanguessugas ou a flebotomia.
Fonte: G1 Mato Grosso
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